Foi isso que alterou a Lua para sempre
A Lua. Um belo satélite natural com algumas misteriosas manchas escuras. Sempre vemos o mesmo lado dele, então estamos acostumados com essa imagem. É difícil imaginar a Lua virada para o outro lado. Mas costumava ser diferente! Oh-ho-ho, costumava ser TÃO diferente! Imagine isso: um satélite enorme e incandescente no céu que causa tsunamis constantes... Sugiro que a gente viaje para o passado distante para ver como era a Lua há muitos, muitos anos!
Ela se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos. Naquela época, o nosso planeta verde-azul ainda era um pedaço de rocha em brasa e insanamente instável voando no espaço. Ainda não tínhamos a Lua, e o dia em nosso planeta durava apenas 6 horas, o que significava somente 3 horas de luz do dia. Vulcões entravam em erupção por todo o lugar, liberando gás venenoso no ar. E um monte de meteoritos colidia regularmente com o planeta. Ao mesmo tempo, há 4,5 bilhões de anos, ocorreu o chamado Grande Impacto. Ou, como os cientistas chamam, a hipótese do grande impacto. Essa hipótese afirma que, certa vez, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra. Marte é cerca de duas vezes menor que o nosso planeta, então o estrago não foi tão grande, mas bastante catastrófico.
Este poderoso impacto removeu parte das camadas externas daquele objeto do tamanho de Marte e da Terra. O próprio núcleo deste corpo espacial se fundiu com o núcleo denso da Terra. E muitos fragmentos da Terra voaram para o espaço sideral. Então, este foi o começo da nossa Lua. Ou, dizendo de forma científica, “o processo de diferenciação começou”. Este é o processo pelo qual todos os corpos planetários passam no início de suas vidas. Como o impacto foi muuuuuito quente, seu calor levou a maioria dos gases e líquidos dos pedaços quebrados da Terra. Apenas uma superfície de pedra relativamente seca restou. Então, sim, há água e gases na Lua, mas em quantidades muito pequenas.
A gravidade do nosso planeta era forte o suficiente para fazer com que todos esses fragmentos de pedra quente permanecessem em sua órbita. E eles gradualmente começaram a ficar juntos. Os produtos químicos que eles continham foram distribuídos em camadas. O ferro, que era mais pesado, afundou mais para dentro, e elementos mais leves formaram a superfície. Em pouco tempo — cem anos ou menos — o anel de vapor, poeira e rocha se fundiu. Os maiores aglomerados com a gravidade mais forte atraíram cada vez mais outras partículas, formando gradualmente a Lua. Parecia uma bola de plástico bolha em brasa. Infelizmente, o núcleo da Lua recém-nascida acabou sendo muito pequeno — faltava ferro e outros elementos pesados para se transformar em algo substancial, como um planeta.
As rochas lunares mais antigas provavelmente se formaram no oceano de magma. E quando a Lua esfriou gradualmente, acabou sendo uma bola branca, limpa e perfeitamente uniforme. Mas ainda era completamente diferente de como a conhecemos agora. Para começar, imediatamente após o seu “nascimento”, o satélite estava localizado a uma distância de apenas 21.700 quilômetros da Terra. Isso é 15 vezes mais perto do que está agora — cerca de 383.000 quilômetros! É assustador imaginar o quão grande e brilhante a Lua parecia no céu naquele momento! A vista provavelmente era bonita e aterrorizante. E, é claro, essa proximidade causava ondas incrivelmente enormes na Terra. O planeta sofria com tsunamis regularmente. Além disso, naquela época, a Lua estava girando muito rápido, e não ficava com apenas um lado voltado para a Terra! Mas, em geral, a Terra e a Lua tiveram um impacto positivo uma na outra.
