22 Pratos portugueses com nomes hilários que costumam confundir os brasileiros
Olá! Eu sou a Fernanda, uma jornalista brasileira que adora morar em Portugal. Apesar de já ter construído uma vida em Lisboa e me sentir totalmente à vontade por aqui, tem coisas com as quais eu acho que nunca vou me acostumar! Entre elas estão os nomes hilários de pratos portugueses, que me “matam” de rir toda vez que vou a um restaurante.
Especialmente para o Incrível.club, fiz uma seleção que prova ser necessário ter maturidade para viver em Portugal. Confira!
Bitoque
Quando cheguei a Portugal, eu simplesmente não conseguia pedir bitoque nos restaurantes. Não que eu esperasse que o garçom fosse me dar uns beijos, mas só de imaginar essa cena, eu já mudava de ideia. Uma pena, pois o prato é tradicional, simples e saboroso.
Por aqui, bitoque é um bife bovino fatiado fino, com um ovo estrelado em cima e um molho bem condimentado à base de azeite e alho. Geralmente, ele é servido em uma travessa individual que vai ao forno e chega à mesa pelando. Acompanha batata frita e, em alguns restaurantes, arroz e salada.
Prego
O prego é best-seller em Portugal quando o assunto é comida de rua. Trata-se basicamente de um sanduíche de pão com carne. A versão ideal tem um bife bovino fino bem molhadinho, que dá conta de umedecer o pão fresco. Bem prático para sair comendo pelas ruas.
Sopa azeda
Você pediria uma sopa com esse nome? Confesso que por um bom tempo eu não...
A sopa azeda é originária da Ilha Terceira (salvas controversas), no arquipélago dos Açores, e de azeda não tem nada. O nome se deve ao fato do prato levar vinagre.
Essa sopa é especial porque, além do vinagre, ela tem açúcar e canela, que compõem um sabor exótico. Na lista de ingrediente também tem: feijão amarelo, batata-doce, batata e abóbora. Tudo isso temperado com sabores portugueses.
Sopa da pedra
O prato ganhou esse nome por ser associado a uma lenda. Segundo contam, um frade exausto e faminto após peregrinar o dia todo decidiu parar para descansar em um vilarejo. Ele bateu na porta de uma casa com apenas uma pedra nas mãos, perguntando se podia entrar para preparar uma sopa. Encafifados, os moradores permitiram que ele cozinhasse. O peregrino então pediu uma panela com água e, aos poucos, se aproveitando da curiosidade dos anfitriões, foi acrescentando ingredientes:
— Posso usar um fio de azeite?
— Isso fica bom mesmo com toucinho, vocês têm?
— Me permitem misturar um pouquinho desse feijão para engrossar a sopa?
E por aí vai... até que o prato ficasse do jeitinho que ele queria.
A sopa da pedra é uma sopa simples, a famosa comida de vó. Ela leva feijão vermelho, embutidos, batata, coentro e o que mais tiver na geladeira.
Tripas à moda do Porto
Ao contrário de alguns pratos dessa lista que parecem ter sido nomeados para nos confundir, as tripas à moda do Porto são exatamente o que o nome diz: um prato de tripas originário da cidade do Porto. Os habitantes da região são, inclusive, apelidados de “tripeiros”, ou seja, pessoas que comem tripas.
O prato é parecido com a nossa dobradinha com feijão branco. Ele consiste na mistura de bucho com outras carnes e embutidos, cozidos com feijão branco e vegetais.
Secretos de porco preto
“Secreto” é um músculo do porco que fica dentro do toucinho. O preparo também não tem nenhum segredo: os pedaços de porco são temperados e grelhados. O secreto de porco preto é geralmente servido com batata frita.
Rojões
A exemplo de vários outros pratos que citamos aqui, rojões é uma comida simples e econômica, que faz parte da rotina alimentar do povo português. E, vamos combinar, não tem nada de explosiva.
Rojões são pedacinhos de carne de porco (sim, come-se muito porco por aqui), com um toque de pimentão, vinho branco e outros temperos portugueses que aparecem em quase todas as receitas, como azeite, louro e alho. Geralmente cozidos e servidos com batata (sempre ela).
Pica-pau
Pica-pau é o famoso picadinho. Cubinhos de carne suína (mas também existe a variação bovina) refogados à moda de Portugal, com os legumes que tiver na geladeira. Em restaurantes, é muito comum que ele seja servido com picles de pepino, couve-flor e cenoura, bastante comuns por aqui.
Agora, o porquê do nome é uma boa pergunta... parece vir de “picar”, que é como os vizinhos espanhóis chamam o ato de comer aperitivos, o nosso “beliscar”.
Bacalhau lascado
Só eu fico imaginando um bacalhau que se deu mal em algo e por isso está “lascado”?
O bacalhau lascado nada mais é do que postas de bacalhau assadas com temperos tradicionais portugueses, como alho, azeite e louro, e depois desmembradas em lascas — não é desfiado, é lascado mesmo, em pedaços maiores. Para completar a refeição, o bacalhau é servido com batata, couve, grão de bico, azeitona ou outros vegetais.
Caras de bacalhau
Sim, é isso mesmo que você está pensando! São cabeças de bacalhau. Mais um daqueles nomes que dão o maior spoiler, mas a gente não pega porque não quer acreditar.
As caras de bacalhau são cozidas e servidas com legumes e ovos cozidos, um preparo bem parecido aos dos pratos de bacalhau mais populares. Vai encarar?
