Estava cansada de viver contando os dias até o próximo salário, então resolvi fazer um experimento. Veja o que aconteceu!
Meu nome é Olga. Recentemente, comecei a perceber que mal consigo chegar até o dia do pagamento. Por mais que eu ganhe, no final do mês só sobram míseros centavos na conta. A sensação de uma ansiedade vaga em relação ao futuro, o medo de ficar sem dinheiro e o desejo de um dia tirar férias se misturaram, e eu decidi: não dá mais para continuar assim. Decidi fazer um experimento de um mês para descobrir se é possível economizar dinheiro sem grandes perdas na qualidade de vida.
Etapa nº 1: controle e análise
Primeiro, dei uma olhada nos meus extratos bancários pra entender onde meu dinheiro tava indo parar. E olha, fiquei bem surpresa (não no bom sentido). Descobri que quase um quarto do meu salário vai pra comida e itens de casa, e mais de 10% pra fast food e cafézinho pra levar.
Outro gasto que se destacou foi com meu gato. Amo demais o bichano e, sem pensar duas vezes, acabo gastando uns 5% do salário com ele.
O transporte também leva uma boa parte do meu dinheiro. Eu geralmente vou pro trabalho de metrô ou ônibus, mas como vivo atrasada, sempre acabo chamando um táxi de vez em quando.
Quando analisei tudo direitinho, percebi que tenho a tendência de gastar por impulso em coisas meio aleatórias: comprar uma bugiganga que achei legal “pra melhorar o humor”, pedir mais um moletom ou acessório, ou até um tapete de yoga (que, aliás, tá até agora parado). Essas pequenas compras foram se acumulando e acabaram dando uma boa mordida no meu orçamento.
Etapa nº 2: reduzir os gastos
Depois de organizar os gastos, percebi que dava pra controlar cada uma dessas categorias, bastava cortar um pouco das minhas “vontades” e começar a gastar com mais consciência. Prometi a mim mesma economizar onde desse, mas sem exagerar.
Porque assim, uma coisa é testar um experimento, outra coisa é viver de miojo, né? Não ia me privar das coisas que gosto. como um tratamento estético ou o café da minha cafeteria favorita. Isso, nem pensar!
Produtos: encontrar uma alternativa
A primeira coisa que decidi mudar foi a forma como faço minhas compras de mercado. Antes, eu ia umas duas ou três vezes por semana, comprando o que me dava vontade na hora. Agora, comecei a ir só com uma lista pronta e a planejar o cardápio com antecedência.
O maior vilão do meu orçamento era a categoria “alguma coisa pra acompanhar o chá”. Só com doces eu gastava cerca de R$ 200 por mês. Barras de chocolate, balas a granel, bolos, biscoitos em pacotes — tudo isso sumia rápido, porque eu não tenho o costume de tomar chá sem um docinho do lado.
Achei que 30 dias seriam suficientes pra me livrar desse hábito alimentar ruim, trocando os doces caros e calóricos por opções mais saudáveis, como frutas secas e cristalizadas
O resultado superou todas as minhas expectativas. Por algum motivo, não senti vontade de comer quilos de frutas secas e cristalizadas, e o desejo por doces diminuiu bem rápido. No mês, comi apenas 200g de uvas-passas, 200g de damasco seco, 100g de ameixas secas e 500g de abacaxi desidratado. Meus gastos com doces para o chá caíram de R$ 155 para R$ 27. Isso foi uma economia de R$ 128 e, de quebra, menos 2 kg na balança.
Também substituí alguns outros produtos. Por exemplo, comecei a comprar leite em saquinho em vez de garrafa. A diferença era de R$ 1,70 por litro. No fim do mês, economizei R$ 13,60.
Em vez de comprar saladas embaladas, como alface americana e romana, passei a comprar no mercado aquelas verduras que conheço desde a infância, como salsinha, endro, cebolinha e azedinha das barracas das velhinhas. Antes, eu gastava no mínimo R$ 13 por semana com saladas (R$ 52 por 4 semanas), mas agora esses mesmos R$ 13 cobrem todas as despesas com verduras por um mês.
Além disso, descobri que comprar misturas de vegetais a granel é mais barato do que adquirir os mesmos vegetais embalados. A economia foi de R$ 7,50 por kg. No final do mês, consegui economizar R$ 30 no orçamento.
