10 Descobertas de médicos brasileiros que contribuíram para a humanidade

Gente
há 4 anos

Não é de hoje que a medicina brasileira se destaca com suas importantes contribuições e descobertas para a humanidade. Médicos, como Carlos Chagas, deixaram um legado de compromisso com o país, com a história de dedicação ao estudo de doenças tropicais, com a alta qualidade em ciência, tecnologia, inovação e preocupação com o bem-estar da população. Nos tempos atuais, a medicina no Brasil está em crescente avanço, desenvolvendo pesquisas inéditas que podem revolucionar o mundo, assim como previu Carlos Chagas em 1928 com a frase: “Não vai demorar que passemos adiante uma grande e bela ciência, que faz arte em defesa da vida”.

Diante disso, o Incrivel.club traz 10 médicos brasileiros que contribuíram para a humanidade com suas descobertas e sua transmissão de conhecimentos, dando notoriedade ao país, em âmbito mundial, por seu pioneirismo e dedicação à medicina. E, no final do post, temos um bônus para você.

10. Evandro Serafim Lobo Chagas

Evandro nasceu no Rio de Janeiro, e seu sobrenome revela a herança familiar e tradição científica de ser o primogênito do renomado médico e pesquisador Carlos Chagas.

Seguindo os caminhos do pai, tornou-se médico e dedicou a vida a investigar problemas sanitários e de saúde pública do Brasil, colaborando, por exemplo, com as pesquisas que indicavam as alterações cardíacas que ocorriam em uma pessoa infectada com a Doença de Chagas.

Profundo estudioso das doenças tropicais, Evandro foi o pioneiro em desvendar a leishmaniose visceral americana em humanos, ainda desconhecida no Brasil. Ele liderou um grupo de pesquisas que apontaram e descreveram o protozoário Leishmania chagasi como o responsável por causar a leishmaniose nos seres humanos. Com isso, Evandro chamou a atenção do meio científico e do setor de saúde público ao revelar uma doença nova e específica, norteando, com suas pesquisas, os caminhos para um diagnóstico preciso e tratamento eficaz para a leishmaniose visceral.

9. José Eduardo Moraes Rego Sousa

Nascido no interior do Maranhão destacou-se como pioneiro em cardiologia intervencionista que visa diagnosticar e tratar doenças cardiovasculares com procedimentos menos agressivos. Essa especialidade da cardiologia contribui para minimizar o número de mortes de pessoas acometidas por doenças cardiovasculares, que lideram o ranking com mais vítimas fatais no Brasil e no mundo.

Em 2001, José criou a técnica de revestimento do stent (tubo implantando para expandir uma artéria obstruída) com rapamicina, fármaco que aumenta a eficácia do procedimento, evitando que haja, novamente, o estreitamento ou obstrução da artéria no local tratado.

8. Maurício Oscar Rocha e Silva

Maurício nasceu na cidade de São Paulo, foi médico e renomado farmacologista, dedicando-se aos estudos das substâncias químicas e seus efeitos nos organismos dos seres humanos e animais.

Em um desses estudos há 70 anos, Maurício descobriu a bradicinina, substância que é ativada no sangue dos mamíferos quando em contato com o veneno da cobra jararaca. A bradicinina atua como vasodilatador, ou seja, aumenta o diâmetro dos vasos, melhorando assim o fluxo de sangue.

Tal descoberta possibilitou o desenvolvimento de remédios, tais como o Captopril, formulados a partir da bradicinina para o controle da hipertensão, doença que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.

7. Antonio de Salles

O marca-passo foi inventado em 1958 pelo americano Wilson Greatbatch com o intuito de enviar impulsos elétricos ao músculo do coração, regulando os batimentos cardíacos dos pacientes. De lá para cá, a tecnologia do marca-passo foi além do sistema circulatório e descobriu-se que outro órgão vital do nosso corpo, o cérebro, poderia ser estimulado eletricamente e com isso, segundo pesquisadores nos Estados Unidos, reduzir sintomas de doenças como o Mal de Parkinson.

