Por que seu tipo de apego pode causar relações pouco saudáveis e como mudar esse quadro

Psicologia
há 3 anos

As experiências vividas e os vínculos emocionais que estabelecemos desde a infância moldam a forma como nos relacionamos com as outras pessoas. É o que se conhece como apego. Existem diferentes tipos de apego, e eles identificam comportamentos específicos, chegando a influenciar na conexão que temos em se tratando do relacionamento amoroso.

Alguns dos comportamentos das diferentes formas de apego podem gerar relações tóxicas. Por outro lado, aprender sobre eles costuma nos ajudar a entender e a estabelecer vínculos saudáveis com os demais.

Incrível.club se aprofundou a respeito das recomendações dadas por especialistas para que seja possível melhorar os tipos de apego e favorecer a saúde dos relacionamentos.

Tipos de apego

1. Apego seguro

O que caracteriza as pessoas com apego seguro são os relacionamentos a dois baseados na confiança e na comunicação. Esses indivíduos não veem problemas em ser autênticos nem em se mostrar vulneráveis diante do parceiro ou parceira. A proximidade com outras pessoas não os incomoda, e eles costumam expressar abertamente os próprios sentimentos.

A cordialidade e o amor que eles expressam é genuíno. São pessoas independentes, mas isso não as impede de criar vínculos fortes. Se caracterizam por uma boa autoestima, o que faz com que essas pessoas compreendam e aceitem os pequenos defeitos do outro. Diante de conflitos, preferem encará-los e resolvê-los da melhor maneira, e tudo isso faz com que o apego seguro seja o estilo ideal para a construção de relacionamentos saudáveis.

2. Apego ansioso

Nesse tipo de apego, a pessoa se sente angustiada pelo relacionamento. Constantemente, ela pergunta a si mesma se o outro a ama e se ele continua interessado nela. Prefere satisfazer as necessidades alheias antes das próprias, o que provoca uma sensação de infelicidade. Gente assim tem dificuldade para ser autônoma, o que leva ao surgimento de vínculos dependentes, chegando ao nível de invadir o espaço do parceiro ou parceira.

Essas pessoas se sentem inseguras de si mesmas. Tendem a ser manipuladoras, ciumentas ou até mesmo a provocar ciúmes na outra pessoa quando acham que ela está se afastando. Projetam cenários negativos sobre a relação e têm maior dificuldade em terminar os relacionamentos amorosos.

3. Apego evitativo

As pessoas com o tipo de apego evitativo são as que não buscam relacionamentos estáveis. Quando elas sentem que o parceiro está exigindo maior nível de compromisso, ou se veem diante de situações estressantes, resolvem se afastar. Para tais indivíduos, expressar as emoções e se deixar levar pelas sensibilidade diante dos demais é sinônimo de fraqueza. Assim, preferem cortar os laços que levem a contatos próximos.

Nesse tipo de apego, a independência é mais importante do que ter alguém especial, pois existe certa noção de que a ajuda de terceiros é desnecessária. O mecanismo de proteção dessas pessoas perante a vulnerabilidade é uma elevada autoestima. Ironicamente, apesar de isso ser um traço aparentemente positivo, trata-se de uma autoestima enganosa, com tendência ao narcisismo e à falta de empatia pelos sentimentos do parceiro.

4. Apego desorganizado

De forma geral, situações ocorridas durante a infância dessas pessoas têm ligação com um ambiente em que os adultos agiram de forma irresponsável, desorganizada e imprevisível. Com isso, a vida adulta traz a esses indivíduos uma dificuldade para identificar as próprias emoções e para entender o que as outras pessoas podem sentir. Para eles, a proximidade com os parceiros assusta.

Essas pessoas se caracterizam por terem problemas para se concentrar e pensar de maneira organizada. São emocionalmente instáveis e costumam sentir um frequente mal-estar interno. Podem apresentar tendência caótica quanto aos relacionamentos, mostrando-se distantes ou agressivas; ou são capazes ainda de controlar o outro por meio do cuidado. Se sentem divididas entre gostar do parceiro e o medo de se magoar.

Como transformar nosso apego na versão segura

Controle de emoções

Você não deve se envergonhar nem sentir culpa caso tenha se identificado com algum dos tipos de apegos citados acima. Lembre-se que o apego desenvolvido foi um de proteção, surgido para sobreviver ao longo da vida. Por isso, é importante identificar nossas próprias emoções e aprender a controlá-las.

Analisar os pensamentos e as emoções vivenciadas ajuda a ganhar mais tranquilidade, manter a positividade e, assim, ser capaz de se expressar de forma respeitosa e compreensível.

Estabeleça relações de apego seguro

É comum que uma pessoa com apego ansioso procure se relacionar com alguém de apego evitativo. Parece até uma fórmula: o parceiro ansioso que se acha insuficiente junta as escovas de dente com uma pessoa evitativa, que foge ao menor sinal de conflito. O resultado disso é que os dois tipos de apego acabam confirmando as próprias crenças, postura que pode ser evitada por meio da terapia informada.

Compreender que seu parceiro é um ser independente e que ele está com você por te amar, respeitar e aceitar todas as suas características, ajuda a estabelecer uma melhor comunicação e uma relação saudável. Testar o apego seguro permite a mudança de padrões para amadurecer e entender que a codependência é sintoma de uma relação tóxica.

Não se esqueça do seu valor

Um grande erro ocorre quando a segurança e o amor oferecidos pelo parceiro se tornam a única fonte de força. O amor e a confiança em si mesmo precisam vir de dentro. Gostar de si mesmo e se valorizar faz com que as relações a dois se tornem mais saudáveis. Todos os dias, não se esqueça de lembrar das suas qualidades. Fazendo disso um hábito, sua autoestima ficará bem mais forte.

Faça terapia

Especialistas sugerem que a terapia informada é a melhor forma de ajudar na compreensão das situações que marcam a vida adulta. A prática permite que as pessoas aprendam a ampliar os próprios sentimentos e a expressar melhor as emoções. Ninguém precisa ter medo de mudanças, e sim saber lidar com elas.

A terapia pode ser a melhor maneira de estabelecer relações seguras de apego. Talvez seja complicado no começo, mas com o tempo você aprenderá a ser mais tolerante consigo mesmo, sabendo que, tenha ou não um parceiro, você sempre será uma pessoa completa.

Como você ajudaria alguém a mudar seu tipo de apego? Que atitudes coloca em prática para não esquecer o próprio valor? Deixe um comentário com suas impressões sobre o tema!

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