O navio que poderia ter resgatado todos do Titanic

Curiosidades
há 10 meses

O mês de abril de 1912 ficou marcado por uma das tragédias mais terríveis da história do mundo. A embarcação mais inafundável, o auge da engenharia da época, o enorme Titanic, afundou. Naquela noite escura e sem lua, o navio teve muitas chances de salvar seus passageiros. Havia outro navio a apenas alguns quilômetros de distância, e ele poderia ter salvado o Titanic, mas isso não aconteceu. Não era um navio-fantasma.

E não é uma lenda ou uma teoria. É uma realidade documentada. Há registros e depoimentos de testemunhas que confirmam isso. Mas por que esse navio não ajudou? Vamos descobrir o que aconteceu naquela noite, analisando esses eventos por três pontos de vista diferentes. Vamos começar com a versão do Titanic.

Onze e meia da noite. A lua se escondia atrás de nuvens escuras. A visibilidade era ruim. Tudo estava calmo no Titanic. Sob a orientação do capitão, o operador de comunicações mantinha contato com o continente por meio do rádio. Nesse momento, um estranho invadiu a frequência, interrompendo a comunicação do operador. Não ficou claro o que esse homem estranho queria e do que ele estava falando. O operador não tentou descobrir.

Ele gritava com esse cara, exigindo que se desconectasse. A conexão foi interrompida. Às 11 e quarenta da noite, o Titanic colidiu com um iceberg. O gelo quebrou o casco. A água começou a inundar os conveses inferiores. Ninguém estava em pânico ainda. 20 minutos depois, à meia-noite, a tripulação do navio enviou um sinal de socorro por meio de radiofrequência. Poucas pessoas entendiam a real gravidade da situação.

Após 20 minutos, à meia-noite e vinte, começaram a baixar os botes salva-vidas com os passageiros. À meia-noite e 25, receberam uma resposta ao sinal de socorro. Era do RMS Carpathia. O capitão informava que já estavam navegando em velocidade máxima em direção ao Titanic. Mas o problema era que o local do acidente ficava a 93 quilômetros de distância. Isso significava que o Carpathia só chegaria dentro de 4 horas.

À meia-noite e 45, a tripulação do navio afundando lançou foguetes no ar. Esses fogos foram uma das principais razões para o terrível destino de muitos passageiros. Falaremos mais sobre isso adiante. 90 minutos depois, o convés do Titanic se partiu e o navio mergulhou nas águas do mar. Às 4 e 10, o Carpathia finalmente chegou ao local do naufrágio. Os membros da tripulação fizeram esforços heroicos para salvar todas as pessoas, levando 705 sobreviventes a bordo. Nesse momento, outro navio apareceu. Era o SS Californian.

O Carpathia navegou em direção à costa de Nova York com todas as pessoas. O Californian ficou circulando em busca de passageiros e não encontrou nada além de destroços. Esse navio estava a apenas alguns quilômetros de distância enquanto o Titanic afundava nas águas geladas. O Californian poderia ter salvado essas pessoas, mas não fez nada. Seu capitão, Stanley Lord, cometeu um dos atos mais terríveis que um marinheiro pode permitir: não ajudar um navio que está afundando. Quando o mundo descobriu tudo isso, passou a detestar o Capitão Lord.

Ele não pôde ser acusado, e o julgamento não o puniu. Mas sua carreira foi totalmente arruinada, pois nenhuma outra empresa naval o contratou. Apesar disso, ele nunca confessou que tivesse sido culpado. Antes de morrer, o capitão disse que não foi culpa dele. Se isso era verdade, então o que aconteceu lá? Isso nos leva à versão do Californian.

Era a noite do dia 14 de abril. O Californian navegava nas águas frias do Atlântico Norte. O navio entrou em uma área com muitos icebergs. Às 22 e 10, o Capitão Lord parou o navio. Estava muito perigoso se movimentar nessa área, pois o casco poderia ser danificado. Às 23h, o navio começou a deriva. Era impossível se mover em tais condições com uma visibilidade tão ruim. O capitão sabia que o Titanic estava vindo na mesma direção, então ordenou ao operador de rádio que avisasse o navio sobre o perigo. Evans, que era o operador de rádio, ligou o receptor e tentou entrar em contato com o Titanic.

Ele passou cerca de 30 minutos tentando. A conexão foi finalmente estabelecida. Nesse momento, o operador de rádio do Titanic estava falando com o continente. Evans interrompeu a conversa e tentou alertar o navio sobre os icebergs. O operador não entendeu as palavras de Evans, e ficou irritado por ele ter invadido o canal tão descaradamente. Ele gritou com o Evans e cortou a conexão.

