Psicólogos descrevem as lições que os pais deveriam ensinar aos filhos
Richard Branson, o bilionário britânico fundador do Virgin Group (que possui, inclusive, uma companhia aérea) disse uma vez: “Se você perguntasse a todos do Planeta quem deu o melhor conselho de sua vida, aposto que a maioria responderia mamãe”. Acreditamos que o restante mencionaria o pai. Então, o que é preciso ensinar às crianças para que, depois de muitos anos, lembrem-se dos ensinamentos com gratidão?
O Incrível.club tem certeza de que seus filhos vão crescer como pessoas dignas e que no futuro poderão agradecer por terem recebido uma boa educação, por isso trouxemos estas 9 principais lições para te ajudar.
1. Cozinhar
Julie Ohana, uma terapeuta ocupacional e de culinária, acredita que cozinhar ajuda a expressar o amor e a desenvolver habilidades de comunicação. É o ato mais puro de altruísmo, que traz felicidade e uma sensação de unidade entre as pessoas. Então, por que não ensinar isso às crianças?
Além disso, para aprender sobre a preparação dos pratos, a criança entenderá rapidamente a diferença entre os alimentos saudáveis e prejudiciais, vai se tornar mais consciente na escolha dos produtos e, talvez, pensará 2duas vezes antes de comprar um hambúrguer.
O conhecido chef britânico Jamie Oliver acredita que as crianças devem se envolver na culinária desde a mais tenra idade. Para as crianças que gostam de cozinhar, comece com receitas simples, deixe-as tocar e cheirar os alimentos e, o mais importante, não hesite em investir o tempo que for necessário para dar explicações sobre o que perguntarem e as ensine como deixar tudo limpo.
2. Expressar afeto
O psicólogo americano Carl Pickhardt diz que muitas crianças ao se tornarem adolescentes (de 9 a 13 anos) recusam-se a manifestações físicas de seus sentimentos e, por vezes, param de aceitar as dos adultos. Nessa fase querem mostrar que são “adultos”, mas, ao mesmo tempo, correm o risco de perder a capacidade inestimável de mostrar o afeto não-verbal.
Você pode ajudar a criança a manter a capacidade de expressar suas emoções fisicamente. Por isso, na idade de transição para a idade adulta, devemos continuar a expressar nosso amor fisicamente, mas de uma forma menos carinhosa. Dar um tapinha no ombro, fazer uma massagem nos pés depois de um treino, um curto abraço ao encontrar são algumas opções excelentes. Depois de um tempo, quando o jovem estiver mais maduro, você pode voltar aos beijos e abraços.
A capacidade de expressar sentimentos fisicamente no futuro vai ajudar o jovem a criar uma relação de confiança com as pessoas, a se sentir mais satisfeito e ser capaz de lidar com o estresse mais facilmente.
3. Ganhar o próprio dinheiro
(e poupar)
Se você deseja o bem-estar financeiro de seu filho, deve fazer duas coisas: ensinar-lhe noções básicas de educação financeira e a trabalhar. A partir dos três anos, pode começar a dizer ao seu filho o que é dinheiro, como ele aparece na família e por que você não pode comprar tudo o que tem na loja. Com uma educação adequada, aos setes anos a criança terá algum entendimento sobre o uso do dinheiro.
Você pode incutir o amor ao trabalho, pedindo-lhe ajuda para pequenas tarefas domésticas, para as compras e no cuidado do gato. Ao mesmo tempo, não deve pagar pela ajuda da criança em casa. Kimberly Palmer, autora de livros sobre a maternidade, defende que as crianças devem realizar as tarefas domésticas não por dinheiro, mas porque são parte da família e dividem suas preocupações e obrigações.
Entre os 10 e 14 anos de idade, quando a criança já sabe como trabalhar e conhece o valor do dinheiro, é preciso ajudá-la a encontrar uma atividade com recompensa monetária. Pode ser ajudar um vizinho, vender morangos da horta ou transmitir simples mensagens. O dinheiro ganho vai deixar a criança sentir a alegria da independência financeira e garantirá sua subsequente aspiração a ela.
4. Ser feliz sozinho
A psicoterapeuta e professora da Northeastern University, nos Estados Unidos, Amy Morin, defende que todos devemos aprender a passar o tempo sozinhos. Essa prática aumenta a capacidade de trabalho e criatividade e evita transtornos mentais. Uma pessoa que é capaz de ficar sozinha sabe melhor quais são suas necessidades e, portanto, é mais bem-sucedida em satisfazê-las.
Você tem de aprender a aproveitar da solidão desde a mais tenra idade. As crianças que conseguem passar um par de horas sem se comunicar com outras pessoas, entretendo-se, na vida adulta se tornam mais independentes e encontram bons parceiros, já que não se apegam à primeira pessoa que conhecem, apenas para não ficarem sozinhas.
Além disso, as crianças independentes são mais criativas e empreendedoras, o que é outro argumento importante para deixar de idealizar mil e uma maneiras de entreter a criança, deixando-a fazer isso sozinha.
