Por Que Vênus Gira na Direção Errada

Curiosidades
há 10 meses

Em nosso sistema solar, a maioria dos planetas gira no sentido anti-horário — mas não Vênus. Esse rebelde decidiu ir no sentido horário, e os cientistas ainda estão tentando descobrir o porquê. A propósito, por que os planetas giram? O que define a velocidade de sua rotação? O Sol se movimenta? Aperte o cinto e vamos tentar responder a essas perguntas.
Vênus é o segundo planeta a partir do Sol e o mais quente do nosso sistema solar. Você sabia que ele às vezes é chamado de “gêmeo” da Terra? Isso porque é semelhante em tamanho e composição ao nosso mundinho. Mas é aí que as semelhanças terminam, porque lá é um lugar bem louco, para dizer o mínimo. Por exemplo, o clima. Em Vênus, é sempre quente e nublado. E quando digo “quente”, quero dizer mais de 435 graus! E as nuvens? Elas não são feitas de água, como as da Terra. Em vez disso, são compostas de ácido sulfúrico. Então, sim, você não gostaria de sair sem um bom protetor solar por ali.

E você olhar as fotos tiradas da superfície de lá, poderá ver essas nuvens amarelas tóxicas e paisagens desoladas e rachadas. A espaçonave que capturou isso desligou quase imediatamente após enviar essas imagens! Pobre camarada. Mas a superfície de Vênus não é apenas uma terra sólida, escura e plana. Na verdade, o planeta tem montanhas mais altas que o Monte Everest! E elas não são feitas de rocha, como as da Terra. Em vez disso, são de um tipo de material vulcânico mais denso que a rocha.
Vênus é um lugar bastante assustador e cheio de mistérios. Um deles vem intrigando os cientistas há anos. Trata-se da rotação. A maioria dos planetas em nosso sistema solar gira no sentido anti-horário, mas Vênus não é como os outros garotos. Ele se movimenta no sentido horário. E isso não é tudo! Também gira em torno do Sol mais rápido do que em torno de si mesmo. Em outras palavras, um ano lá passa mais rápido que um dia! É quase como se Vênus fizesse da peculiaridade sua missão de vida. Mas por quê? Bem, os cientistas têm algumas teorias.

A mais popular diz que ele ia no sentido anti-horário como os outros, mas então algo aconteceu para invertê-lo. E o que poderia ser, você talvez pergunte. Um objeto do tamanho de um planeta. Sim. Os astrônomos acreditam que algo enorme uma vez colidiu com Vênus, fazendo-o girar na direção oposta. Dá para imaginar isso como uma tacada de bilhar cósmica, com esse misterioso corpo celeste sendo a bola branca e o planeta a bola-alvo.
Mas não podemos realmente dizer que ele está girando da maneira “errada”. Não existe direção certa ou errada no universo. Na verdade, estamos falando de algo chamado de “rotação retrógrada”. É quando um planeta gira na direção oposta à sua órbita ao redor do Sol. Vênus, por exemplo, tem esse movimento, o que significa que o Sol nasce no oeste e se põe no leste por lá. Então, agora, quando o horóscopo disser algo como “Mercúrio retrógrado”, você saberá o que significa. Ah, mas Vênus não é o único estranho em nosso sistema solar! Definitivamente, existem algumas maneiras malucas pelas quais os planetas podem rotacionar!

Por exemplo, a maioria deles em nosso sistema solar faz isso em torno de uma linha imaginária chamada eixo, que geralmente é reto para cima e para baixo em relação à órbita do planeta ao redor do Sol. No entanto, o de alguns, como o de Urano, é inclinado, o que significa que está quase de lado em comparação à sua órbita. Essa inclinação faz com que seus polos estejam quase no mesmo plano de sua órbita. O resultado? À medida que o planeta orbita o Sol, diferentes partes recebem diferentes quantidades de luz solar, causando variações sazonais extremas. Por exemplo, um polo pode receber luz solar contínua enquanto o outro fica em completa escuridão por um longo período. Urano é o único em nosso sistema solar que gira de lado. Os cientistas acham que poderia repetir a história de Vênus. Era uma vez, um grande impacto que derrubou Urano de seu eixo de rotação original, fazendo-o inclinar-se em um ângulo de 98 graus.
Devemos ser gratos a Júpiter — sua gravidade louca atrai todos os asteroides e nos protege de tais colisões.

