O que o primeiro homem a pisar na lua escondeu por todos esses anos

Curiosidades
há 10 meses

Neil Armstrong estava se preparando para sua missão na Lua há mais de três anos. Para resistir às condições de microgravidade, ele precisou aprender a andar de lado, sendo amarrado e suspenso em um ângulo e tentando andar ao longo das paredes. Seus limites foram testados através de uma dieta intensa e regime de sono, já que no espaço ele só teria carne e vegetais previamente desidratados e colocados em uma embalagem. Antigamente, os astronautas tinham que passar dias no deserto, na selva, no mar aberto, além do treinamento de sobrevivência ártica. Hoje em dia é muito mais estruturado, mas naquela época era algo como “vamos deixar essa pessoa no meio do nada sem suprimentos e ver se sobrevive”.

Antes de pousar na Lua, Neil Armstrong teve que coletar e estudar amostras de rochas no Grand Canyon, explorar antigas formações vulcânicas na Área de Testes de Nevada e procurar aberturas de gás e lava, lagos de lava e crateras em vários locais do Havaí. Em 20 de julho de 1969, Armstrong recebeu um café da manhã saudável antes de decolar: bife, ovos, torradas, suco e café. Ele recebeu o que os médicos chamam de refeição de “baixo resíduo”, o que significa que ele não teria que ir ao banheiro logo depois.

Levou 109 horas e 42 minutos para chegar à superfície da Lua, em uma área chamada O Mar da Tranquilidade. Ele teve que viajar 384.400 quilômetros pra chegar lá. A tripulação poderia ter ido para o Oceano das Tempestades ou para a Baía Central, mas este lugar foi escolhido para pousar porque tinha boa visibilidade, era relativamente plano e facilmente acessível com o mínimo de combustível possível.

Quando estava a cerca de 150 metros acima da superfície da Lua, Armstrong teve que manobrar a nave espacial manualmente, para garantir que não pousasse em uma cratera perigosa. Ele continuou sobrevoando por cerca de um minuto e meio, movendo-a para os lados até se sentir confortável para pousar. Assim que seu dispositivo pousou em segurança, ele imediatamente fez uma conexão por rádio para o Controle da Missão, localizado em Houston, no Texas, com a agora famosa mensagem: “A Águia pousou”. Firmemente, ele desceu a escada do módulo lunar, enquanto uma câmera de televisão estava conectada à nave para registrar seu progresso.

A câmera também transmitiu o sinal de volta à Terra, onde centenas de milhões de pessoas estavam assistindo ansiosamente. Precisamente às 23:56, pelo horário de Brasília no mesmo dia, Armstrong colocou os pés no solo lunar, dizendo: “Esse é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

O cronograma dizia que o astronauta precisava dormir antes de pisar na Lua, mas ele escolheu sair mais cedo do que o planejado, já que obviamente não conseguia dormir! Se Armstrong tivesse andado na Lua sem equipamento especial para respirar, ele teria sentido um odor estranho, meio mofado e sulfúrico. Ainda assim, ele teve a chance de sentir o cheiro quando retornou ao módulo lunar. O fato é que partículas do solo estavam agarradas aos seus pés, então o odor se espalhou por toda a cabine. Ele o descreveu como cheiro de cinzas molhadas de uma lareira, ou como o ar cheira após fogos de artifício.

Quem teria imaginado que precisaria levar uma vela perfumada quando fosse para a Lua? Além das pessoas que foram até lá, ninguém jamais teve a chance de saber exatamente que cheiro a tripulação sentiu. Mesmo durante essa primeira missão, quando amostras de solo e rocha da lua foram transportadas para laboratórios em contêineres herméticos, quando abertas, na Terra, surpreendentemente, o cheiro havia desaparecido!

Ele também sentiu que a superfície da Lua era “fina e parecia um pó”, mas disse que não tinha dificuldade em se movimentar. Um outro membro de sua equipe se juntou a ele cerca de 20 minutos depois. Todo a caminhada lunar levou um pouco mais de duas horas. Durante esse tempo, Armstrong e seu companheiro de equipe configuraram vários dispositivos na superfície do nosso satélite. Um deles era para medir com precisão a distância exata de lá até a Terra, cronometrando o tempo de um feixe de laser para ir e voltar da Terra até a superfície lunar.

