Uma jornada dentro do corpo humano
E aí, pessoal? Meu nome é Rubi. Rubi Parreira. Pois é, esse nome foi ideia do meu pai... Enfim, hoje farei uma jornada épica... através do corpo humano! Quer assistir?
A viagem começa assim que o humano vai fazer um lanche da empresa, abre seu pote e me encontra lá. O que mais ele tem dentro? Um sanduíche de peru, um iogurte, hmm! Ele já deu uma mordida no sanduíche. Oh, chegou a minha vez!
Ele me jogou na boca — hora de partir! Tenho que admitir, é bem úmido e quente aqui dentro. A boca é a porta de entrada para o aparelho digestivo, que foi feito para transformar os alimentos em nutrientes úteis para manter você energizado e para ajudar suas células a crescerem e se regenerarem.
Então, quando dá a primeira mordida em qualquer coisa que esteja comendo, você liga sua máquina digestiva. Enquanto mastiga, a comida é quebrada em partes para facilitar o processo. A saliva é muito útil, pois se mistura ao alimento e o quebra ainda mais. Assim, seu estômago não precisa digerir pedaços inteiros de comida. Por falar nisso, aqui está uma curiosidade — a quantidade de saliva que você produz em um ano dá pra encher 2 banheiras de tamanho médio! É quase uma piscina cheia de baba!
Poxa, tá chovendo cuspe aqui, eca! Opa, é melhor eu tomar cuidado com estes dentes! Não quero acabar como o coitado daquele peru. E é difícil, já que esse cara está usando a língua para jogar a comida pra cá e pra lá em direção aos seus dentes. Não tô a fim de virar geleia hoje, então vou tentar escapar desta mastigação!
Bora descer no tobogã! Iuuuupi!!!
Agora estamos descendo pela garganta — sua parte superior é chamada de faringe.
Ô-ou, bifurcação no caminho. Pra onde eu vou agora? Uni duni tê, salamê minguê... é, acho que devemos ir por este lado.
Peraí, acho que virei para o sentido errado. Por que tudo está balançando assim? Ah, coitado, o humano está tossindo feito louco — alguém aí pode dar um bom tapa nas costas dele?
Agora sim, voltando para o caminho certo! Foi mal aí, amigão!
Ufa, essa foi por pouco! Quase fui parar nos pulmões dele — e isso não seria nada bom. Muito bem, estou no caminho certo de novo, então vamos tentar de novo. Eu virei CORRETAMENTE para dentro de um tubo que atende pelo sofisticado nome de esôfago. Eu gosto de chamá-lo de ‘tobogã da comida’, mas é muito menos espaçoso do que eu tinha imaginado! Tô ficando meio apertado aqui. Ô-ou, como é que vou conseguir descer? Ah, entendi. Os músculos das paredes do esôfago deste cara estão se comprimindo atrás de mim e relaxando à minha frente. Estes são os movimentos peristálticos, e são eles que vão me ajudar a descer pelo aparelho digestivo.
Alguns segundos depois, finalmente chegamos ao fim do túnel. Tem um músculo aqui que se abre para deixar a comida entrar no estômago e impede que ela volte para o esôfago. É tipo o controle de acesso dos condomínios. Sou apenas um turista aqui, senhor, por favor, me deixe entrar.
Aê! Passei pela válvula e entrei no estômago. Ele parece um saco... deixe eu ver essa parede. Caramba, como é forte! É puro músculo. Na verdade, não estou surpreso. O estômago retém, mistura e moi os alimentos até eles virarem uma papa, então precisa ser bem forte. E pra ser sincero, isso aqui não parece muito... deus do céu, o que é isso? Queima igual fogo! Uh, uh, tá quente! É melhor eu dar o for a daqui antes que este ácido estomacal me transforme em líquido ou pasta, como aconteceu com o meu colega peru!
Tudo bem, eu vim preparado! Trouxe este pequeno equipamento que vai me enclausurar em uma bolha protetora. Sua comida geralmente não tem isso, mas sabe, tenho meus contatos. Segredinho nosso, hein? Agora é só apertar este botão, e pronto — consigo continuar conversando com você durante todo o trajeto sem virar geleia de uva. E nossa próxima parada é — o intestino delgado!
Este órgão longo e enrolado é composto por 3 seções. Quando eu digo longo, é por que é mesmo — se esticá-lo (o que eu não recomendo, pois você precisa dele enrolado, e dentro do seu corpo...), você terá um tubo que mede mais de 6 m de comprimento! Sim, tão comprido quanto uma girafa... e tudo enroladinho nas suas entranhas!
