Finalmente encontraram as cidades perdidas da Amazônia

Curiosidades
há 7 meses

Ei! O que você acha de fazer uma viagem no tempo? Estamos mergulhando na história da floresta amazônica para desvendar o mistério de suas cidades perdidas! Pegue seu repelente e embarca nessa!

A floresta amazônica é a maior floresta tropical do mundo. O ambiente lá pode ser extremamente desafiador para a vida humana. No entanto, diz a lenda que a Amazônia foi berço de extensos vilarejos, prósperos em riquezas imensuráveis. Isso poderia ser realmente verdade? Ou isso não é senão uma invenção da nossa imaginação coletiva?

A lenda de El Dorado pode ser o mito que deu início a tudo isso. Quando os exploradores europeus começaram suas escavações em terras americanas no século XVI, uma civilização amazônica costumava pintar seu líder com ouro como uma oferenda a entidades superiores. A lenda do ’El Hombre Dorado’, também conhecida como O Homem de Ouro, começou a se espalhar rapidamente pela Europa. Os exploradores ficaram entusiasmados com a possibilidade de encontrar uma quantidade infinita de ouro em algum lugar nas profundezas da selva latino-americana. E como você pode imaginar, as expedições ao continente começaram a se multiplicar a cada ano que passava.

Não demorou muito para que os exploradores encontrassem essa civilização. Eles eram conhecidos como o povo Muisca e ficavam localizados na Colômbia, perto do Lago Guatavita.

O povo Muisca tinha a tradição de pintar seu líder, também conhecido como ’o Zipa’, da cabeça aos pés com ouro. Em um gesto cerimonial, o Zipa nadava no rio, espalhando pó de ouro por todo o lago. Para os Muisca, esta era a sua forma de reconhecer e agradecer os poderes superiores do universo em que acreditavam. Quando os exploradores europeus ouviram e testemunharam tal prática, ficaram maravilhados. Para eles, o ouro era usado apenas para fins comerciais, como principal moeda de troca. Isso os fez pensar que o povo Muisca devia ter montanhas e mais montanhas de ouro escondidas em algum lugar da selva, para usá-lo tão abundantemente. Bem, assim nasceu a lenda do El Dorado!

O que antes era a prática de ’El Hombre Dorado’ correu de boca em boca até se tornar ’El Dorado’, uma cidade fictícia que provavelmente escondia montanhas de ouro. A caçada a esta cidade levou os europeus a gastarem grandes quantias de dinheiro para vasculhar a floresta amazônica. Infelizmente, todas as expedições voltaram de mãos vazias. Isto é, isso se voltaram.

Agora, vamos pular para o início do século XX. Na Inglaterra, a Royal Geographical Society, uma prestigiada instituição britânica, procurava alguém disposto a viajar até a América Latina para traçar a fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Mais especificamente, a parte de fronteira que fica nas profundezas da floresta amazônica. Um certo Sir Percy Fawcett era um aficionado pela América Latina e se ofereceu de bom grado para fazer o trabalho. Ah, é importante saber que a floresta amazônica é praticamente do tamanho dos Estados Unidos continental. Ela se estende por 8 países, incluindo Brasil, Peru e Bolívia. E acredite, se locomover por ela não é tarefa fácil! A selva é coberta por uma vegetação densa. Além disso, é o lar de predadores insanos, como cobras sucuris, panteras, crocodilos, piranhas e assim por diante. Mas apesar de tudo isso, Fawcett teve muito sucesso em sua aventura de mapeamento e quis voltar mais vezes.

De volta à Inglaterra, Fawcett vasculhou os diários de outros exploradores na esperança de aprender mais sobre as antigas civilizações amazônicas. Ele leu sobre os incas, os maias e os grandes impérios que construíram. Ele acreditava que se os incas foram capazes de construir impérios que se estendem por mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, e isso poderia significar que outras civilizações amazônicas poderiam ter se desenvolvido por lá também.

Durante sua pesquisa, Fawcett encontrou um relatório de um explorador do século XVI. Falava de uma cidade nas profundezas da floresta amazônica que continha quantidades inimagináveis de minerais, “uma cidade que se estendia por 25 quilômetros sem qualquer espaço entre uma casa e outra”. Este relatório levou a imaginação de Fawcett a um novo extremo. A partir de então, ele ficou obcecado em encontrar o que chamou de Z, a Cidade Perdida.