Diante das possíveis aplicações dessa tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, o paranaense Antônio De Salles, especialista em marca-passo cerebral, foi o pioneiro na realização de testes para comprovar a eficácia do dispositivo em outras doenças, além do Mal de Parkinson.

Os resultados dos testes foram promissores, e revelaram que, direcionando impulsos elétricos, regulam-se certas regiões do cérebro, possibilitando tratar doenças como a depressão, enfermidade que faz do Brasil o líder da América Latina com o maior número de depressivos.

6. Antônio Cardoso Fontes

A tuberculose (ou peste branca) é muitas vezes vista como uma doença do passado, mas ela ainda se faz presente no cenário mundial, com aproximadamente 10 milhões de novos casos notificados por ano.

A doença é causada pela bactéria (Mycobacterium Tuberculosis) que se espalha pelo ar quando o infectado tosse, fala, cospe ou espirra, o que dissemina rapidamente a tuberculose. Nesse sentido, conhecer mais a fundo a bactéria possibilita a melhor identificação da forma como é transmitida e das alternativas para o tratamento da doença.

Foi assim que o carioca Antônio Cardoso Fontes destacou-se internacionalmente, levando ao conhecimento mundial seus estudos aprofundados sobre a bactéria que transmite a tuberculose, o que foi um marco na história da luta contra a tuberculose e rendeu a Antônio uma indicação ao “Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina” em 1934.

5. Adolfo Lutz

Adolf Lutz nasceu no Rio de Janeiro e foi um famoso médico brasileiro que ao longo da vida contribuiu com suas importantes pesquisas nas áreas de bacteriologia, epidemiologia e zoologia médica.

As formas de transmissão de doenças como cólera, febre tifoide, malária, febre amarela e lepra, foram profundamente investigadas por Adolf que expôs ao mundo seus estudos e experimentos, esmiuçando organismos (e locais que os abrigavam) causadores dessas doenças.

Ele destacou-se, defendendo ativamente que a disseminação da febre amarela era por meio de um mosquito, o que foi demonstrado com seus estudos. Tais informações contribuíram para que fossem desenvolvidos uma vacina preventiva e soro curativo eficazes no combate da doença.

4. Edmir Américo Lourenço

A rinite é uma inflamação e/ou disfunção da mucosa do nariz. Existem 4 tipos de rinite que podem ser classificadas como: infecciosas, alérgicas, não alérgicas e mistas.

A forma mais comum é a rinite alérgica que afeta cerca de 40 milhões de brasileiros, provocando incômodos na vida das pessoas, uma vez que certos tipos de substâncias, como poeira e pólen, podem desencadear uma resposta exagerada do sistema de defesa do organismo, que em uma tentativa de ’expulsar’ aquelas substâncias, produz coriza, espirros, entupimento do nariz e coceira nos olhos.

O médico Edmir Américo, natural de Campinas, estudou por 10 anos para melhorar a qualidade de vida das pessoas com rinite alérgica. Para isso, ele desenvolveu uma vacina para estimular a produção de anticorpos necessários no combate das causas da alergia. A vacina é individual e diferenciada para cada paciente.

Os resultados dos testes com as vacinas foram satisfatórios em 80% das pessoas analisadas, com um melhor desempenho naquelas que seguiram até o final do tratamento. Atualmente, a vacina pode ser produzida em laboratórios especializados, após análise clínica.

3. Nise da Silveira

Nise da Silveira, foi uma psiquiatra alagoana que inspirou o filme “Nise — O Coração da Loucura” lançado em 2016. Como foi mostrado no filme, exercer a profissão era uma dificuldade para Nise, uma vez que ela era totalmente adversa à psicocirurgia, choques elétricos e camisas de força, procedimentos que eram adotados no tratamento de doenças mentais naquele período.

Ao longo dos seus anos de estudo e vivência em manicômios, Nise buscou alternativas para inclusão, tratamento e cura dos doentes, especialmente os esquizofrênicos, e encontrou na arte (pintura, desenho e modelagem), e na interação com animais respostas positivas na reabilitação dessas pessoas.