Devo admitir, aqui dentro é bem quente. É como se eu estivesse em um resort tropical, só que em um oceano de... bile! Mas estou protegido dentro da minha pequena bolha, não se preocupe! A bile é essencial para digerir a gordura e tirar todos os resíduos do seu sangue, então agradeça por seu fígado produzir esse líquido. Seu pâncreas também ajuda neste processo com algumas enzimas boas. E essa coisa ali que parece uma pera é a vesícula. Ela fica debaixo do fígado e armazena a bile até chegar o momento certo de liberá-la.
Cara, isso é um verdadeiro caracol, hein? Já tô ficando tonto com tantas curvas. Mas não tem como voltar agora — as contrações das paredes intestinais continuam me empurrando para a frente. Parece que já estou na seção final do intestino delgado e caminhando para a parte seguinte da minha jornada — o intestino grosso!
Também conhecido como cólon, ele é um tubo muscular que tem de um e meio a dois metros de comprimento. Peraí. Shh. Ouviu isso?
Não estou sozinho. Estou cercado. E estão se aproximando. São... são... bactérias! Tem um monte delas aqui! Ô-ou, será que esta pessoa está doente, com algum verme ou algo do tipo? Que nada, seu intestino precisa de bactérias boas para ajudá-lo a quebrar a comida, e a extrair as vitaminas e os nutrientes para que seu corpo possa usá-los.
Ei, e aquela coisa pequenininha pendurada ali na entrada? Ah, só pode ser o apêndice. Ele não faz muita coisa além de abrigar bactérias que podem precisar ser lançadas dentro do intestino. E também tem alguns tecidos que ajudam seu sistema imunológico. No mais, é um pouco inútil, por isso as pessoas conseguem viver sem ele. Ei, se o seu apêndice ficar inflamado, o médico vai tirá-lo do seu corpo! É sério! Parece que esse cara ainda tem o dele. Bom pra ele!
Enfim, agora estamos no intestino grosso, e estou feliz por ter mais espaço aqui. Se eu não tivesse pegado minha bolha protetora, agora estaria conversando com vocês como um mingau amarelado de resíduos. Enquanto as contrações musculares me empurram através do cólon, toda a água que tenho é sugada de mim. E minha forma final é: fezes. Sim, cocô, número 2, não importa o nome — ele é formado no intestino grosso.
Ainda há um monte de bactérias por toda parte. Elas trabalham bastante, hein? Bem, o fato é que não pode haver muitas ou poucas delas — senão, você terá problemas digestivos, como intolerâncias alimentares. Elas também são fundamentais para manter a imunidade, e é por isso que você tem trilhões delas no seu intestino. Bom trabalho, companheiras!
Estou passando agora pelo cólon esquerdo. Quando fica muito cheio de fezes, ele deixa joga tudo no reto, pois não consegue segurar tudo sozinho. Geralmente, leva cerca de 36 horas para o que sobrou da sua comida (não muito agora, só resíduos mesmo) chegar a este ponto. Mas eu dei uma acelerada nesta jornada, pois tenho outras coisas de uva para fazer. Então vamos logo para o reto... Gerônimo!
O reto é uma câmara reta com cerca de 20 cm de comprimento. Ele possui sensores especiais, como este aqui, e aquele ali, que informam quando é hora de eliminar alguma coisa. Eles enviam um sinal para o cérebro quando as fezes ou gases precisam sair. É aí que surge um pensamento no seu cérebro, “Oh, tenho que ir ao banheiro!”
Se o momento for propício (ou seja, se tiver rum banheiro por perto), os esfíncteres relaxam, e tachan-ran! Seu cocô sai. Tchauzinho pizza do café da manhã de ontem! Oi? Você não come pizza no café da manhã? Ok, conte pra mim nos comentários aí embaixo o que costuma comer de manhã! Enfim, quando você está impossibilitado de se livrar das fezes, os esfíncteres se contraem. Esses sensores do reto ajudam também, fazendo com que aquela vontade de ir ao banheiro desapareça por algum tempo.
Agradeça ao seu reto e aos seus esfíncteres por estarem trabalhando duro para manter as coisas no lugar quando não é o melhor momento de ir ao banheiro. Tipo, quando você está dirigindo para o trabalho, namorando, fazendo compras ou dormindo! Mas quando estiver apertado demais, o esfíncter externo vai lhe dar mais alguns minutinhos ou quanto tempo for necessário para você chegar ao banheiro!
Bem, ainda não sei se o corpo do humano está pronto, mas eu adoraria sair agora. Tô até pensando em fazer uma ligação direta nestes sensores para conseguir sair. Ah tá, o cara está no trabalho, é? Hmmm, isso vai ser bem constrangedor... Claro, alimentos normais não saem do seu corpo de um jeito tão gracioso. Você nem conseguirá reconhecer o que comeu! Mas eu, Rubi Parreira, ainda tenho coisas importantes para fazer, então, ei, amigo, bora lá! Tô caindo fora daqui! Tcha-au... Bem, esse foi diferente.