12 Histórias assustadoras que provam que a realidade supera a ficção

Você passou a vida inteira pesquisando micro-organismos. Nos últimos anos, criou um dispositivo que pode diminuir o seu tamanho. E, finalmente, ele está pronto. No início, você quer encolher até ficar do tamanho de um polegar, então provavelmente conseguirá ver alguns micróbios a olho nu. E então, depois de mais experiências, espera encolher e ficar do tamanho de uma bactéria. Para tornar essa jornada segura, veste um traje especial, parecido com uma roupa espacial. Ele é equipado com um sistema de suporte de vida.
Você direciona um feixe do dispositivo para si mesmo. Ele vai alterar sua massa e volume. Para retornar ao estado anterior, é preciso parar sobre uma plataforma redonda do tamanho de um disco de hóquei. Você a coloca perto dos seus pés para que consiga subir facilmente quando ficar menor, pressiona o botão e ativa a máquina.
Oh oh. Algo está errado. O dispositivo dá um erro e o encolhe não para o tamanho de um polegar, mas mil vezes menor. E fica do tamanho de uma bactéria. Ops. E percebe isso quando uma mosca do tamanho de um avião passa ao seu lado durante o encolhimento. Você fica tão pequeno que os pelos do tapete sobre o qual estava parado parecem ter o tamanho de árvores enormes.
Não entre em pânico. Você precisa encontrar o disco e subir nele para retornar ao seu tamanho normal. Ele estava bem próximo aos seus pés, a apenas alguns centímetros de distância. Espere, mas o que é um centímetro agora, quando 1.000 pessoas do seu tamanho cabem na ponta de um fio de cabelo humano...?
Você decide escalar os pelos para ver onde está o disco. E não consegue ver o teto do laboratório. A sala está fora de foco por causa do tamanho enorme dela. Você está cercado por milhares de bactérias. Elas são muito diferentes em tamanhos e cores. Mas é possível identificar três formas principais.
Bactérias redondas que parecem esferas são cocos. Elas podem se fundir e aumentar de tamanho. As cilíndricas em forma de cápsula que parecem salsichas ou bananas são bacilos. E as espirais são chamadas de espirilos. No final do corpo, elas têm um cílio semelhante a um cabelo. As bactérias são essenciais para o nosso planeta. Elas ajudam a produzir oxigênio e a absorver dióxido de carbono. Purificam a água e o ar, digerem a comida dentro dos nossos estômagos e melhoram nosso sistema imunológico.
Elas estão rastejando no chão por todo o tapete. Você começa a escalar o pelo. No caminho, encontra cocos que parecem batatas enormes, e espirilos parecidos com espaguete. Depois de algumas horas, finalmente alcançou o topo do tapete. No seu caso, pareceu muito tempo, mas, na verdade, apenas alguns minutos se passaram. Quanto menor o tamanho, mais lento será o tempo. Lembra de como é difícil matar uma mosca? Isso porque ela vê seus movimentos em câmera lenta.
Então, olhando ao redor, você vê uma floresta de pelos sem fim. Ao longe, pode ver a silhueta de uma grande montanha com um topo plano. Ela parece maior do que o Everest sob sua perspectiva. Ótimo, agora você só precisa chegar lá vivo. De repente, uma enorme bactéria o ataca por baixo. São vários bacilos unidos. Eles parecem um monte de salsichas. Para escapar, você pula para baixo. E pesa tão pouco que cair de qualquer altura é seguro.
Você corre pela floresta densa. E percebe que quase todas as bactérias estão indo em sua direção. A maioria delas come matéria orgânica, como glicose ou carboidratos. E agora, sorte sua — você é a maior fonte de carboidratos. Micróbios menores grudam nas suas pernas, braços e rosto. Você os sacode e cai. Vários bacilos unidos estão se aproximando, mas então um objeto redondo com pontas, do tamanho de uma bola de futebol, bate neles. Dá pra ver muitas dessas bolas e perceber que são vírus. Microrganismos que não conseguem viver separados das bactérias. Para se reproduzir, eles precisam infectar um ser vivo.
Os vírus entraram na bactéria. Outras bactérias que os perseguiam também são atacadas. Você vê uma gigantesca que se parece com um Boeing sem asas. Ela é um tipo de cocos: várias bolas grandes presas umas às outras e prestes a comê-los. Agora uma bola de futebol pequena e espinhosa entra no corpo dela. A bactéria estremece e congela. Depois de um momento, um buraco aparece nela e centenas de milhares de vírus voam para fora. Eles estão por toda parte e procurando por um novo hospedeiro.