Farrapo velho ou roupa velha
Para os brasileiros, o farrapo velho, também conhecido em Portugal como roupa velha, seria como o famigerado “restô dontê”, ou seja, um reaproveitamento de sobras. Nesse caso, as sobras são de um prato específico: da consoada, que as famílias já fazem a mais, pensando no dia seguinte.
A consoada é composta por postas de bacalhau, batata e couve cozidas, entre outros ingredientes, que podem variar. Para o farrapo velho, o bacalhau é desfiado e os legumes picados em pedaços menores. Vai tudo junto para a panela, ajusta-se o tempero e pronto. Delicioso!
Amêijoas à Bulhão Pato
Pelo nome, não dá para ter ideia do que é o prato. Primeiro, porque amêijoa é, na verdade, vôngole em Portugal. E depois, porque não leva pato. O nome é uma homenagem ao poeta Raimundo António de Bulhão Pato.
Amêijoas à Bulhão Pato é um prato muito tradicional por aqui. Trata-se simplesmente de vôngoles cozidos em um molho de alho, coentro, azeite, limão e vinho branco.
Sapateira
Se não fosse a foto, ficaria bem difícil de acertar esse aqui! Sapateira é um tipo de caranguejo grande, bem comum em Portugal. A sapateira portuguesa costuma ser servida cozida e recheada ou gratinada.
Percebes
Certamente eu não percebi coisa alguma quando vi isso pela primeira vez! Percebes é uma espécie de crustáceo que mais parece uma pata de dinossauro — com unha e tudo — e com uma minhoquinha dentro, que é a parte comestível.
A iguaria é popular em Portugal e na Espanha, onde é servida cozida com temperos comuns. Na hora de provar, é necessário ter a mente aberta e até alguma coragem. Para os fãs de frutos do mar, recomendo vivamente.
Migas
Esse nome é muito bom! E o conteúdo do prato é mais óbvio do que parece: migalhas de pão. Trata-se de uma espécie de farofa úmida feita com pão amanhecido.
Assim como na nossa farofa, as variações nas receitas de migas são muitas. Um clássico são as migas de pão alentejano (pão típico da região do Alentejo, de onde as migas são originárias) ou broa, com couve e feijão frade.
Batata ao murro
Novamente, assim como acontece com as migas, com as caras de bacalhau e com outros pratos, o nome é um spoiler, que nem sempre conseguimos decifrar.
Já muito comum no Brasil, batata ao murro é batata bolinha (batata baby) cozida, esmurrada (sim, mas só até achatar) e assada até corar.
Baba de camelo
Essa foi uma das primeiras sobremesas com que eu me deparei em Portugal, pois está no cardápio de todo restaurante. Apesar do nome nada apetitoso, me rendi rapidamente, pois a sua aparência e uma breve descrição me convenceram.
Baba de camelo é feita com leite condensado cozido na lata (doce de leite), ovos (sempre!) e amêndoas torradas ou bolacha Maria triturada para pôr por cima.
Brisa do lis
Quem conhece Portugal sabe que é um país regionalista, em que cada cidade faz questão de manter as suas tradições e servir os seus próprios pratos, doces ou salgados. Leiria se orgulha da brisa do lis (ou brisa do liz).
Esse doce é visto pelos brasileiros que moram em Portugal como um parente próximo do quindim, pois é um bolo de gemas com açúcar, água e amêndoas. No caso da versão brasileira, substituímos as amêndoas por coco ralado, que é um ingrediente mais acessível no país.
Travesseiros
Os travesseiros de Sintra (belíssima cidade com palácios e jardins na região de Lisboa) se tornaram bastante populares também entre os turistas. De onde vem o nome? Só pode ser do seu formato.
Como um típico doce português, tem recheio de creme de ovo e amêndoas, além de um toque de açúcar e canela polvilhadas. O diferencial está na massa, que é folhada e bem crocante.
Guardanapos
Os guardanapos têm esse nome porque costumam ser apresentados no formato de guardanapos, dobrados em triângulo.
Assim como na maioria dos doces por aqui, a massa amarelinha é o resultado de muitos ovos. E, nesse caso, o recheio tradicional é de creme de pasteleiro, mas também pode ser de ovos ou de chocolate.
Patas de veado
Pesquisando sobre a origem do nome, não cheguei à conclusão alguma. Então, se você tiver uma ideia, compartilha aqui nos comentários. Será que o doce se parece com patas de veado? Enfim...
Se a essa altura você está achando que doce português é só ovo, não está 100% errado. Patas de veado é um pão de ló recheado de creme de ovo.
Toucinho do céu
Toucinho do céu não tem nada de toucinho, mas dá para entender o nome conhecendo a preferência dos portugueses para doces: vai muito ovo! Também é comum encontrar toucinho do céu com doce de gila, que é um tipo de abóbora.
Ir a restaurantes e padarias em Portugal pode ser, além de gostoso, uma diversão! Qual desses pratos você jamais pediria só pelo nome?
Comentários
Olha isso, não sabia que tinham esses nomes, alguns pela cara eu não me aventuraria
EU MOREI NA BOLIVIA E TINHA UMAS COMIDA COM NOME ESQUISITO COMO A EMPANADA QUE NAO EH EMPANADO E SIM UM SALGADO RECHEADO
Prova uma porra recheada deve ser foda tá?
Eu sou brasileira e moro em Portugal, uma vez eu almocei Tripas à moda do Porto (Cidade onde eu moro) e não gostei