Por que a fantasia “mágica” de Paolla Oliveira é mais importante do que imaginamos

Arte
há 8 meses

Não tem jeito, no Carnaval do Rio de Janeiro, só se fala dela: Paolla Oliveira. Desde o desfile da Grande Rio na Sapucaí, as redes sociais estão completamente hipnotizadas pela fantasia da rainha de bateria. Como num passe de mágica, a atriz global se transformou em uma onça diante dos foliões, usando um capacete que descia e cobria completamente o seu rosto. Enquanto seus admiradores estão fascinados, muitos desconhecem a verdadeira importância por trás dessa fantasia.

Em busca da fantasia perfeita

Parece que Paolla nasceu para essa fantasia, mas quem vê seu brilho não sabe a correria que foi nos bastidores. Antes de soltar as feras à frente dos ritmistas da agremiação, a artista precisou fazer cinco provas da peça, até encontrar o tamanho e peso ideal para não comprometer o samba, a tecnologia e — é claro — surpresa. Para você ter uma noção, o acessório estava sendo confeccionado desde setembro.

Caso você ainda não saiba como a “mágica” funciona, calma que a gente te explica: esse “capacete” descia toda a vez que Paolla acionava um controle especial. Já os olhares ferozes da onça foram simulados com luzes de LED. O dono do ateliê responsável pelo projeto, Bruno Oliveira, revelou que a montagem contou com mais de 40 mil cristais.

“A gente gosta muito de ousadia e dessas transformações. Foi o casamento perfeito com o que a Paolla estava buscando no momento e o que a gente gosta de realizar”, afirmou.

A Rainha da Grande Rio (e, muitos diriam, desse Carnaval) contou como foi a experiência marcante. “Eu mesma apertava. Você acha que a onça vai dar o controle para alguém? Para a nossa Grade Rio, para essa comunidade que trabalha o ano inteiro, o que posso fazer é inventar alguma coisa com esses malucos junto comigo. Os carnavalescos falavam: ’Vai, minha filha, vai dar certo’. Então, fica todo o meu carinho, energia e onça reluzente para eles”, disse.

Uma referência para lá de importante

O que muitos não sabem é que essa fantasia traz referências a outra festividade para lá de importante na cultura brasileira e que certamente merece mais destaque: o Festival de Parintins. A ideia para compor a onça é a mesma usada pela amazonense Isabelle Nogueira, participante do BBB 24, ao incorporar seu trabalho como dançarina de boi-bumbá. Inclusive, a cunhã-poranga do Boi Garantido já disse que “adora virar bicho no festival”.

“Tem uns segredos que eu faço. Tipo assim, ano passado eu coloquei na boca, foi uma máscara... Um ano eu virei uma pantera. Fiquei de joelho, virei uma pantera. Virei de costas, virei uma onça. Aí virei de costas, virei um gavião”, contou Isabelle dentro da casa mais vigiada do país.

A roupa de Paolla representava o enredo da escola “Transformação: nosso destino é ser onça”, que foi inspirado no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa.

Ao postar uma foto usando a fantasia nas redes sociais, Paolla aproveitou para mandar uma mensagem de poder feminino. “Que a força da mulher onça amedronte os covardes e os faça chorar. Que a força da mulher onça acolha aqueles que não tem nada a temer. Que a força da mulher onça seja imensa e vencedora. E aquele que fizer força de oposição, será devorado”, escreveu a musa.

Vale lembrar que essa mensagem não vem à toa. Durante os preparativos para o Carnaval, Paolla Oliveira sofreu inúmeras críticas ao seu corpo. Mas ainda bem que a musa é uma inspiração para as mulheres em busca da autoaceitação e sabe “rebater” esses comentários maldosos com muito estilo.

Imagem de capa granderio / Instagram

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