Ao longo dos anos, Fawcett vasculhou a floresta amazônica, geralmente procurando por ruínas de pedra que poderiam indicar vilarejos humanos. Em suas expedições posteriores, se concentrou em explorar o estado do Mato Grossol. Ele viajou da Europa para a região do baixo Xingú. A viagem até lá durou cerca de 14 dias a pé. Em seguida, ele embarcou em pequenos barcos de madeira, acompanhado por lideranças indígenas locais que conheciam a região melhor do que ninguém. Como ele se comunicava com a população indígena ainda é um mistério, já que eles só falavam os dialetos locais. Alguns cientistas acreditam que esta pode ter sido a verdadeira razão de ele nunca ter encontrado a cidade, pois creem que Fawcett não conseguiu comunicar exatamente o que estava procurando.

E essa não era sua maior dificuldade. Como dissemos antes, a Amazônia não é um lugar agradável para seus visitantes. Em seus diários, Fawcett conta sobre ter ficado cara a cara com uma sucuri de 18 metros de comprimento, sobre a qual sobreviveu bravamente. Ele escreve sobre noites sem dormir sem fim e acordando com as mãos e os pés inchados por picadas de mosquitos. Alguns de seus colegas diziam que ele era invencível e incansável. Mas chegou o dia, durante sua 8ª expedição, em que ele não conseguiu voltar para casa. Fawcett desapareceu sem deixar vestígios. Alguns até suspeitam que ele estava perto de atingir o objetivo de sua vida. No dia do seu desaparecimento, ele enviou uma carta otimista para sua esposa dizendo que não havia nada a temer e que ele estava partindo para uma certa busca final.

A tentativa fracassada de Fawcett de encontrar ruínas parecia apoiar o que havia se tornado um consenso entre os especialistas da época: que essa floresta tropical era muito inóspita para sustentar sociedades grandes e complexas. Muito menos cidades. Os especialistas estavam convencidos de que as cidades perdidas da Amazônia não passavam de ficção. Isto é... até a década de 1960, quando pesquisas modernas começaram a encontrar evidências que sugeriam o contrário. Os cientistas descobriram trechos de um solo extremamente fértil, o qual chamaram de “terra negra”. E, aparentemente, encontraram muito dele na Amazônia, especialmente ao longo dos rios. Pesquisas posteriores mostraram que esse solo se formou por dejetos humanos ou pela queima intencional de florestas que adicionaram nutrientes ao solo. O que só poderia significar... Bingo! A descoberta da Terra Negra foi uma evidência de que a agricultura em grande escala era possível e provavelmente já existia no meio da Amazônia. Confirmando que os vilarejos poderiam ter se formado lá, afinal!

Na década de 1990, ao longo do rio Xingú, uma equipe de arqueólogos da Universidade da Flórida fez uma descoberta notável. Trabalhando ao lado dos indígenas locais, encontraram valas muito longas. Depois de mapeá-las, eles perceberam que essas valas eram sinais de um grande vilarejo. Eram restos de paredes cuidadosamente projetadas, centralizadas em torno de uma praça. Algumas eram estradas que levavam a mais assentamentos. Na verdade, apenas esta parte da Amazônia, do tamanho de Nova Jersey, já foi uma rede de dezenas de vilarejos que os especialistas acreditam que poderiam ter abrigado pelo menos 50.000 pessoas entre 1250 e 1650 depois de Cristo.

Outras descobertas foram possíveis graças ao lidar, um tipo de tecnologia que permite aos pesquisadores tirar fotos de satélite do solo da floresta sem ter que pisar dentro dela. Uma rede de trincheiras no Acre tem origem estimada de 200 a 1200 depois de Cristo e sugere assentamentos que poderiam ter abrigado 60.000 pessoas. Outras imagens próximas ao rio Xingú sugerem cidades que poderiam abrigar cerca de 50 milhões de pessoas! Essas eram as cidades perdidas da Amazônia.

Acredite ou não, essas imagens sugerem que Fawcett esteve muito próximo de uma grande descoberta! Ele estava procurando as ruínas no lugar certo. Mas estava procurando a coisa errada. Ao contrário de cidades como Cusco, que usavam a pedra como matéria-prima, os vilarejos amazônicos usavam madeira e terra para construir suas cidades. Esses materiais são altamente deterioráveis e provavelmente se decompõe com o tempo. Encontrá-los exigia um pouco mais de tecnologia do que a que Fawcett tinha à disposição na época.

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