Você se sentirá minúsculo observando o verdadeiro tamanho do universo
Ok, digamos que este microscópico grão de areia, de apenas dois milímetros de diâmetro, seja nosso planeta, a Terra. Pode acreditar, nem somos tão grandes assim na escala cósmica, então estou sendo bastante generoso. Vamos ver. Enfim, a Lua ficaria aqui, com pouco mais de 5 centímetros de distância, e teremos que encontrar um grão de areia que é três vezes menor do que o primeiro. É difícil dizer se este é o certo, então vamos imaginar de novo que seja.
E qual é o vizinho mais próximo da Terra além da Lua? isso mesmo: Vênus. Ele é considerado nosso planeta irmão, pois tem praticamente o mesmo tamanho e massa da Terra, então este grão de areia será usado de novo. Quanto à distância, teremos que caminhar um pouquinho mais agora. E... chegamos, a mais de 6 metros de distância daquele grão que corresponde à Terra. E esta é a menor distância do universo, vai por mim.
Em seguida, vem Mercúrio, que tem menos da metade do tamanho da Terra, então vamos pegar um grão de sal desta vez, pra variar. A que distância você acha que ele fica de seu vizinho, Vênus? Pff, passou longe. Ele fica aqui, oh, a quase 8 metros de distância. Sabe aqueles ônibus de dois andares de Londres? Então, a distância é igual ao comprimento desse veículo.
Ok, Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, então, naturalmente, aqui está: a grande e majestosa estrela, do tamanho desta pedra — que tem mais ou menos 20 centímetros de diâmetro, então serve. Onde vamos colocá-la? Bem, é melhor pegar mais um veículo de dois andares e mais um pouquinho, pois a distância entre o Sol e Mercúrio é de 9 metros — mais longe que Vênus.
E uma caminhada daqui até a Terra é uma viagem: a distância equivale àquela entre duas bases de baseball. Legal, né? Mas estamos só começando! Saindo do Sol, em seguida vem Marte, que é duas vezes maior que a Terra. Digamos que ele seja um grão de pimenta rosa desta vez. A distância até ele, porém, é ainda maior do que a de Mercúrio ao Sol: mais de 10 metros. Então, vamos colocá-lo aqui.
E agora prepare-se para algo surpreendente: estamos atravessando o cinturão de asteroides para chegar a Júpiter. Para isso, precisaremos viajar cerca de 84 metros — quase a altura da Estátua da Liberdade! E o planeta em si é do tamanho desta uva, com meros 2 centímetros e meio.
Agora vamos pegar uma uva menor e percorrer mais 100 metros — é essa a distância entre Saturno e Júpiter. Você ainda consegue ver a nossa pedra — quer dizer, o Sol — daqui? Eu acho que não consigo.
Agora, se você pegar a ponte Golden Gate, dos Estados Unidos, e considerar os pontos mais alto e mais baixo dela, esta seria a distância entre Saturno e Urano — o sétimo planeta do Sistema Solar.
Viu só como a distância aumenta cada vez mais? E ainda está longe de acabar. Conheça Netuno — o irmão de Urano. Embora eles sejam vizinhos, andaremos mais 250 metros para chegar até ele. Coloque 5 piscinas olímpicas lado a lado, e você terá a escala certa.
O antigo Planeta Nove, Plutão, é nosso próximo destino. Se partirmos diretamente do Sol, ele ficará a mais 4 piscinas olímpicas de distância, e será do tamanho de um grãozinho de pimenta-do-reino — Plutão é 6 vezes menor do que a Terra.
E agora vem o que mal conseguimos imaginar. Vamos primeiro voltar para o Sol, e começar nossa jornada a partir de lá. Lembra da distância? Isso mesmo, mais de 800 metros de distância agora. Para chegar à fronteira do Sistema Solar a partir desse ponto, teremos que viajar 4 vezes ao redor do planeta. Sim, ainda estamos na escala onde o Sol corresponde a uma pedra de 20 centímetros.
E quando terminarmos, estaremos em um cinturão gigante de pedaços de gelo flutuantes — a Nuvem de Oort. O comprimento deste cinturão vai beeeem além dos limites do nosso planeta, mas vamos tentar: é só pegar três pedras do mesmo tamanho do nosso Sol aqui e colocá-las lado a lado. Agora imagine que cada uma destas pedras seja do tamanho real do Sol. Esse é o tamanho da Nuvem Oort pra você, que forma um círculo ao redor do Sistema Solar inteiro.
