7+ Dicas de psicólogos para as mães que estão cansadas de tudo, incluindo dos próprios filhos

Crianças
há 4 anos

As mães raramente admitem o quão difícil é ser mãe, assim como todo o trabalho que é feito por trás das fotos felizes nas redes sociais. O cotidiano é muito mais monótono do que aparenta, os gritos são muito mais estridentes do que se imagina, a desordem parece nunca ter fim e sua criança pensa que pode usar 100% do seu tempo.

Este post não é sobre como criar filhos, mas sim como se manter sã durante o processo. O Incrível.club recomenda não ignorar seus sentimentos e emoções, mas ouvi-los atenciosamente. Aqui estão algumas maneiras de superar os momentos mais difíceis da maternidade, que podem deixar você sem qualquer energia.

1. Sinais de que a exaustão parental já está instalada

Com a chegada de um bebê, qualquer mãe sente que já não é mais dona de si mesma. Por exemplo, se você decidiu tomar um banho, mas nessa hora seu bebê acordou e começou a chorar. É claro que nisso não há nada de extraordinário, mas quando tais situações começam a ser recorrentes, é esperado que a fadiga se acumule, o que, ao longo do tempo, pode evoluir para uma exaustão nervosa. Esse é o momento em que tudo começa a sair do controle: você não tem mais forças e começa a ficar irritada por seu filho ou filha estar sempre necessitando da sua atenção. A isso é acrescentado o sentimento de “sou uma péssima mãe” e a sensação de culpa. Para as pessoas ao seu redor, suas queixas parecem sem fundamento: você tem uma máquina de lavar, fraldas, comida na geladeira, mamadeira. Antes as pessoas tinham muito menos, então é como se você não tivesse nada do que reclamar.

Mas o sistema nervoso é um órgão como todos os outros, e ele também pode ficar doente. A fadiga crônica frequentemente leva ao esgotamento emocional. Essa condição, também conhecida como Síndrome de Burnout parental, está incluída na Classificação Internacional de Doenças e ocorre em algumas fases: da irritação em ocasiões insignificantes à apatia completa. E embora não haja nenhuma forma universal de resolver esse problema, há muitos caminhos de tratamento.

2. Não pegue tão pesado consigo mesma

Normalmente, estamos prontos para apoiar e ajudar todos à nossa volta, mas não fazemos o mesmo quando o assunto é com a gente. Só escutamos uma voz no nosso ouvido dizendo: “pegue o pano do chão” ou “vá limpar aquela sujeira no banheiro”, e ainda nos sentimos culpadas depois de mais um colapso emocional. Mas o sentimento de culpa causa exaustão e impotência com o tempo, portanto, qualquer mudança positiva será importante para melhorar o humor e a força psicológica. Quando surgir a irritação ou raiva, a psicóloga Ludmila Petranovskaya recomenda ouvir seus desejos internos e não se culpar, mas tentar se ajudar.

Pergunte a si mesma como você poderia se ajudar, o que melhoraria seu estado psicológico no momento. É importante, também, fazer aquilo que você quer, e não aquilo que você precisa. Disso podemos inferir que cuidar dos outros é, primeiramente, cuidar de si mesmo, pois para dividir com pessoas próximas sua boa energia, é preciso aprender a cultivá-la dentro de si. A situação é similar com as regras de segurança dos aviões, lembram? “Primeiro coloque as máscaras de oxigênio em você e depois nas crianças”.

3. Direcione o foco de atenção do seu filho para ele mesmo

Com exceção dos primeiros meses de vida, quando a mãe e o bebê estão inevitavelmente ligados, não há necessidade de negligenciar suas vontades próprias para construir sua vida em torno da criança. A psicóloga Ludmila Petranovskaya cita: “Você tem o direito de sair para resolver questões do trabalho, e seu filho tem o direito de ficar chateado com isso. Você tem o direito de ter mais filhos, e seu primeiro filho tem o direito de ficar com ciúmes dos novos irmãos. Você tem o direito de se divorciar, e seu filho tem o direito de sofrer por isso. Você tem o direito de se mudar e viver outro estilo de vida, e seu filho tem o direito de protestar e sentir saudade daquilo com o que estava acostumado”.

Você tem o direito de viver a sua vida, e sua criança precisa se adaptar ao seu modo de vida. É assim que é configurada a ordem natural dos animais: seguir os adultos e aprender vendo o que eles fazem. Por isso que são os adultos que trazem as crianças ao mundo, e não o contrário.

