Artistas fazem tatuagens grátis para pessoas com alergias e doenças crônicas para que elas sejam mais bem atendidas

Histórias
há 5 anos

As tatuagens existem há milhares de anos e, mesmo que antes não fossem tão bem vistas, hoje em dia são aceitas como uma forma de expressão humana e artística. Alguns preferem tatuar mensagens, outros, desenhos e até há aqueles que registrem no corpo a imagem de alguém que amam. Entretanto, alguns profissionais da tinta levaram essa prática mais longe. Eles se ofereceram para tatuar de forma gratuita doentes crônicos para que, em caso de emergência, os paramédicos saibam adequadamente como atendê-los, mesmo que o paciente não possa se comunicar com eles.

Incrível.club descobriu os centros de tatuagens que realizam essas mensagens e compartilha um bônus de profissionais que fizeram ações similares.

Tudo começou em 2012

Nesse ano, cresceu nos Estados Unidos a popularidade de tatuagens com informações sobre doenças crônicas ou alergias. Três anos depois, em 2015, tornou-se conhecida a campanha “Ponto e vírgula”, em que pessoas tatuavam-se com um ponto e uma vírgula (;), alertando sobre algum transtorno emocional.

Sempre se preveniram

“Alergia a medicamentos”

Um sistema bastante comum de apresentar informações específicas sobre a saúde são as pulseiras ou colares. Mas infelizmente esses objetos podem ser perdidos ou inutilizados.

Até que ponto se pode chegar?

“Não ressuscitar”

Algumas mensagens informam, por exemplo, que os tatuados são alérgicos à penicilina ou deixam claro que não querem receber reanimação cardiopulmonar com a tatuagem “Do not resuscitate”, DNR (Não ressuscitar). Essa última mensagem vem gerando vários problemas e questionamentos dentro das salas de Emergência dos hospitais.

O lado positivo por trás da campanha

Na Argentina, há dois estúdios que se dedicam a tatuar pessoas com certas doenças, de forma totalmente gratuita. São eles o Sebas Tatuajes e o SkinTattoo ST, que por iniciativa própria estão indo na mesma direção. Eles contribuem, assim, para que as pessoas recebam a assistência médica mais adequada em caso de emergência. Vamos conhecer mais sobre eles...

Sebastián Gallardo: Sebas Tatuajes

Sebastián Gallardo é de Mendoza e é conhecido porque, em 2017, realizou uma campanha para realizar tatuagens grátis para mulheres que sofreram violência de gênero e queriam esconder as marcas que haviam ficado. Agora, Gallardo está ajudando pessoas com doenças ou alergias. A ideia é que as tatuagens informativas fiquem em locais bastante visíveis do corpo.

Ele quer unir mais tatuadores nesse projeto

Gallardo deseja que sua proposta se espalhe por toda a Argentina e que muitos colegas a repliquem: “A ideia é que outros tatuadores se somem à iniciativa. Eu faço duas tatuagens grátis por mês e, quanto mais formos, melhor”, disse em uma entrevista.

Skintattoo-ST

Por sua parte, o Skintattoo-ST é de San Rafael e seus artistas também entendem a importância desse tipo de trabalho. “A melhor forma de começar seria com as pessoas que têm algum tipo de doença ou alergia”, diz o responsável pelo estúdio, que também faz as tattoos gratuitamente. “Há casos em que não se pode realizar uma reanimação cardiorrespiratória ou ainda particularidades envolvendo problemas cardíacos. Por isso, é importante que essas informações estejam visíveis em locais estratégicos, como o peito”, enfatizam os tatuadores do Skintattoo-ST.

Superar fronteiras

A Argentina não é o único país onde essa prática é adotada. Aqui, no Brasil, ela existe desde 2017, mesmo sendo ainda pouco conhecida. Uma das artistas referência é Nathalia Stern, do Rio de Janeiro. O caso mais surpreendente para ela foi o ligado a uma condição conhecida como Situs inversus totalis. “É uma situação em que todos os órgãos da pessoa estão do lado contrário. Por exemplo, o coração está do lado direito, ao invés de estar do lado esquerdo”, comentou.

Bônus: campanhas diferentes, mas com o mesmo propósito, ajudar quem mais precisa

Benjamin Lloyd

O tatuador neozelandês Benjamin Lloyd publicou a foto do filho de um amigo seu com uma tatuagem não permanente em seu braço que ele mesmo fez. Nesse momento, pensou como poderia fazer para que outras crianças vivessem a experiência e tivessem momentos de felicidade. Então, colocou um post no Facebook dizendo: “se eu conseguir 50 curtidas, irei ao hospital Starship e tatuarei todas as crianças”. O hospital infantil é voltado para doenças crônicas. O post de Lloyd superou a meta, obtendo 400 mil curtidas.

Vinnie Myers

Vinnie é um tatuador de 52 anos que, há 15 anos, desenha em 3D as aréolas de mulheres que padeceram de câncer de mama ou realizaram uma mastectomia preventiva. O artista recebe clientes de todas as partes do mundo, que saem satisfeitas pois não se enxergarão mais mutiladas em frente ao espelho. Sobre isso, Myers diz: “A mudança é tremenda. Entram com o olhar de incompletude e vão embora do estúdio sentindo-se inteiras. Sem dúvida, o que mais me dizem é que eu fiz com que se sentissem completas”.

O que você achou do trabalho dos tatuadores? Possui alguma tatuagem que indique que você sofre de alguma doença ou se tatuou para esconder alguma marca? Conte-nos nos comentários!

Comentários

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É uma medida radical, mas acho válido p caso a pessoa realmente seja muito alérgica

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