Por que você não deve ter medo dos pesadelos e como eles podem nos ajudar

Psicologia
há 1 ano

O cochilo depois do almoço ou o sono ao fim do dia é algo que muitos de nós almejam. Afinal, é quando finalmente conseguimos o nosso merecido descanso. E uma coisa em comum que muitos têm durante esse período são os sonhos — momento em que podemos ter experiências fantásticas, como voar.

Já os pesadelos são menos bem-vindos, mas podem ter grande serventia no nosso dia a dia. Separamos a seguir quais são os pontos positivos de ter pesadelos, para você não ter mais medo deles. Confira!

O que são os pesadelos?

Ao menos uma vez na vida enfrentamos os pesadelos, aqueles sonhos ruins que nos atormentam pelo que pareceram horas, mas acontecem apenas por uma fração de tempo na realidade. Ainda assim, acordamos esbaforidos, suados, e até mesmo chorando, logo nos dando conta que tudo não passou de um susto. Esse tipo de sonho pode ser perturbador e bastante incômodo para quem o vive.

O pesadelo ocorre durante o sono REM, sigla em inglês para movimento rápido dos olhos, que está associado aos sonhos mais intensos. Muitas vezes, quando acordamos, ainda ficamos com a sensação do que foi vivido no pesadelo, deixando uma angústia e ansiedade. Além dos sintomas físicos como alterações na frequência cardíaca ou sudorese.

O estresse e o pesadelo

Os pesadelos não são únicos, ou seja, cada um vivencia o seu, assim como, cada um tem uma frequência na qual esses sonhos acontecem. Todavia, existe um fator comum que ocasiona esses pesadelos com mais frequência: o estresse. Ou seja, pessoas que sofrem pressão regularmente possuem mais chance de vivenciarem os pesadelos.

E os pesadelos ocorrem independentemente da idade. É muito comum vermos crianças acordando assustadas e chorando, pois presenciaram algo ruim durante o sono. Isso é normal, porque na infância o cérebro ainda está em desenvolvimento, deixando-as mais suscetíveis a esses acontecimentos.

Pesadelo a favor da vida real

Ainda que os sonhos ruins pareçam coisas assustadoras de acontecer, eles possuem grande serventia em nosso dia a dia. Estudos realizados apontam que as emoções vivenciadas nos pesadelos servem para auxiliar na resolução dos problemas reais. Joanne Davis, psicóloga clínica da Universidade de Tulsa, nos Estados Unidos, começou um estudo para descobrir a relação entre os sonhos, distúrbios psicológicos e como eles são importantes para nos manter emocionalmente estáveis ​​quando estamos saudáveis.

É durante nosso período de descanso que organizamos nossas memórias do dia, como em um arquivo, deletando e pondo em ordem os acontecimentos. Para estudiosos, isso ocorre durante o estágio REM, que acontece ao pegarmos no sono ou durante o momento que estamos para acordar. São nesses instantes que nossas memórias mais emotivas são armazenadas.

São as memórias mais significativas que costumam ser temas dos nossos sonhos. Por isso que o pesadelo pode ser tão benéfico, durante o período de REM as nossas memórias se fortalecem, ajudando a aliviar as reações emocionais que vêm depois dos eventos que ocorreram. É como se estivéssemos mais preparadas para levar uma bronca, por exemplo, ou para enfrentar uma briga com os irmãos.

Os pesadelos atingem duas áreas do cérebro, o lobo insular e o córtex cingulado, mas o que isso significa? De acordo com cientistas, essas são as áreas responsáveis pelo medo, sendo assim, quando temos um pesadelo e depois vivemos algo parecido quando acordados, nos sentimos menos assustados. Os pesadelos funcionam como uma espécie de escudo, deixando as pessoas mais calmas e preparadas para encarar o medo quando estão acordadas.

Pesadelo crônico

Apesar de os pesadelos serem de alguma maneira bons para o nosso dia a dia, eles não devem ser confundidos com pesadelos crônicos. Ou seja, quando eles são tão presentes e intensos que acabam influenciando nossa vida.

Um estudo vem sendo efetuado para tentar sanar esses problemas. A Universidade de Genebra fez uma experiência com 36 portadores do transtorno de ansiedade onírica. Cada membro passava por uma sessão de terapia para relembrar os pesadelos que ocorrem com mais regularidade, a ideia era tentar interpretá-los de outra forma, visando eliminar a ligação deles com a sensação de medo.

Além disso, um som também era tocado durante as sessões, e esse mesmo barulho era efetuado enquanto a pessoa dormia em casa. Por fim, o resultado foi positivo, já que o grupo que recebeu o tratamento completo (sessões mais os sons) tiveram menos pesadelos. Com isso, conseguiam seguir a vida de forma mais natural, sem os tais “fantasmas” dos pesadelos os atormentando dia e noite.

Bônus: sonhos projetados

Mediante tantos estudos sobre os sonhos, algumas coisas foram descobertas, como a possibilidade de eles sofrerem interferência do ambiente externo. Sabe quando você escuta o despertador tocando e isso parece uma música de fundo do seu sonho? Bem, esse é um exemplo do ambiente externo reproduzindo mensagens nos seus sonhos.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT, criaram um sistema para tentar inserir ideias durante os sonhos. Os elementos começaram simples, como tentar induzir os participantes a sonhar com algum objeto. A partir disso, outros estudiosos tiveram ideias semelhantes, entre elas, a de influenciar decisões de compra.

Na China, eles testaram as pessoas a selecionarem marcas de comidas por meio dos sonhos. No início os participantes selecionavam suas marcas favoritas, mas durante o sono, outras eram apresentadas. Após acordadas, as pessoas acabavam optando por aquelas citadas durante os sonhos. Portanto, por meio desses estudos, é possível afirmar que os sonhos têm efeitos sobre nossos aprendizados. Não só em experiências laboratoriais, como também em casa.

Você costuma ter pesadelos? Como reage a eles? Já vivenciou alguma coisa que tratou com mais calma, porque já tinha vivido algo parecido em um sonho? Compartilhe com a gente nos comentários!

Comentários

Receber notificações

Artigos relacionados