O que você observaria se explodisse planetas diferentes
Quando se explode planetas, tudo fica em chamas. Atmosferas são eliminadas. As coisas saem voando. Tudo desmorona. O mundo se torna mais brilhante do que uma dúzia de sóis. Você fecha os olhos e tapa os ouvidos. Seu cabelo está em pé — o poder absoluto de uma explosão cósmica é aterrorizante!
Algum tempo antes da explosão, você está pairando na escuridão quase completa. Abaixo, você vê a lua. Ou o que você acha que se parece com a lua. A superfície desta esfera de cor clara é marcada por crateras deixadas por meteoritos. Você vê enormes colinas íngremes, que se estendem por quilômetros.
É Mercúrio. E agora, você vai explodi-lo. Como se estivesse em câmera lenta, você observa o planeta desmoronar. E então, em um piscar de olhos, vê uma parede de destroços se formando sobre você. Primeiro, pedaços gigantes de rocha — são tudo o que resta da crosta sólida e do manto rochoso do planeta. A aparência e a estrutura dos destroços que voam em sua direção mudam. Agora, a coisa parece líquida, como respingos de mercúrio. Esse é o núcleo metálico de Mercúrio explodindo! Costumava ocupar 85% do volume do planeta. E, finalmente, um fogo de artifício de peças sólidas novamente. É o núcleo sólido do planeta.
A explosão é tão poderosa que coloca a Terra em uma órbita diferente. O Sol soluça e engole uma enorme nuvem de poeira. Isso é tudo que Mercúrio deixou para trás. Mas não se preocupe — nosso Sistema Solar não perderá planetas. Toda essa explosão é apenas um experimento temporário. Assim que termina de assistir ao programa, você pressiona outro botão... E o planeta se recompõe — como se você tivesse rebobinado!
Você se aproxima do próximo planeta em seu caminho. Sua superfície está escondida sob uma atmosfera superdensa composta de dióxido de carbono. Se você decidir pousar em Vênus, verá nuvens espessas de ácido sulfúrico passando.
Você veria a superfície do planeta — marrom-avermelhada, seca e incrivelmente quente. Provavelmente andaria por planícies lisas cobrindo dois terços da superfície do planeta. Você ficaria boquiaberto com os vulcões espalhados por Vênus — todos os 1.600.
Infelizmente, você não poderá fazer nada disso porque pressiona o botão — BOOM!
Pedaços enormes de basalto voam para longe do centro da explosão. Essa costumava ser a crosta do planeta com 18 quilômetros de espessura. Então, você avista meteoros em chamas brilhantes voando em sua direção a uma velocidade incrível. São pedaços do manto rochoso derretido de Vênus. A chuva de fogo parece interminável — talvez porque o manto tivesse 1.900 quilômetros de espessura! Mas essa não é a parte mais massiva do planeta. O poder da explosão separa o núcleo metálico de ferro de Vênus. Este núcleo costumava ter o dobro da largura do manto!
Você alcança uma bola de gude azul de seu planeta natal. Como será seu interior espalhado no espaço?
De cima, a Terra parece bonita: 71% de sua superfície é azul devido a toda aquela água — mares e oceanos. Existem também áreas de redemoinhos verdes, amarelos, e marrons e brancos. Você pressiona o botão. O planeta se desfaz em uma tempestade de pedras. Elas são o que resta da crosta fina da Terra e do manto muito, muito mais espesso. Costumava ocupar quase 84% do volume do planeta inteiro.
Você vê a chuva rochosa se transformar em algo muito mais líquido. São ferro quente e níquel que costumavam formar o núcleo externo da Terra. Os metais não estavam sob pressão suficiente para serem sólidos. O estrondo é tão poderoso que desmonta o núcleo interno da Terra, que costumava ser uma bola sólida de ferro e níquel. Depois que as peças se separam, elas seguem suas próprias órbitas ao redor do sol. Os pedaços mais massivos colidem com a Lua e alguns viajam mais longe e são engolidos pela nossa estrela.
Você não pode perder tempo — o Planeta Vermelho está à sua espera. A superfície de Marte está coberta por uma poeira cor de ferrugem. A espessura da camada de poeira varia de região para região. Mas na maioria dos lugares, tem 2 metros de espessura. O solo é dourado, marrom, bronzeado e até esverdeado. A tonalidade depende dos minerais que o constituem. A superfície do planeta é rochosa. É coberta por leitos de lagos secos, crateras, vulcões e desfiladeiros. BANG! Marte é um planeta rochoso — você tem que desviar de pedaços do tamanho de uma montanha de crosta feita de rocha basáltica vulcânica.
