Fomentar estes 6 aprendizados pode evitar a masculinidade tóxica nos meninos

Psicologia
há 5 anos

A masculinidade tóxica refere-se a certas atitudes ou maneiras de agir dos homens que afetam a interação com o gênero oposto e o desenvolvimento da pessoa que os pratica. Está relacionado à repressão emocional, à ideia errada de que ser homem é sinônimo de ser forte e invencível e à entrega excessiva ao trabalho. Atitudes assim podem causar violência, falta de autoestima ou problemas de saúde nos homens, como o estresse. Felizmente, isso pode ser evitado com uma educação consciente desde os primeiros anos de vida.

Incrível.club compilou uma lista de bons hábitos que poderiam ajudar seu filho a ser mais autêntico e a se sentir bem com ele mesmo, impedindo-o de cair na masculinidade tóxica.

Ajude-o a criar sua linguagem emocional

Até pouco tempo atrás, a transparência das emoções era considerada coisa de mulher. E, de fato, ficou provado que existem diferenças entre como homens e mulheres são capazes de identificar, processar e divulgar como experimentam situações que podem surgir em suas vidas. É por isso que é da maior importância que os meninos mais novos comecem a desenvolver seu próprio “código” para deixá-las sair. Muitas vezes, a masculinidade tóxica se esconde por trás de emoções reprimidas que não encontram uma saída para serem reconhecidas e liberadas.

Pergunte como seu filho se sente e permaneça aberto ao que ele tem a dizer, pois não há resposta certa ou errada. Permita que se expresse de maneira pacífica, para que ele mesmo possa entender que não há nada de errado com o que se passa por dentro. Dessa forma, aprenderá a desenvolver uma linguagem com a qual se sinta à vontade com suas próprias emoções. Quando for um homem adulto, isso também o fará respeitar e valorizar os sentimentos das pessoas ao seu redor.

1. Fomente o autocuidado

Tanto meninos quanto meninas podem se beneficiar desta prática. O hábito de cuidar de si desde cedo permanece mais tempo na idade adulta na maioria dos casos e é mais comum em mulheres do que em homens. Atividades como boa nutrição, atividade física, conhecer o próprio corpo e todas aquelas cujo objetivo é um estado ideal de saúde ajudam a construir a autoestima. Não basta amar a si mesmo se não sabemos como colocar em prática.

Desde muito cedo, ensine seu filho a importância de manter uma rotina saudável, envolva-o em sua própria alimentação, permita que ele escolha suas próprias roupas e ajude-o a saber o que acontece em seu corpo quando se exercita ou quando faz escolhas saudáveis ​​que talvez, a princípio, pareçam menos divertidas. Quando um adulto é capaz de amar a si mesmo, é muito provável que seja mais fácil demonstrar amor pelos outros.

2. Exponha-o a diferentes atividades

Durante décadas, certas atividades foram destinadas às meninas, como dança, canto e outras expressões artísticas. Mas a verdade é que a arte é capaz de dar lugar a nossas emoções de uma maneira que o esporte não pode fazê-lo e, o mais importante, alguns meninos gostam. Apenas tente mudar a ideia de que o gênero deve influenciar nossas atividades.

Deixe seu filho explorar a própria curiosidade e descobrir o que atrai a atenção dele. Abra as possibilidades de atividades que o façam se sentir em harmonia consigo mesmo: esportes, artes visuais, teatro, ciências, atividades altruístas e ambientais, entre muitas outras que, além de tudo, podem ajudá-lo a desenvolver melhor sua inteligência e suas habilidades no futuro.

3. Valorize seus esforços

Meninos e meninas precisam de valorização para promover a autoestima, cada um à sua maneira. Hoje, porém, as mulheres têm maior autoestima que os homens, pois estão mais expostas à avaliação externa. No caso dos homens, a história é muito diferente, porque a necessidade de sentirem-se valiosos permanece escondida, causando falta de apreço pelos outros.

Portanto, reconheça as realizações de seu filho, suas boas atitudes e como ele é bonito. Não precisa exagerar, simplesmente com elogios honestos você pode ver a diferença na sua vida adulta. Todos os seres humanos precisam se sentir amados por quem os cerca, saber que valem algo para a família, que fazem bem as coisas e, portanto, são capazes de compartilhar o amor que recebem com aqueles que os rodeiam.

4. Cuidado com suas palavras

Em geral, as crianças são muito receptivas às palavras de seus pais, e isso vai formando o modo como elas pensam e digerem as informações que lhes chegam o tempo todo, porque, ao copiarem seus pais, também absorvem seus pensamentos. Quando falamos constantemente sobre o mau tempo, é muito provável que, no futuro, nossos filhos pensem que o clima também é horrível, apenas para dar um exemplo.

Evite frases como “você parece uma menina”, “meninos não choram”, “todos os homens são iguais”, “essas brincadeiras não são para homens”, “rosa é para mulheres”, entre outras. É improvável que estejamos cientes da nossa linguagem o tempo todo. No entanto, saber que nossas palavras estão formando a psique dos pequenos e que isso determinará seu comportamento pode fazer com que nos expressemos de uma maneira muito mais consciente e compassiva.

5. Permita-lhe ser vulnerável

Como mencionamos nos pontos anteriores, a expressão de emoções é muito importante no desenvolvimento e na saúde de uma criança. Atualmente, as meninas expressam sentimentos mais positivos, como alegria, e internalizam emoções como ansiedade ou preocupação. Os meninos, por sua vez, tendem a terceirizar sentimentos de raiva, mais do que qualquer outra emoção. Mas isso não significa que as demais deixem de estar presentes neles.

Existe a ideia de que os homens precisam ser fortes o tempo todo, de que não devem chorar e nem deixar que vejam sua fragilidade. Permita que seu filho se sinta desprotegido, triste ou ansioso. Dessa forma, ele será capaz de se conhecer melhor e saber que não está equivocado pelas emoções que está experimentando no momento, em vez de todas elas serem traduzidas em raiva. Ajude-o a trabalhá-las e lhes dê uma saída positiva. Dar-lhes um lugar é tão benéfico para os homens quanto para as mulheres.

6. Ensine-o a ajudar os outros

Ajudar os outros gera empatia, e estar ciente da realidade de outras pessoas nos torna mais conscientes de nossas próprias situações, mas também desperta compaixão e respeito pelos outros. O comportamento daqueles que prestam um serviço público que, por exemplo, beneficia diretamente o meio ambiente, é mais pacífico e amável, pois fazer os outros felizes também nos enche de felicidade.

Ensine seu filho a olhar em volta, incentive-o a ajudar os outros em situações que não os favoreçam, em vez de ensiná-los a evitá-las. Incentive-o a fazer uma boa ação de forma desinteressada, ou inscreva-o em atividades que possam contribuir para a conservação do meio ambiente. Leve-o para asilos ou orfanatos para compartilhar tempo com outras pessoas diferentes dele, para que suas interações sociais sejam mais saudáveis.

Que outro aprendizado você acha importante para criar homens mais saudáveis? Acha que é possível erradicar esse tipo de atitude em idades mais avançadas? Compartilhe seu ponto de vista conosco nos comentários.

Ilustradora Xenia Shalagina exclusivo para Incrível.club

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