Tudo isso é um pouco semelhante a planetas travados por maré. Imagine ir a um encontro com um deles, mas em vez de ser charmoso e misterioso como você esperava, ele está apenas te olhando com a mesma cara a noite toda. Isso é basicamente o que é sair com um planeta travado por maré. Os que são assim giram em torno de seu eixo na mesma taxa em que orbitam sua estrela. Ou seja, significa que o mesmo lado sempre está voltado para ela, enquanto o outro está em permanente escuridão. Estar bloqueado por maré pode ter alguns efeitos estranhos no clima e na temperatura. O lado voltado para a estrela pode ficar extremamente quente, enquanto o outro pode ser incrivelmente frio. A atmosfera também é capaz de ser bem selvagem, com ventos fortes soprando do lado quente para o frio. E isso não acontece apenas com planetas — nossa lua também funciona dessa maneira! Você sabia que sempre vemos apenas um lado dela? O motivo é que ela está travada à Terra pela maré.

Podemos também tomar como exemplo o anão Plutão, que tem uma estranha relação rotacional com sua maior lua, Caronte. Eles são travados por maré, o que significa que sempre se encaram com o mesmo lado. Como resultado, Plutão e Caronte parecem “valsar” em torno de um centro de gravidade comum, criando uma dança única no espaço. Mas as esquisitices do nosso Sistema Solar não param por aí. Há também planetas com rotações super rápidas. Enquanto a maioria vai em um ritmo bastante calmo, alguns são velozes no nível do Sonic.

Júpiter, por exemplo, gira uma vez a cada 9 horas e 56 minutos, o que significa que tem um dia com menos de 10 horas de duração! Isso é veloz o suficiente para fazer com que ele se inche em seu equador. E essa rotação rápida também cria fortes faixas de ventos que podem chegar a mais de 640 km/h. E se tudo ainda parece lógico e meio que faz sentido... Então que tal rotações caóticas? Sim! A de alguns planetas é tão irregular e imprevisível que é conhecida como caótica. E geralmente é causada pela influência gravitacional de luas próximas ou outros planetas. E é principalmente o caso de luas e pequenos objetos assim. Em nosso Sistema Solar, alguns satélites naturais de Plutão, Saturno e Netuno são assim.

A propósito, o Sol também gira. No entanto, sua rotação não é uniforme — o equador vai mais rápido que os polos. Bem estranho, não é? Esse fenômeno cria um campo magnético responsável por eventos como manchas e erupções solares. Mas tudo isso levanta um tópico interessante... Por que os planetas giram em primeiro lugar? Talvez soe como uma pergunta boba. Mas você consegue dizer o motivo? A resposta pode ser um pouco mais complicada do que se imagina.
Tudo começou há cerca de 4 bilhões e meio de anos, com a formação do nosso sistema solar. E teve início como uma grande nuvem de gás e poeira. À medida que ela passou a se contrair devido à própria gravidade, começou a girar cada vez mais rápido, como um pião. Esse movimento fez com que a nuvem se achatasse em uma forma de disco.

Conforme ela continuou a se contrair, o centro se tornou mais denso e quente, eventualmente formando o Sol. Enquanto isso, o material no disco começou a se agrupar e formar planetas. Mas como esse disco já estava girando, o movimento foi herdado por eles à medida que se formavam. Em outras palavras, rotacionam por inércia, herdaram o movimento da nuvem de gás e poeira da qual tiveram origem. Isso é conhecido como a conservação do momento angular. É o mesmo princípio que faz com que os patinadores de gelo girem mais rápido quando trazem os braços para dentro. Da ultrarrápida de Júpiter à bizarra rotação reversa de Vênus, fica claro que nosso sistema solar está cheio de surpresas. Mas, graças às leis da física e à atração gravitacional do Sol, esses planetas continuam girando, acompanhando o ritmo constante do cosmos.

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