Se colocarmos ela na nossa escala inicial, nem vai dar pra ver o Sol — ele será do tamanho de um átomo. Então, vamos sair daqui e começar tudo de novo.. que tal? Ok, agora este anel de pedras contém dentro de si um volume imensurável de espaço. Seu raio é de aproximadamente 1 ano-luz — ou 1 centímetro na nossa escala — e isso seria o marco zero de todas as descobertas futuras.
Os sistema estelar mais próximo daqui é o Alpha Centauri, e ele estará a cerca de 4 centímetros de distância. Ele consiste em três estrelas e pelo menos um planeta que pode ser habitável. O sistema é muito pequeno para ser visto nesta escala, mas vamos fingir que este grão de areia serve, e vamos seguir adiante.
Agora vamos para a borda da galáxia Via Láctea — nosso lar. A galáxia em si tem cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro, mas não estamos muito longe do seu centro, então nossa jornada durará apenas 50 mil anos-luz. Na escala minúscula que criamos aqui, ela teria um pouco mais de 500 metros. Se conseguíssemos deitar a Torre CN de Toronto, no Canadá, essa distância seria o comprimento dela mais uns 3 metros.
A partir daqui, a galáxia mais próxima de nós é a Andrômeda. Em um futuro distante, ela colidirá com a Via Láctea, mas agora, para chegar lá, precisaremos viajar cerca de 25 quilômetros — isso dá dois milhões e meio de anos-luz em números reais. Se estiver interessado, isso também equivale a duas vezes e meia a distância da superfície até o ponto mais profundo da Fossa das Marianas, conhecido como Depressão Challenger.
Em seguida, temos um objeto que poderia finalmente ser de grande escala: a NGC 604, uma nebulosa localizada na Galáxia do Triângulo. Se caminhássemos em linha reta precisaríamos viajar apenas dois quilômetros de onde estamos agora... então vamos fazer isso... e a nebulosa em si tem cerca de 1.500 anos-luz de diâmetro, o que equivale a 15 metros. É um prédio de 5 andares. Mas vamos voltar cerca de 800 metros para observar outra coisa.
Este objeto é quase do tamanho exato de um Boeing 747 e, surpreendentemente, é uma galáxia — uma galáxia anã, para ser mais precisa. A Messier 32 tem 6.500 anos-luz de diâmetro, e é um satélite para a galáxia Andrômeda. Elas se movem juntas, e a Messier é puxada pela gravidade de sua irmã mais velha.
Agora vou levar você para o melhor passeio da sua vida! Prepare-se: vamos percorrer distâncias e nos deparar com tamanhos que pareceriam impossíveis se não fossem verdade. Primeiro vamos voltar ao círculo de pedras que é nosso Sistema Solar. Partindo para cima e para fora do nosso sistema estelar, podemos ver a Via Láctea, com seu um quilômetro de largura.
E se subirmos mais, veremos o vazio ao redor da galáxia que já exploramos hoje — 25 quilômetros de nada. Depois, veremos as galáxias e as galáxias anãs que ficam ao redor da nossa: primeiro a Andrômeda, então as outras, até chegarmos a um ponto alto o suficiente para ver o Grupo Local todo. Ele é um conjunto galáctico no qual a Via Láctea corresponde a não mais que um porcento dele: o diâmetro total seria de quase 100 quilômetros.
Mas continuamos subindo, e agora estamos olhando para o brilhante superaglomerado Laniakea, que abriga o Grupo Local. A partir daqui, nossa galáxia nem é mais visível: o diâmetro do superaglomerado é de cerca de 5 mil e 200 quilômetros — ou seja, do tamanho da Ruta 40, que percorre a Argentina de Norte a Sul. E não para por aí.
Vamos subindo cada vez mais, até vermos BOSS Great Wall — um superaglomerado que fica a uma distância inimaginável de nós, e que em nossa minúscula escala, teria um diâmetro de 10 mil quilômetros. Isso é maior que a Grande Muralha da China, com todos as suas ramificações. Agora entendi por que ele se chama boss...
E finalmente, estamos lá em cima, no espaço sideral agora, embora o modelo da nossa galáxia inteira tenha ficado tão longe lá embaixo, que já não é mais possível vê-la sem um telescópio. E agora estamos olhando para a maior coisa observável do Universo: Grande Muralha Hércules-Corona Borealis. Na nossa escala, ela ficaria a 100 mil quilômetros de distância da Terra, ou a um quarto da distância até a Lua.
E seu diâmetro é o mesmo, então equivale a mais um quarto do caminho. Há trilhões e trilhões de galáxias, nebulosas, estrelas e infinitas possibilidades por lá. E mesmo assim... o Universo está sempre se expandindo, então isso tudo é só o começo.