A psicóloga Katerina Murashova disse que os pais de hoje educam e divertem ao máximo os seus filhos, esquecendo-se de dar a eles tempo para estarem consigo mesmos e aprenderem a se entreterem sozinhos. Vivam suas vidas. Ser mãe não é o único papel que você tem na sociedade, e talvez nem seja o principal.

4. Não tente ser perfeita. Seja apenas uma “boa” mãe

Estudos mostram que pais que tentam dar sempre o melhor aos seus filhos ficam exaustos mais rapidamente. A tentativa de alcançar o ideal exige tanto esforço, que os pais começam a tratar seus filhos de forma indiferente e até mesmo cruel. São as mães “ideais” que gritam com seus filhos chorões no supermercado: “Pare de me envergonhar!” — tudo isso porque a histeria infantil não coincide de forma nenhuma com o “comercial de margarina” idealizado que se cria na cabeça.

Saem vitoriosos aqueles que se rendem no início. Tais pais admitem que não são ideais e que não existem regras universais de educação. Não importa o que você faça, sempre cometerá erros. Uma “boa” mãe fará aquilo que está ao seu alcance, respeitando seus limites. Ela tentará manter um contato honesto com a criança, reconhecendo que não pode controlar e ser responsável por tudo.

5. Reduza seus padrões

Não se compare com as “instamães” e reveja suas próprias expectativas e necessidades. Como podem ser amenizadas? O que pode ser delegado e o que pode ser simplesmente excluído da lista? Talvez seja suficiente limpar a casa uma vez a cada duas semanas ou pedir delivery algumas vezes em vez de cozinhar para toda a família sempre? Ou encontrar alguém que por alguns trocados aceite levar sua filha na aula de dança? E talvez esteja na hora de não se importar com pequenas coisas, como uma mancha no uniforme escolar ou uma camisa que não esteja totalmente passada?

A mãe e blogueira, Hayley Hengst, escreve sobre como a maternidade se parece com o ato de fazer malabarismo com um milhão de bolas. Inevitavelmente algumas das bolas cairão no chão. Ninguém é capaz de fazer tudo sozinho (e nem deve). Peça ajuda, e nisso não há nada de errado.

6. Encontre uma fonte de energia

Os pais colocam muitas emoções e energias na educação dos seus filhos, e caso esses recursos físicos e psicológicos não sejam repostos, haverá um desequilíbrio (esgotamento emocional). Encontre formas de repor as energias, seja sair para algum lugar sem seu filho, fazer algo que goste; não espere os parentes adivinharem que você precisa de ajuda, peça de uma vez. Gaste consigo mesma tempo e dinheiro, pois uma mãe feliz é muito mais importante para a criança do que qualquer brinquedo novo.

A psicóloga Laura Mazza, mãe de 3 filhos, que sobreviveu à depressão pós-parto, e autora do blog Mãe em Fuga, escreveu: “Quando você se torna mãe pela primeira vez, é como um tornado que a engole e depois a cospe. Contratar uma babá, dormir, deixar seu parceiro cuidar um pouco da criança ou colocar o bebê no quarto é perfeitamente normal para que você tire um tempo para si mesma. Você ainda é uma pessoa independente. Você não precisa se esgotar para ser uma boa mãe. Ninguém consegue. Até mesmo aquela sua amiga que aparenta sempre estar com os cabelos perfeitos”.

Se achar que já está no limite e não há forças para nada, encontre um psicólogo. Você sempre pode encontrar diversos grupos de apoio por telefone, como este.

7. Mantenha-se em contato com seu filho

Talvez em sua infância, quando você estava com raiva, triste ou chorando, seus pais não souberam te abraçar ou aliviar sua dor da melhor forma. Para seus filhos, no entanto, você pode mostrar um comportamento totalmente diferente.

Quando sua crise passar, pense no que você poderia fazer para mudar seu relacionamento com seu filho ou filha. Não importa se você irá tentar ser mais empática, testar a teoria do apego ou encontrar um caminho alternativo. O importante é entender que qualquer emoção vinda da criança, mesmo que negativa (medo, ciúme, incerteza, irritação, tristeza), é absolutamente aceitável, e é você que deve ajudá-la a lidar com esses sentimentos. O bem-estar da criança não depende só das condições materiais em que ela vive, mas também das pessoas e dos relacionamentos que a cercam.

Mais informações sobre a exaustão parental (Síndrome de Burnout parental)

E como você lida com o cansaço de cuidar dos filhos? Comente!

Ilustradora Natalia Tylosova exclusivo para Incrível.club

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"O bem-estar da criança não depende só das condições materiais em que ela vive, mas também das pessoas e dos relacionamentos que a cercam." isso serve pra qualquer pessoa até adulto

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