Bolas espinhosas voam em sua direção em alta velocidade. Você pega um fiapo e o balança como um taco de beisebol. Aí luta contra os vírus um a um. Seu bastão quebra e você foge. Parece que está seguro agora. E entrando em um campo enorme. Não há nada aqui além de bactérias. Agora percebe que esta é uma pequena mancha no tapete que você acidentalmente queimou alguns meses atrás. Há um bilhão de micróbios aqui e eles estão se multiplicando incrivelmente. Uma bactéria aumenta de tamanho e se divide em duas. Após alguns minutos, essas duas também crescem e se dividem. Agora, são quatro delas. A colônia delas cresce exponencialmente.
Com uma reprodução tão rápida, uma única bactéria pode criar descendentes pesando cerca de uma tonelada em 24 horas. Após 5 dias, ela será capaz de preencher todos os mares e oceanos. Felizmente, a velocidade com que elas se dividem é igual àquela de como se acabam. Sêca, um raio de luz, altas temperaturas, umidade... Todos esses fenômenos controlam a população de micróbios. Em condições ideais, as bactérias são capazes de dominar o mundo inteiro.
Você segue seu trajeto através de um campo de microrganismos. As bactérias grandes consomem as pequenas. Elas se multiplicam e estão sendo destruídas. É um mar de vida em ebulição. Você sente que seu pé está preso. E pisou em algo pegajoso. Logo abaixo, uma grande bactéria esférica rasteja para fora do chão. Ela está conectada a outras bactérias e não tem uma determinada forma. Parece uma biomassa pulsante sem forma. A criatura está se agarrando ao seu corpo, o envolvendo.
Parece que você está sendo absorvido por uma gelatina quente. A bactéria comprime seu peito. Fica difícil respirar e se mover. Nesse momento, algo que parece um parafuso de metal se choca contra a bactéria. Um grande diamante surge em seguida. Depois disso, várias pernas finas e lisas parecidas com agulhas curvas entram também.
Todos esses detalhes se juntam e se transformam em uma estranha criatura dentro do micróbio. Um diamante é preso a uma extremidade do parafuso e as pernas da agulha se fixam. Várias dúzias dessas criaturas invadem o corpo da geleia. Elas se conectam e formam um exército de robôs. Todas saem de um pequeno orifício na bactéria e destroem o micróbio. Você escapa e se vê no meio do caos.
O pequeno robô com um diamante no lugar da cabeça é chamado de bacteriófago. Apesar de sua aparência, ele é criado pela natureza, e não artificialmente. O objetivo dos bacteriófagos é atacar e destruir bactérias por dentro. É assim que se reproduzem. Essas criaturas estão ao nosso redor em todos os lugares e controlam a população de micro-organismos.
Quando as bactérias se multiplicam dentro do corpo humano, deixam resíduos de decomposição que são prejudiciais para o corpo, por isso ele tem que lutar. Às vezes, os médicos usam bacteriófagos para ajudar as pessoas a se livrarem dos micróbios nocivos. Eles não atacam nada além de bactérias.
E agora você vê centenas de bilhões de bacteriófagos destruindo bilhões de bactérias. Os diamantes ambulantes saltam sobre uma delas, mergulhando suas cabeças nela, e liberam o código genético, que são partes separadas que se reúnem em novos bacteriófagos.
Você continua seu caminho e leva alguns diamantes só por garantia. A estrada é longa, mas depois de algumas semanas finalmente consegue chegar ao disco. No fluxo normal de tempo, já passou uma hora.
Você está exausto e ainda tem o desafio de chegar até no topo. O disco é tão alto que não dá pra ver o topo dele. Você não pode dormir, pois corre o risco de acordar dentro de algum micróbio. Ainda existem muitos bacteriófagos por aí, mas é melhor não arriscar.
Um estrondo ensurdecedor sacode o ar. É como se uma turbina de avião estivesse passando bem perto de sua orelha. Você está olhando para cima. Uma criatura do tamanho de uma cidade pousa no tapete vindo de cima. Ela bate as asas e faz esse barulho. As asas criam um furacão. Você agarra os pelos do tapete para evitar que seja levado pelo vento. A criatura cheira mal. Uma de suas pernas lembra um grande arranha-céu. Aí percebe que é uma mosca. Esta é sua chance de chegar ao disco.
Grandes olhos laranja, divididos em milhares de segmentos, parecem dois planetas. Você sobe na ponta da perna da mosca. O inseto foge e você segura firme. O tapete está se afastando cada vez mais. De cima, dá pra ver o topo do disco. Ele é tão largo que não é possível enxergar a borda redonda. Você solta a mosca e cai. No ar, passa por milhões de bactérias. Finalmente, pousa na superfície sólida do disco. O dispositivo é ativado e você volta ao seu tamanho normal. E é, de fato, um inseto sortudo.