O que você vê a seguir parece que uma grande quantidade de pasta de dentes rochosa foi explodida. Isso costumava ser o manto de Marte, composto de oxigênio, silicatos e outros minerais. E então, as peças voadoras ficam sólidas novamente. Ah, é a vez do núcleo do planeta. Era sólido, feito principalmente de ferro, níquel e enxofre. Bilhões e trilhões de fragmentos de todos os tamanhos — de uma pequena lua a pedaços de vários metros de largura — são lançados em todas as direções. Mas apenas algumas peças têm impulso suficiente para deixar o Sistema Solar. Todo o evento muda ligeiramente a órbita da Terra. E a temperatura em nosso planeta sobe em dez graus Celsius.
Você deixa planetas rochosos para trás e se aproxima do primeiro gigante gasoso em seu caminho. É Júpiter. Nuvens espessas de marrom, amarelo, vermelho e branco escondem a sua “superfície”. Elas fazem o planeta parecer colorido e lindamente listrado. Você aperta o botão. Desta vez, a vista é diferente. Em vez de pedaços de crosta sólida, você vê jatos de gás acelerando do centro do planeta. É o que costumava ser a atmosfera de Júpiter, composta de hidrogênio e gás hélio. Em um piscar de olhos, a matéria que se projeta para o espaço se torna líquida. É o hidrogênio mudando de forma sob a imensa pressão atmosférica perto do centro do planeta.
Um pouco depois, o líquido já é uma mistura de hidrogênio metálico e hélio. E finalmente, algo sólido! Provavelmente era o núcleo de Júpiter — 14 a 18 vezes a massa da Terra! O diâmetro do gigante gasoso era de cerca de 145.000 quilômetros. Mas a explosão não dura mais do que meio segundo. A explosão de Júpiter é tão forte que evapora planetas menores como Marte e Terra. O Sol permanece praticamente intocado. Ele fica mais quente e meio instável por um tempo. Mas não dura muito.
O próximo gigante gasoso no nosso caminho é Saturno. À primeira vista, parece que o planeta tem uma superfície. A esfera marrom-amarelada aparentemente sólida é cercada por camadas de nuvens. Os anéis qie são marca registrada de Saturno são incríveis e coloridos: cinza, bege e castanho. Na verdade, eles são grupos de minúsculos anéis feitos de pedaços flutuantes de água gelada, rochas e poeira. Esses pedaços variam em tamanho de manchas a enormes pedaços do tamanho de arranha-céus. Enquanto orbitam Saturno, eles continuam colidindo, e pedaços maiores são quebrados.
Você fica surpreso ao ver que os anéis não são perfeitamente redondos. Eles têm curvas causadas pela atração gravitacional das luas próximas. Cinquenta e três delas são confirmadas. Titã — um mundo gelado maior que a nossa Lua e até mesmo Mercúrio — é a maior. O que você vê é assustadoramente semelhante ao que aconteceu quando você explodiu Júpiter. Existe apenas uma diferença. Os anéis de Saturno se rompem, enviando rochas e gelo para o espaço a uma velocidade incrível. As peças maiores se chocam com as luas do planeta, eliminando as menores delas.
Você vê fluxos de gás, principalmente hidrogênio e hélio, com um pouco de metano, amônia e água. Eles estão se movendo a uma velocidade vertiginosa, para longe de onde costumava ser o centro do planeta. Depois disso: respingos de matéria líquida — é o hidrogênio líquido que mais tarde se torna metálico. E, por fim, os pedaços do núcleo sólido feitos de materiais rochosos.
Você está olhando para a bela esfera verde-azulada do gigante de gelo Urano. O planeta fica com essa tonalidade incomum quando a luz do Sol é refletida na sua superfície. Além disso, a atmosfera de Urano é composta principalmente de hidrogênio e hélio, com traços de gás metano que absorvem a luz vermelha. Enfim... BUM!!
Desta vez, são grandes bolhas de gelo que estão se arremessando primeiro em sua direção. Elas costumavam ser a parte do manto de gelo do planeta que já representou 80% do volume do corpo celeste. Porque esse gelo parece líquido? Em Urano, o líquido congelado não é sólido como na Terra. O gelo é um fluido quente e denso composto de água, gelo de amônia e metano. Muitas vezes é chamado de oceano de amônia. Após a bizarra chuva de gelo, você vê pedaços sólidos do núcleo rochoso do planeta. Costumava ser pequeno, não mais do que metade da massa da Terra. Algumas das luas de Urano são pulverizadas na explosão. E várias até são ejetadas do Sistema Solar. A explosão também altera ligeiramente a órbita de Netuno.
E o último planeta em seu caminho!
Netuno parece azul devido a uma camada de gás em movimento e nuvens permanentes.
Não há tempo para perder — BUUUM! O planeta não tem uma superfície sólida. É por isso que, após apertar o botão, você vê o manto líquido de Netuno estourando. Parece um balão cheio de água lançado do quinquagésimo andar. Isso envia respingos de água, amônia e gelo de metano para o espaço. É seguido por restos do manto do planeta que se assemelham a lava. Costumava ser líquido, incandescente e rico em metano, amônia e água. Isso é o que resta do núcleo sólido de Netuno feito de ferro e outros metais.