Por exemplo, foi a Lua que fez nosso dia durar 24 horas. Agora, o eixo da Terra está inclinado a 23,5 graus do plano de sua órbita ao redor do Sol. Sem a Lua, a Terra girava rapidamente. Mas graças ao satélite, a inclinação do planeta se estabilizou, o que levou a uma grande e agradável variedade de climas na Terra. Para dizer a verdade, a gravidade do nosso planeta também ajudou a Lua. Graças a ela, a Lua começou a girar cada vez mais lentamente, enquanto gradualmente se afastava de nós. Ao longo dos anos, sua órbita se afastou do nosso planeta. Ao mesmo tempo, a Lua ficou presa à Terra. Isso significa que seu período de rotação coincide com seu período orbital. (Ou, em outras palavras, a Lua se move em torno de si mesma tão rápido quanto se move ao redor da Terra). É por isso que vemos apenas um lado da Lua.
Quando a Lua se afastou, as marés da Terra ficaram mais calmas. Agora, a água podia fluir para os cantos mais remotos do nosso planeta. Foi então que a vida surgiu na Terra.
Mas de volta à evolução da Lua em si. O que aconteceu em sua superfície após a sua formação? Os estágios seguintes do desenvolvimento da Lua foram a infância e a adolescência. E, como geralmente é o caso nessa idade, esse período foi INSANO. Não é de se surpreender! Cerca de 4 bilhões de anos atrás, o Sistema Solar estava muito agitado! Durante os primeiros 600 milhões de anos de existência da Lua, grandes asteroides e cometas constantemente colidiam com ela. Agora, eles estavam incomodando não apenas nossa Terra, mas também seu satélite! Esses impactos foram os mais poderosos da história da Lua. Eles deixaram muitas crateras grandes, que mais tarde foram preenchidas com rocha escura.
Então, a Terra não foi suficiente para você, hein, espaço?! Uma vez, um PLANETA ANÃO caiu na Lua! Era mais ou menos do tamanho de Ceres — o maior objeto no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Essa explosão formou a bacia do Polo Sul — Aitken e também mudou para sempre a aparência lunar.
Você consegue ver aquela mancha escura na parte mais distante da Lua? Bem ali, bem ao sul? Este local é chamado de Bacia do Polo Sul-Aitken. Seu diâmetro é de cerca de 2500 quilômetros. E sim, foi formada há cerca de 4,3 bilhões de anos pelo impacto que mencionei! Este planeta trouxe consigo vários compostos químicos complexos e estranhos que os cientistas estão encontrando agora em toda a superfície distante da Lua. Esses compostos começaram a emitir muito calor, derreteram parte do manto lunar e — oops! — acordaram vulcões acidentalmente.
Os vulcões começaram a entrar em erupção furiosamente. Uma enorme quantidade de magma foi distribuída sobre a superfície lunar. Muitos anos depois, esfriou, deixando para trás aquelas famosas manchas escuras com as quais estamos tão acostumados. Elas são chamadas de “mares lunares”. Existem muito menos crateras neles do que nas terras altas lunares. Mas nos últimos bilhões de anos, a Lua tem estado geologicamente inativa, exceto por colisões ocasionais com meteoritos. Em geral, a aparência da Lua mudou para sempre como resultado desses eventos. E, após uma adolescência movimentada, ela entrou na idade adulta. Mas mesmo assim, não teve paz. Muitos meteoritos decidiram incomodá-la novamente. Honestamente, não foi TÃO ruim — houve muitas colisões, mas todas foram bem pequenas. Elas apenas deixaram um monte de crateras e poços na Lua e taaalvez tenham danificado um pouco o seu manto.
Algumas das colisões aprofundaram grandes crateras já existentes. A crosta lunar estava ficando cada vez mais fina ao longo dos anos devido a todo o caos acontecendo. E agora, chamamos essa parte superior da crosta lunar, coberta de crateras, de “terras altas lunares”. Todas aquelas áreas brancas e brilhantes da Lua? São as terras altas!
Mas, no final, o Universo finalmente se acalmou. Por enquanto, pelo menos. E a Lua passou a ter a aparência que tem hoje. Ainda há muitas coisas que não sabemos sobre o satélite natural da Terra. Há momentos de sua história que os cientistas ainda não conseguem explicar com precisão. Mas eles continuam estudando o nosso belo satélite. Os dados sobre a Lua são úteis para os humanos não apenas para o seu próprio bem. Eles nos dão uma imagem mais completa da história do nosso Sistema Solar e do espaço como um todo. Então, vamos torcer para que um dia possamos descobrir tudo o que há para saber sobre a Lua.