O tratamento demonstrava que emoções e sentimentos ainda estariam preservados, o que era comprovado pelos pacientes, por meio de expressões artísticas e boa afetividade com os animais.

As produções artísticas dos pacientes estão expostas no “Museu de Imagens do Inconsciente” no Rio de Janeiro, mas já foram expostas em mostras de arte por todo o mundo, o que divulgou o método de tratamento de Nise e o consolidou como um marco na psiquiatria mundial.

2. Miguel Ângelo Laporta Nicolelis

Miguel Ângelo é o nome do médico paulistano que lidera as pesquisas de desenvolvimento do exoesqueleto, espécie de roupa robótica que permite ser integrada ao cérebro, captando as atividades cerebrais e transformando os impulsos elétricos em movimentos, o que pode promover a recuperação motora, sensorial ou visceral de pacientes que sofrem de paralisia corporal.

Na prática, o trabalho de Miguel Ângelo e sua equipe com o projeto do exoesqueleto foi exibido para bilhões de espectadores que assistiram a abertura da Copa do Mundo em 2014. Embora por pouco tempo, foi possível ver um paciente com paralisia do tronco inferior e membros inferiores que, portando o exoesqueleto, foi capaz de ficar em pé e ainda chutar uma bola durante a cerimônia.

O médico mantém as pesquisas para aprimoramento do exoesqueleto e para demonstrar o potencial cérebro-máquina, com o projeto “Andar de Novo” que conta com a colaboração de instituições parceiras como a BIA Turnkey Systems, Paris (França), em prol da recuperação motora dos pacientes, contribuindo para sua inclusão na sociedade e maior autonomia no dia a dia.

1. Denise Araujo Lapa Pedreira

Muitos bebês nascem com malformações congênitas graves, em que cirurgias são necessárias logo após seu nascimento para garantir sua sobrevivência. Mas, uma técnica de cirurgia fetal, com o bebê ainda dentro da barriga da mãe, desenvolvida por Denise Pedreira, tem revolucionado a medicina pediátrica, uma vez que tal técnica apresenta menores riscos para a mãe e maior benefício ao feto.

A mielomeningocele é uma doença que afeta a coluna vertebral dos bebês e devido a sua alta incidência (1 para 1.000 nascidos vivos), é crescente a preocupação da comunidade científica em estudar as melhores técnicas e o momento ideal para realização da cirurgia. Diante disso, após 14 anos de estudos, Denise desenvolveu uma técnica de cirurgia menos invasiva, 100% brasileira, que faz a correção de malformações dos fetos, sem precisar abrir a barriga da mãe. Nesse caso, são feitos 4 furos para introdução dos equipamentos e realização dos procedimentos necessários.

Como foi demonstrado recentemente, outras doenças do feto também podem ser corrigidas ainda dentro da barriga da mãe, isso porque foi realizada com sucesso uma cirurgia inédita, que também contou com a participação da doutora Denise, em que foi possível operar o intestino do feto com malformação.

Bônus: Raul Lamim e Elvis Presley

Quantas lendas estão por trás da morte do “rei do rock”, Elvis Presley, ocorrida no ano de 1977. Muitos, inclusive, afirmam até hoje, que o astro ainda está vivo, alimentando teorias da conspiração que provocam dúvidas sobre a realidade dos fatos.

Mas um médico brasileiro, do interior de Minas Gerais, pode afirmar que sim, Elvis faleceu. Isso porque esse mesmo médico, chamado Raul Lamim, foi chamado para participar da necropsia do corpo do astro. A necropsia foi realizada no Baptist Memorial Hospital, local em que Raul Lamim fazia residência médica.

De acordo com a opinião de Raul, o cantor teria caído no sono em uma posição que o impediu de respirar, provocando sua asfixia e morte. Os sinais encontrados no corpo de Elvis, como a pele azulada, segundo Raul, puderam evidenciar grande sofrimento respiratório.

Conhecia alguma dessas descobertas realizadas por médicos brasileiros? Qual delas foi a mais surpreendente? Conte para gente!

Imagem de capa depositphotos

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