5. Não sentir vergonha de ser ela mesma
As crianças muito pequenas não têm problemas para se expressar. Elas dizem e fazem o que sentem, sem tentar agradar ou fazer que alguém goste delas. No entanto, elas entendem muito rapidamente que às vezes é conveniente esconder as emoções e ’serem boas’ para conseguir o que querem: outro doce, ir ao cinema ou o bom humor do pai.
A supressão das emoções é seguida por uso de roupas que não atraem a atenção, medo de contradizer um professor e o medo de dançar de forma ridícula na boate do acampamento de verão. Para que a tentativa de se encaixar do adolescente não se torne uma perda total do eu, os pais devem estar sempre abertos a qualquer manifestação do estado mental da criança e aceitar seus diferentes modos de ser.
Quando as crianças estão confiantes de que as emoções negativas e os desejos ’estranhos’ não os afastarão de seus entes queridos, manterão na idade adulta a audácia de tomar suas próprias decisões e conseguirão levar a vida de forma criativa.
6. Adaptar-se às mudanças rapidamente
Se a criança tiver a tendência de controlar tudo e quiser saber antecipadamente o que vai acontecer, será útil conversar com ela sobre o fato de que as incertezas são parte natural da vida. Mais ainda num mundo em constante mudanças, como o que vivemos neste início de século XXI. Os pais devem ensinar à criança a aceitar as mudanças inesperadas na vida, a não temer mudanças imprevisíveis e a se preparar para receber tanto surpresas agradáveis como as ruins.
Uma percepção positiva das mudanças e a preparação para recebê-las, no futuro ajudará a criança a se adaptar rapidamente às mudanças mais sérias, como de casa, trabalho, aguentar separações e a ter novos relacionamentos. A atitude correta em relação ao imprevisível deve ser inculcada desde a infância, de modo que uma mudança simples, como o fechamento da lanchonete preferida da criança não cause tristeza e revolta.
7. Apoio para não desistir
Terrie Moffitt E., Ph.D. em Ciências Psicológicas da Universidade de Duke, EUA, apresentou os resultados de um estudo mostrando que a capacidade das crianças para o autocontrole em uma idade precoce afeta quase todas as áreas de sua vida: desde a financeira até — imagine isso! — a velocidade do envelhecimento.
Isto também foi confirmado pela conhecida experiência com o marshmallow, da prestigiada Universidade de Stanford, EUA. As crianças que participaram desse teste, que superaram a tentação de comer um doce para, em seguida, imediatamente receber 2 vezes mais, mostraram um maior nível de bem-estar e satisfação em relação à vida.
Se você ensina à criança a ser paciente nas filas e em longas caminhadas, bem como durante o desempenho do trabalho escolar de alto consumo energético, depois de algumas décadas terá toda a chance de se orgulhar de seus progressos. Explique à criança que um grande sonho requer uma persistência metódica e calma e, às vezes, ter capacidade de esperar um pouco mais pode fazer toda diferença.
8. Cuidar dos mais fracos
As crianças costumam receber muita atenção e cuidado sempre. Para uma transição indolor do pequeno para a idade adulta, é importante ensinar à criança desde a mais tenra idade que não só pode receber carinho, mas também cuidar.
Tente encontrar alguém de quem a criança possa se encarregar. A opção ideal seria um animal de estimação: um gato, um cachorro, um hamster. A necessidade de alimentar Tomi ou andar com Rex incutirá na criança um senso de responsabilidade. Mas a ajuda dos pais continuará a ser necessária, a fim de garantir que a criança não fique muito cansada e não desista.
Se houver vários filhos na família, o mais velho pode cuidar dos menores. Apenas não delegue o cuidado das outras crianças sobre seus ombros. A criança não deve cumprir a função dos pais. Você só deve lhe pedir cuidado, carinho e ajuda nas questões simples na hora de cuidar das crianças menores.
9. Manter o asseio do próprio corpo
A questão da higiene infantil é sempre muito importante. Embora seja fácil dar banho em um bebê, uma criança mais velha pode resistir e escapar, então as coisas podem se tornar mais complicadas. Mas você tem de ser paciente e ensinar a criança a se limpar.
É muito importante não enfatizar o mau cheiro (“Você não se parece com uma criança, mas com um porco!”) ou a sujeira dos dentes (“Se você não escovar, vão apodrecer!”), mas sim mudar o foco para o prazer dos procedimentos higiênicos. Uma pasta de dente com um cheiro delicioso, uma escova de dente com desenhos animados, toalhas macias e coloridas, o shampoo com cheiro de chocolate, tradições divertidas na banheira: essas são as coisas que farão a criança correr feliz para o banheiro.
Além disso, não devemos apenas ensinar a criança a apreciar o processo, mas também explicar por que é importante ficar cheirosa, falar sobre a conexão entre a limpeza e o respeito pelos outros. Então, seu pequenino não se tornará em outro senhor com mau cheiro no metrô.
Por quais lições inestimáveis você sente gratidão por seus pais?