Outro era destinado a medir terremotos lunares e possíveis impactos de meteoros, o que nos levou à descoberta de que a lua estava muito viva, afinal. Sabemos hoje que os maiores terremotos lunares são muito mais fracos do que os terremotos que acontecem na Terra, embora seus movimentos possam durar até uma hora, muito mais do que no nosso planeta.

Eles conseguiram reunir cerca de 23 quilos de amostras de rocha e solo. E também tiraram muitas fotografias do terreno onde também hastearam uma bandeira dos Estados Unidos. O astronauta até teve a chance de conversar com o presidente Richard Nixon — por menos de um minuto. A última coisa na lista para Armstrong era dar uma caminhada até o que hoje é conhecido como Cratera Oriental, 60 metros a leste do módulo lunar. Foi a maior distância percorrida da nave espacial naquela missão específica — aproximadamente o comprimento da metade de um campo de futebol.

Assim que suas tarefas foram concluídas, Armstrong voltou para o módulo lunar e fechou a escotilha com segurança para dormir um pouco. Enquanto se preparavam para a decolagem, Armstrong e sua equipe descobriram que, por causa de seus trajes espaciais robustos, haviam quebrado o interruptor de ignição do motor de subida! “Não é grande coisa”, eles pensaram, então usaram parte de uma caneta para empurrar o interruptor e iniciar a sequência de lançamento.

Às 13:54, a famosa Águia começou a subida. Além do equipamento científico instalado na superfície da Lua, uma placa também foi deixada lá. Dizia: “Aqui homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na lua — julho de 1969 depois de Cristo — Viemos em paz por toda a humanidade”. Anos depois, Armstrong disse que a NASA limitou seu tempo na lua porque eles não sabiam como os trajes espaciais enfrentariam as temperaturas extremas de lá — tão altas quanto 127 graus Celsius durante o dia a tão baixas quanto 173 graus abaixo de zero à noite.

As coisas ficaram um pouco mais complicadas quando Armstrong e sua equipe pousaram de volta na Terra, porque eles haviam sido expostos a partículas espaciais desconhecidas. O resultado? Eles tiveram que ser colocados em quarentena de proteção planetária em seu retorno, assim que sua cápsula espacial pousou com segurança no Oceano Pacífico, em 24 de julho.

Essa quarentena específica para os astronautas da Apollo 11 é uma das razões pelas quais temos micro-ondas em nossas cozinhas hoje! Quando eles voltaram da Lua pela primeira vez, inicialmente passaram seus primeiros dias em uma Instalação Móvel de Quarentena (ou MQF). Claro, a MQF tinha cadeiras confortáveis, beliches, banheiro e chuveiros, mas não tinha muito espaço para uma cozinha chique. Como não havia espaço para um forno ou churrasqueira padrão e também para reduzir os possíveis incêndios que poderiam ter ocorrido, a Nasa teve que ser criativa.

Foi assim que o forno de micro-ondas de bancada foi desenvolvido, para ajudar os astronautas com suas refeições sem a agitação de uma cozinha totalmente equipada. Hoje em dia você pode ver o primeiro micro-ondas em um museu em Oakland, Califórnia.

Depois de retornar à Terra, Armstrong afirmou que nunca mais alcançaria as estrelas. Mas ele não parou de explorar. Em 1985, se juntou a uma equipe profissional de outros “maiores exploradores” para o Polo Norte. Ele se juntou ao alpinista Edmund Hillary, ao aviador Steve Fossett e ao fotógrafo Patrick Morrow, chegando ao Polo Norte em 6 de abril de 1985. Armstrong afirmou que queria ver como era o gélido polo da Terra de perto, já que ele só o tinha visto da superfície lunar!

A missão Apollo 11 foi, no entanto, inesquecível para Armstrong. Em 2015, a Instituição Smithsonian descobriu que ele havia guardado escondido um saco de tecido cheio de pequenas partes do módulo lunar, incluindo seu cinto, algumas luzes úteis e seus suportes, uma chave de emergência e a mira óptica que estava montada acima da janela do módulo espacial. Assim como a câmera de aquisição de dados que gravou as imagens icônicas de Armstrong dando seu “pequeno passo” na lua.

Armstrong guardou isso para si por muitos anos, até que sua viúva, Carol, finalmente encontrou. Ele até manteve isso em segredo de seu biógrafo oficial, que muitas vezes perguntou se ele havia guardado alguma recordação de sua famosa missão. No entanto, ele não trouxe esses objetos de volta à Terra sem que ninguém percebesse. Apenas mencionou que era “um monte de lixo que ele queria trazer de volta”.

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