Antes do experimento, eu tinha o hábito de me presentear de vez em quando com peixe levemente salgado, como salmão ou truta. Toda semana, eu comprava de 250 a 300 g do delicatessen e gastava de R$ 150 a R$ 165 por mês. Percebendo que essas despesas eram excessivas, decidi comprar peixe fresco e salgar eu mesma. A receita que encontrei na internet era surpreendentemente simples, e o peixe ficou muito mais saboroso do que o comprado na loja. No final do mês, os gastos com meu prato favorito foram de R$ 80, o que representou uma economia de R$ 115.
Enquanto fazia as contas, percebi que frequentemente estava jogando fora produtos estragados que não dava tempo de consumir. Por exemplo, o queijo que eu comprava parecia estar coberto por um revestimento pegajoso em apenas 4 dias. Para evitar jogar R$ 50 a R$ 100 no lixo toda vez, comecei a ralar o queijo restante no 3º dia e congelar. O queijo fica crocante e mantém suas propriedades e sabor. Fica muito mais fácil adicionar na lasanha e na massa.
Transporte: despesas não essenciais
Mudei também meus hábitos em relação ao transporte. Com o verão chegando, andar de transporte público, suando, não era muito agradável, e pegar táxi toda vez estava caro. A solução foi óbvia: caminhar até o trabalho, que fica a 5 estações de metrô.
Aqui, o custo do transporte público é R$ 6. Eu gastava cerca de R$ 360 por mês com deslocamento. Não consegui eliminar totalmente o transporte, então cortei metade das viagens: ia de metrô para o escritório pela manhã e voltava a pé.
No começo, voltava para casa completamente cansada, mas com o tempo comecei a gostar: a caminhada longa ajudava a aliviar a cabeça depois do trabalho. Tentei algumas vezes ir a pé de manhã, mas era muito cansativo. No geral, consegui economizar R$ 210 no mês do experimento.
Manter um gato: pode ser mais barato
Economizar com o meu pet é bem complicado. A principal dificuldade é que ração de qualidade é cara, e a mais barata pode levar a problemas de saúde e a gastos com o veterinário. Meu gato come ração seca e úmida de uma marca específica.
Encontrei uma solução: em vez de comprar várias pacotes de ração a R$ 73 cada, encontrei um fornecedor onde posso comprar uma grande quantidade de uma vez — 26 pacotes por R$ 1.159, o que dá menos de R$ 45 por pacote. Quando recebi o pedido em casa, só me perguntei: “Por que eu não fiz isso antes?” A economia foi de R$ 739.
Sem fast food e café para viagem
Como eu já falei, não tava disposta a abrir mão das minhas pequenas alegrias. A ideia principal era passar de um consumo impulsivo para algo mais consciente. Primeiro, estabeleci que não ia mais comer fast food toda hora — no máximo uma vez por semana. E o café? Transformei em um ritual especial: só duas vezes na semana e apenas na minha cafeteria favorita, nada de beber na pressa. Com isso, consegui reduzir meus gastos de R$ 1.400 para R$ 600.
Quanto às compras por impulso, tive que esquecer de vez. E não foi difícil. Adotei a regra de que, se eu puder esperar até o dia seguinte para comprar alguma coisa, é porque eu não preciso realmente daquilo.
Passo nº 3: Economizar de verdade
Começando o experimento, eu não tinha certeza se conseguiria seguir até o final, então me preparei: ativei a função de “arredondamento de compras” no app do banco. Eu podia arredondar os gastos no cartão para R$ 10, R$ 50 ou R$ 100. Escolhi o meio-termo. Por exemplo, se eu comprava algo por R$ 132, R$ 18 iam direto para a minha poupança. No final do mês, consegui acumular R$ 2.145 nessa conta especial.
Além disso, decidi criar uma rotina para economizar dinheiro. Todo dia, eu colocava uma certa quantia na poupança: no 1º dia, R$ 1; no 2º dia, R$ 2; no 3º dia, R$ 3... e assim por diante durante 30 dias. Dessa forma, ao guardar um pouco a cada dia, sem perceber acumulei R$ 465.
Conclusão: resultados do experimento
Os resultados do experimento foram ótimos: sem grandes esforços, consegui economizar mais de R$ 2.600, o que é quase 20% do meu salário. Não precisei viver com restrições extremas, como comer só pão e água, e nem parei de gastar em pequenas coisas que me davam prazer, como o café. Além disso, me senti muito melhor — deixar de lado os doces e fazer caminhadas teve um impacto positivo.
Comparar preços, planejar o menu semanal e procurar descontos pode parecer chato e cansativo, mas, na verdade, traz uma sensação de estabilidade e confiança no futuro. Agora, juntar dinheiro para uma viagem não parece mais um problema tão grande; basta evitar gastos desnecessários e economizar regularmente, mesmo que em pequenas quantias.
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