Prepare-se para comer insetos || o futuro da agricultura

Curiosidades
há 1 ano

Se você se sente cansado de cozinhar, mas não está pronto para mudar para o fast food, temos ótimas notícias. Em um futuro próximo, todo o processo se tornará mais fácil do que nunca. Seus robôs de cozinha farão todo o serviço pra você. Você pedirá ao seu subchefe de alta tecnologia que prepare qualquer refeição de sua escolha a caminho de casa. Ele vai juntar os ingredientes necessários, descascar, moer, fritar, ferver e fazer tudo o que tem que ser feito. Tudo o que você precisa fazer é garantir que esses ingredientes estejam na geladeira. Ou comprar um robô que faz compras.

A primeira cozinha robótica já foi desenvolvida em Londres. O robô consiste em dois braços articulados, fogão, forno e uma interface touchscreen e ele consegue mexer, picar, bater, despejar e até limpar. Essa é a melhor parte para mim! Ele tem 20 motores, 24 articulações e 129 sensores em cada mão, que permitem que o robô imite os movimentos de verdadeiros chefs humanos. Ele está muito caro agora, mas o preço deve ficar mais acessível quando mais deles forem inventados.

E naquelas noites em que você decidir dar um descanso ao seu robô de cozinha, poderá pedir comida do seu restaurante favorito de uma maneira totalmente nova. Você vai ligar para ele para fazer um pedido. Ele enviará os dados para sua impressora 3D de casa e sua comida chegará rapidamente. Haverá um banco de dados de cada sabor, cor, forma e textura. Baixe, imprima, coma — será muito fácil!

Já existem muitas impressoras de alimentos 3D que você pode comprar e restaurantes onde todos os alimentos, utensílios e móveis são impressos em 3D. Os alimentos que você pode imprimir agora estão limitados aos processos disponíveis, mas isso mudará no futuro. A impressão de alimentos 3D é a criação de objetos tridimensionais a partir de arquivos digitais, uma camada por vez. Este processo é mais rápido do que os métodos tradicionais de cozimento. É como colocar a cobertura de um cupcake em um saco de confeitar. Você alimenta sua impressora com ingredientes como chocolate, pasta de tomate, mousse ou outros alimentos viscosos (não vamos colocar todos ao mesmo tempo) e preenche um molde que você mesmo projeta ou baixa.

Como as impressoras 3D de alimentos ainda são algo único, ninguém as usa para imprimir ovos fritos ou para cozinhar espaguete. Elas são usadas para criar formas e designs exclusivos em jantares gourmet. A NASA também está experimentando alimentos impressos em 3D para incrementar as dietas dos astronautas. Esse tipo de alimento também é uma ótima solução para pessoas que têm dificuldade para mastigar e engolir.

Em um futuro não tão distante, todo supermercado terá algas marinhas para venda. Elas virão em todas as variedades, de salgadas a doces. As algas são fáceis e rápidas de cultivar e precisam de bem menos terra do que culturas como a soja. E elas têm os nutrientes essenciais: proteínas, ferro e antioxidantes. Haverá também mais feijões, legumes e nozes nas prateleiras. Espera-se que a produção deles aumente de 100 a 200% até 2050, uma vez que são mais ecologicamente corretos do que as proteínas de origem animal e custam menos.

O consumo de carne está crescendo a cada ano, então precisamos encontrar uma alternativa para isso. A carne cultivada em laboratório será um verdadeiro sucesso, e se poderá obter toneladas de carne com apenas algumas células iniciais. Além disso, ela deverá ter um sabor tão bom quanto a carne de antigamente. Carne, pato e até peixes serão cultivados em laboratório. Haverá também leite e queijo sem lactose, além de clara de ovo sem origem animal.

A falsa banana, parente próxima da banana que todos conhecemos, será a verdadeira heroína do século. Vamos fermentar seus caules e raízes ricas em amido para fazer mingau e pão. Esta cultura será capaz de alimentar mais de 100 milhões de pessoas.

Se você não gostar do sabor da sua nova comida, poderá alterá-la tocando a música certa. Os cientistas já estão realizando experimentos do gênero. Sons altos podem deixar os alimentos mais crocantes, mas deixá-los menos salgados e doces. Portanto, se quiser apimentar as coisas ou deixá-las mais doces, tente tocar sons de alta frequência. Sons de baixa frequência aumentarão os sabores amargos.

