10 Roteiros de filmes icônicos que ficamos chocados ao descobrir que foram rejeitados de primeira

Arte
há 11 meses

Em Hollywood, é mais comum roteiros serem rejeitados do que aceitos. Às vezes, uma história não é exatamente o que o estúdio está procurando ou tem um alto custo de produção, por exemplo. O problema é que nem sempre as pessoas que estão à frente dessas decisões conseguem ver o real potencial dos roteiros que chegam até as suas mesas, e acabam deixando passar histórias que, pouco tempo depois, se tornam enormes sucessos. Pensando nisso, selecionamos 10 filmes que quase não saíram do papel e hoje são considerados grandes obras cinematográficas.

1. Psicose (1960)

Um clássico do cinema de terror que revolucionou o gênero e foi responsável pela inesquecível cena do chuveiro, Psicose quase não foi para as telonas. Após ler o livro homônimo por indicação da sua assistente, o diretor Alfred Hitchcock adorou a história e se empenhou para fazer a adaptação para o cinema. Porém, os executivos da produtora Paramount não ficaram impressionados com a trama e recusaram o roteiro de início.

Depois de muito insistir, eles toparam fazer a adaptação, porém deram um orçamento muito baixo. Assim, o diretor teve que tirar dinheiro do próprio bolso para completar o filme. Os executivos acreditavam tão pouco no material que deixaram estipulado que Hitchcock receberia mais da metade dos ganhos de bilheteria. Depois que o filme virou um enorme sucesso, o diretor fez uma fortuna com os ganhos do longa.

2. O Exorcista (1973)

O filme de 1973 também foi baseado em um livro de mesmo nome, do autor William Peter Blatty. Em 2013, ele afirmou em entrevista que o livro foi oferecido para várias produtoras, porém, foi rejeitado tantas vezes que ele “poderia forrar as paredes do próprio banheiro só com cartas de rejeição”. Mas a sorte entrou em seu favor quando ele menos esperava.

Blatty tentou garantir uma participação em um programa de entrevistas para promover sua obra, mas não conseguiu. Porém, dois dos entrevistados tiveram problemas e não puderam comparecer. Por isso, o autor foi chamado de última hora para o programa, onde falou durante quase uma hora sobre o livro. Foi o que estava faltando para atingir o tão esperado sucesso: O Exorcista foi para o topo da lista de mais vendidos e Hollywood decidiu apostar em uma adaptação cinematográfica da história. O filme é, até hoje, uma das maiores bilheterias da Warner Bros.

3. Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança (1977)

A franquia que lançou seu primeiro filme nos anos 1970 e continua conquistando novos fãs até hoje não teve um início tranquilo. As aventuras de Luke, Leia e Han fizeram um sucesso bombástico na época do lançamento do primeiro Star Wars, mas, antes de ganhar reconhecimento com o filme, o roteiro de George Lucas passou por várias produtoras que não conseguiram ver o seu potencial.

Ele foi rejeitado várias vezes até, finalmente, ser comprado pela 20th Century Fox. Um dos estúdios que o recusou, inclusive, foi a Disney. Mais de 35 anos depois de deixar essa oportunidade passar, a empresa comprou a produtora de George Lucas e os direitos autorais de Star Wars por nada mais, nada menos do que $4 bilhões.

4. Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Diferente de outros exemplos nessa lista, o primeiro filme de Indiana Jones não foi recusado porque não gostaram da história, e, sim, porque era um filme muito caro para a época: o roteirista George Lucas estava pedindo $20 milhões para a produção do longa.

Além disso, ele também queria manter os direitos autorais das sequências. Isso assustou várias produtoras, pois, além de pagarem caro pelo primeiro filme, ainda teriam pouco controle sobre a franquia como um todo. A Paramount acabou aceitando fazer o longa e levou o lucro de $400 milhões para a empresa.

5. De Volta para o Futuro (1985)

Parece até brincadeira, mas De Volta Para o Futuro foi rejeitado mais de 40 vezes por motivos muito distintos. Alguns estúdios acharam o roteiro muito inocente, enquanto outros afirmaram que ele não era inocente o suficiente. A Disney, por exemplo, não quis aceitar por acreditar que não era certo ter o nome da empresa ligado a um filme onde a mãe tem certo interesse pelo próprio filho (nas cenas onde ambos têm a mesma idade).

Enquanto isso, outros estúdios queriam que o roteiro apelasse para um lado mais sexy para competir com os suspenses eróticos que estavam fazendo sucesso na época. Eventualmente, o projeto encontrou um estúdio disposto a adaptá-lo para o cinema, com Steven Spielberg sendo um dos produtores executivos e ajudando o diretor Robert Zemeckis a promover o filme.

6. Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (1994)

Não deve ser muito comum produtores se negarem a ler um roteiro só por terem uma reação extremamente negativa ao título, mas foi isso que aconteceu com Debi & Lóide. Em inglês, o longa se chama Dumb and Dumber, que seria “burro e mais burro”, em tradução livre. Por acharem o título ruim, a maioria das grandes produtoras se negou a sequer ler o roteiro.

Esse foi um problema tão grande que os irmãos Farrelly, responsáveis pelo filme, precisaram mudar o título até que o roteiro fosse comprado, e mudaram de volta para Dumb and Dumber após a aquisição. Mesmo assim, centenas de atores se negaram a participar do filme, até que eles finalmente conseguiram convencer Jim Carrey e Jeff Daniels a dar vida aos papéis que, hoje, estão entre os mais conhecidos de suas carreiras.

7. Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)

Após o sucesso de Cães de Aluguel, o diretor e roteirista Quentin Tarantino assinou um contrato com a produtora TriStar Pictures que lhes dava prioridade para comprar o próximo roteiro do cineasta. Porém, após lerem o roteiro de Pulp Fiction: Tempo de Violência, eles o rejeitaram na hora.

Os executivos alegaram que era o pior argumento que eles já tinham lido, que a linha do tempo fora de ordem do filme não fazia sentido e que era uma história muito idiota. Mas isso não fez o diretor desistir fácil: ele levou o roteiro para a produtora Miramax, que o aceitou de primeira. O filme se tornou um enorme sucesso de público e de crítica, e, hoje, é considerado um clássico.

8. Pequena Miss Sunshine (2006)

Apesar de ter sido lançado em 2006, o roteiro de Pequena Miss Sunshine já estava completo desde 2001. De início, o projeto foi rejeitado por ser considerado muito fraco. O roteiro foi comprado em meados de 2003 por uma produtora, porém, eles decidiram cancelar o financiamento do filme um ano depois. Nesse meio tempo, os atores foram escalados, e outras produtoras questionaram a escolha de Steve Carell para o filme, pois ele era um ator desconhecido na época, o que poderia piorar a performance do longa nos cinemas.

Pequena Miss Sunshine só saiu do papel quando o produtor Marc Turtletaub, completamente apaixonado pela história e frustrado com o rumo dela em Hollywood, decidiu comprar de volta os direitos do roteiro e colocar mais $9 milhões do próprio bolso no projeto. Durante essa batalha, Steve Carell ficou muito famoso pelo filme O Virgem de 40 Anos e pela série The Office. Por isso, os mesmos executivos que foram contra ele estar no filme agora queriam que o ator tivesse destaque em todas as propagandas.

9. Crepúsculo (2008)

Já imaginou o romance entre o vampiro Edward e a humana Bella em uma história mais violenta e com caçadores de vampiros? Essa versão foi um dos primeiros roteiros escritos para o filme. O produtor Greg Mooradian leu o livro antes de ser publicado, o levou até a produtora MTV Films e disse que gostaria de adaptá-lo. Como o livro ainda não tinha sido lançado, Mooradian achou que ele teria liberdade para adaptar livremente o material.

Na versão dele, Bella seria um tipo de caçadora de vampiros antes de se tornar uma — tudo isso ainda no primeiro filme. Alguns executivos deixaram claro que queriam mais ação para atrair uma audiência masculina. Por isso, Bella seria uma personagem mais “forte” e menos séria: ela seria uma atleta e teriam até mesmo cenas dela fugindo do FBI em um jet ski.

Porém, a MTV desistiu de seguir em frente com o projeto, que foi para a produtora Summit. Quando a diretora Catherine Hardwicke leu o roteiro, ela sabia que não daria certo, praticamente o jogou fora e decidiu seguir algo mais parecido com o livro, para a felicidade dos fãs.

10. Corra! (2017)

De acordo com o diretor e roteirista Jordan Peele, muitos produtores não entenderam o roteiro do seu primeiro filme, e ele recebeu até respostas bem grosseiras de algumas pessoas que leram o material. Uma delas foi de alguém que chamou o roteiro de “estúpido” e disse que essa história nunca iria funcionar.

Peele já falou várias vezes que, por ser um projeto muito diferente do comum, ele achou que o filme nunca seria feito. Mas isso mudou quando a Blumhouse e a Universal decidiram apostar no longa. Hoje, Corra! é considerado um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.

Apesar de o roteiro ser uma parte fundamental de qualquer obra audiovisual, às vezes, os atores em cena conhecem tão bem seus personagens que conseguem improvisar falas e momentos memoráveis. Isso aconteceu, por exemplo, com vários atores de Stranger Things, que colocaram a criatividade para jogo durante as gravações da quarta temporada da série.

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