Cansado, Evans desligou o comunicador e informou seus superiores sobre o incidente. Ainda é um mistério a forma como o capitão reagiu a essa notícia. Ele provavelmente pensou que o Titanic sabia do perigo, e então deixou Evans ir para a cama. Se o rapaz não tivesse desligado o rádio e se tivesse esperado uma hora, teria ouvido o pedido de socorro do Titanic. Mas você não deve culpá-lo. Naquela altura, ele não tinha nenhum motivo oficial para ficar no transmissor. Evans estava muito exausto e não conseguia lutar contra o sono, então foi para a cama. O Titanic começou a afundar. Seu capitão enviou um sinal de socorro.

O operador a bordo do Carpathia o captou, mas o Californian, não, pois o receptor estava desligado. O Capitão Lord não conseguia dormir. Ele sentia que algo estava errado. Enquanto isso, o Titanic ia afundando rapidamente. O capitão deu a ordem de lançar foguetes no ar. E aqui é o momento no qual ocorreu um dos erros críticos.

Eles lançaram luzes de alerta, mas elas não eram vermelhas. Por algum motivo, a tripulação esqueceu de levar foguetes vermelhos a bordo, então iluminaram o céu com uma luz branca brilhante. Se você precisar enviar um sinal de socorro, tem que lançar luzes vermelhas. O Capitão Lord viu as luzes, mas não as percebeu como um pedido de ajuda. Não era possível não haver foguetes vermelhos padrão em um navio tão grande quanto o Titanic. Mas infelizmente, sim. O Capitão Lord achou que o Titanic estava se afastando. Talvez houvesse alguma razão desconhecida por trás daquelas luzes brancas, mas ele realmente não sabia.

Então, Capitão Lord não tinha ideia de que o Titanic estava afundando. Ele ainda decidiu entrar em contato com a embarcação, mas, dessa vez, não através de comunicação por rádio. O Capitão Lord não acordou o operador de rádio e enviou um sinal para o Titanic através de uma lâmpada de sinalização. É importante entender que muitos capitães da velha guarda não levavam a comunicação por rádio a sério. Eles não entendiam o valor dessa tecnologia.

É por isso que o Capitão Lord não acordou o Evans. Ele enviou sinais de luz, mas o Titanic não respondeu. Mais tarde, muitos sobreviventes mencionaram ter visto as luzes piscantes do Californian, mas não havia nada que pudessem ter feito. A tripulação do navio não ouviu seus pedidos de socorro. Às 2h20, o Titanic ficou completamente submerso. Pouco mais de 2 horas depois, o operador de rádio, Evans, acordou e ligou o transmissor.

Ele ouviu muitos socorristas falando sobre o navio afundado. O rapaz entendeu tudo. Ele relatou ao capitão. Nesse momento, o Californian dirigiu-se imediatamente ao local do naufrágio, onde encontrou o Carpathia com os sobreviventes a bordo, partindo em direção a Nova York. O Californian ficou circulando e procurando pelas pessoas, mas não encontrou nada além de destroços.

O Californian retornou ao continente. A notícia sobre o navio que poderia ter salvado o Titanic estava se espalhando por todo o país. O julgamento começou. O capitão Stanley Lord e a tripulação contaram sua versão, dizendo que seu navio estava parado. Muitas pessoas não acreditaram, e alguns dos passageiros sobreviventes afirmavam ter visto o Californian navegando. Ainda assim, o juiz os declarou inocentes.

1962. O capitão Stanley Lord estava bastante idoso. Ele chamou um escrivão para confessar algo. O capitão faz sua última observação sobre o caso. Ele jurou que não era culpado. Mas, se o Californian não tivesse passado pelo Titanic naquele momento, então teria feito o quê? A teoria do Samson poderia responder a essa pergunta para nós. Samson, o navio caça-focas, estava navegando nas águas frias do Atlântico Norte. A tripulação não estava dormindo. Eles estudavam cuidadosamente os arredores, mas não porque estavam com medo dos icebergs. Eles tinham medo de encontrar a Guarda Costeira dos EUA. A tripulação do navio Samson capturava focas, o que é ilegal.

Às 12h45, o capitão do Samson viu foguetes de sinalização brancos. A equipe tinha certeza de que era a Guarda Costeira. Apagaram as luzes e foram embora. Estava escuro, então não perceberam o naufrágio do Titanic, e voltaram para a costa da Islândia, onde ficaram sabendo do desastre. Perceberam então que abandonaram os passageiros que se afogavam. O sobrinho de um dos tripulantes do Samson leu essa história no diário do seu tio. O sobrinho pediu permissão para publicar esses relatos. Todas as pessoas perceberam que o Capitão Lord não era culpado. Mas, infelizmente, ele não viveu para ver esse momento.

Na verdade, ainda não se sabe quem foi o culpado nessa história. Dois navios estavam perto do Titanic. Seus capitães eram pessoas capacitadas. Eles teriam ajudado a salvar todos os passageiros. A culpa deles foi não conseguir entender o que o Titanic queria naquela noite escura. Alguém esqueceu de colocar sinalizadores vermelhos na caixa. Esse pequeno detalhe fatal foi uma das principais causas da tragédia.

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados