8 Quadros misteriosos cujas histórias por trás são repletas de significados

Arte
há 2 anos

Entre as obras de grandes pintores, há aquelas um tanto quanto “assombrosas”, que captam nossa atenção rapidamente. Embora nada de ruim esteja sendo representado nas imagens, o espectador leigo logo começa a sentir arrepios. Isso tudo é porque os grandes artistas plásticos conseguem manipular com maestria nossa percepção: exageram nas proporções, experimentam as diferentes perspectivas, brincam com o mise en scène e acrescentam detalhes que instigam nossa curiosidade e nossos sentimentos.

Muitas vezes, a percepção de uma pintura é influenciada pela história que há por trás dela. Assim, quadros aparentemente simples se tornam obras de arte épicas e repletas de significado. Nós, do Incrível.club, estudamos os trabalhos de alguns pintores que parecem ter uma essência “de outro mundo”. E decidimos compartilhar nossos achados com você. Acompanhe!

Ivan Kramskoy — Sonâmbula (1871)

Ivan Kramskoy era um mestre dos retratos, das pinturas de gênero e históricas. Nesse quadro, ele pintou uma mulher de camisola, que parece ter saído de casa, vagando com os olhos fechados. O que aconteceu com ela? O estado da personagem é explicado pelo próprio título da pintura: Sonâmbula.

sonambulismo é um distúrbio do sono, em que as pessoas fazem diversas coisas enquanto estão dormindo. Pode ser que os olhos dela estivessem semiabertos, mas é como se estivessem “vidrados”. Seguindo a linha da pintura de gênero, Kramskoy acreditava que o mais importante na imagem era mostrar que a personalidade e a individualidade, os lados internos de uma pessoa, uma hora ou outra, inevitavelmente sobressaem e emergem para a superfície.

Henry John Stock, Uma Luz Pálida e Cintilante Apareceu Diante Dele (1879)

Essa aquarela um tanto quanto assombrosa e atmosférica do artista britânico ilustra uma cena do conto de fantasmas de Carl Theodor Körner, A Harpa. Ele conta a história de Edward e Josepha, recém-casados, que adoravam passar as noites tocando flauta e harpa. Mas a felicidade dos dois não durou muito tempo: Josepha adoece e Edward se torna viúvo.

Em luto, Edward mantém o quarto exatamente como era, quando ainda estava com Josepha, e uma noite decide entrar nele para tocar flauta. Então, de repente, a harpa de sua esposa começa a tocar sozinha sob uma luz cintilante e tênue. Foi esse o momento que o pintor quis retratar.

Johann Heinrich Füssli, O Pesadelo (1790–1791)

Essa é uma série de quatro pinturas similares. De acordo com uma versão, o trabalho foi inspirado por sonhos vívidos, ou o momento de paralisia do sono, pelo qual passou Füssli. O pintor descobriu que essas experiências estavam ligadas a crenças folclóricas, tais como os contos germânicos sobre demônios e bruxas, que iam atrás daqueles que dormiam sozinhos. Por isso que, na ilha da Terra Nova, a paralisia do sono é também conhecida como “síndrome da velha bruxa” e, no folclore brasileiro, como a lenda da Pisadeira.

Curiosamente, essa pintura pode ter influenciado Mary Shelley, inspirando-a a escrever uma cena de seu romance Frankenstein: ou O Moderno Prometeu. Edgar Allan Poe também mencionou o pintor em seu conto A Queda da Casa de Usher. Nele, o protagonista compara um quadro pendurado na casa de Usher com a obra de Füssli e diz: “Um tremor irresistível tomou conta do meu corpo gradualmente; e, finalmente, uma carga de ansiedade se instalou no meu coração”.

John William Waterhouse, A Dama de Shalott (1888)

A pintura do artista rafaelita é inspirada no poema de Alfred Tennyson The Lady of Shallot. O poema conta a história de uma menina que está sob uma maldição: ela é obrigada a ficar em uma torre na ilha de Shalott tecendo uma rede mágica. Ela é proibida de sair da torre e até mesmo de olhar pela janela. Mas há um enorme espelho no quarto, que reflete a rua e o mundo que existe lá fora. Um dia, então, ela vê o sir Lancelot galopando em Camelot e se levanta para olhar pela janela. Nesse momento, a maldição entra em ação, a tapeçaria se desfaz e o espelho é rachado.

A heroína percebe o ato precipitado que cometeu e foge da torre. Ela encontra um barco e desce o rio em direção a Camelot, cantando uma canção melancólica e de luto. Esse é o momento retratado na obra do artista. A menina já sabe qual será seu destino e que não conseguirá chegar a Camelot, onde poderia ter encontrado felicidade e um grande amor.

Marianne Stokes, Morte e a Donzela (1908)

A pintura retrata um anjo sombrio na forma de uma mulher falando com uma jovem. A lanterna, a asa, abraçando a jovem doente, e as flores caídas indicam o que virá a acontecer — dando a essa imagem de partida iminente um caráter mais místico e penetrante.

Hugues Merle, A Lunática de Etretat (1871)

Para os fãs da série Twin Peaks, o quadro pode lembrar a senhora com o tronco. Na verdade, a tela do pintor francês ilustra uma figura feminina descalça e com os cabelos desgrenhados ao lado de um poço, segurando um tronco de árvore como se fosse um bebê. Um momento aparentemente sentimental, mas que Hugues o transforma em uma cena de total desespero. O título do quadro reflete o estado de espírito da heroína.

O rosto da mulher está repleto de angústia, enquanto ela nina não uma criança adormecida, mas um tronco de árvore. Será que ela perdeu o filho e está sofrendo ou apenas está louca de saudade de sua criança? O artista não chegou a esclarecer essa questão.

Aksel Waldemar Johannessen, A Noite (1920)

Esse quadro foi criado pelo pintor norueguês Aksel Valdemar Johannessen, cujas obras só foram reconhecidas após sua morte. Suas pinturas oferecem um vislumbre das profundas perturbações da existência humana. A Noite emana um sentimento de desesperança, fatalidade, escuridão. O artista descreve a noite como se fosse um tempo de pesadelos, alucinações e da solidão humana.

Odilon Redon, A Aranha que Chora (1881)

A pintura em carvão do simbolista francês Odilon Redon pertence ao chamado “período obscuro” de sua carreira. Desde a infância, o artista tinha ataques frequentes de ansiedade e depressão. Ele era fascinado pelo subconsciente humano, incluindo todas as suas fobias, e isso era refletido em muitas de suas obras.

Que pintura mais te deu arrepios? Comente!

Comentários

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meu enteado era sonambulo quando criança, é uma condição bem assustadora

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