Mais e mais pessoas incluirão insetos em suas dietas. Antes de você dizer éca, me ouça! Eles têm tanta gordura, proteína, vitaminas, fibras e minerais quanto os peixes ou a carne bovina. São saudáveis, muito mais baratos e precisam de menos terra e água do que os animais. Além disso, terão sabores incríveis. Maçã, bacon, manteiga de amendoim, peixe — qualquer coisa que você possa imaginar! A embalagem irá se autodecompor e irá durar apenas o tempo dos alimentos e bebidas contidos em seu interior. Ela será feita de algas e água. Haverá também embalagens de óleo feitas de açúcar caramelizado revestidas com cera. Você vai quebrá-la como um ovo.

Os agricultores do futuro ainda usarão as mãos em seu trabalho, mas essas mãos estarão principalmente nos botões e alavancas dos controles remotos. Startups de tecnologia na esfera agrícola já estão trabalhando para trazer esse futuro para nós o mais rápido possível. Elas receberam milhões em dinheiro para desenvolver softwares, equipamentos automatizados e outras tecnologias de ponta para ajudar os agricultores a levar seus negócios a um nível totalmente novo. Satélites monitorarão os campos a partir do espaço, enviando imagens aos agricultores. Drones ajudarão a manter tudo sob controle mais perto do solo. A iluminação de LED avançará mais, e cada colheita terá as condições de luz perfeitas. Melhor fotossíntese significa maiores rendimentos.

Equipes de robôs de campo aplicarão fertilizantes na medida certa. Eles saberão exatamente quanto de água e nutrientes cada uma das lavouras precisará com base nos dados trazidos por centenas de sensores instalados no solo. Esses sensores ficarão de olho na temperatura, umidade e até na cor das frutas que ainda estão se desenvolvendo. Dessa forma, os agricultores não terão que gastar mais água, luz e mão de obra do que precisam ou regar todo o local com mais fertilizantes do que as plantações necesssitam. Isso será ótimo para os ecossistemas locais.

Muitas dessas ideias já estão em uso hoje, mas o desenvolvimento da tecnologia ajudará a levá-las ainda mais longe. Agricultores já usam dispositivos para analisar dados e aumentar seus lucros, mas a análise de dados os ajudará a compartilhá-los globalmente e aprender com a experiência de outras pessoas. A tecnologia também tem permitido que os agricultores tenham jornadas de trabalho mais flexíveis. Digamos que você tenha uma fazenda de vaca leiteira. Você não precisará mais ir à área de ordenha 2 a 3 vezes ao dia, nem mesmo para ligar o equipamento. Os sistemas de ordenha robótica farão todo o trabalho para você!

Até 2050, os campos ou culturas a que estamos acostumados não desaparecerão, mas haverá cada vez mais a chamada agricultura vertical. Isso significa cultivar em um ambiente controlado de uma estufa com camadas empilhadas verticalmente. Essas fazendas são menos afetadas pelo clima, já que todas as plantações são feitas em ambientes protegidos. Além disso, elas são cultivadas em água enriquecida com nutrientes em vez de solo ou são pulverizadas com essa água, o que significa que as plantações podem se desenvolver em qualquer clima. As fazendas verticais também precisam de 99% menos terra do que aquelas ao ar livre.

Frutas e legumes se tornarão mais nutritivos graças ao progresso científico. A produção que temos hoje já é resultado de milhares de anos de reprodução seletiva. As cenouras nem sempre foram cor-de-laranja e os pêssegos já foram salgados. O mais recente avanço é enriquecer frutas e vegetais com vitaminas que eles não contêm ou nas quais não são ricos. Pesquisadores da Austrália já conseguiram extrair genes de um tipo específico de banana rica em provitamina A e inseri-los em uma banana comum. Batatas e arroz terão mais proteínas e os tomates serão mais ricos em antioxidantes. A comida será mais nutritiva, então precisaremos de menos quantidade dela! Os agricultores não terão que cultivar as plantas até o estágio maduro para ver se terão as características de que precisam. Eles obterão esse conhecimento com antecedência, analisando a composição genética das culturas. E uma vez que o produto acaba na prateleira, os compradores irão escaneá-lo rapidamente e analisá-lo até o nível molecular. Saberemos exatamente o que comemos, de onde veio e como foi cultivado. Bom apetite!

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