Família adotou uma órfã de 6 anos e mais tarde descobriu se tratar de uma ANÃ ADULTA

Curiosidades
há 1 ano

A princípio, Michael e Kristine Barnett, de Indiana, acreditaram ter recebido em casa uma órfã de seis anos, mas, aos poucos, começaram a desconfiar. A tumultuada jornada da família começou quatro anos após a adoção, quando o casal afirmou que sua filha, Natalia, não era quem dizia ser e que, efetivamente, poderia ser uma anã adulta disfarçada de criança.

A angustiante provação enfrentada pela família é explorada no documentário The Curious Case of Natalia Grace (O Curioso Caso de Natalia Grace), que estreou recentemente no Investigation Discovery (ID). Na sequência de abertura, com as emoções à flor da pele, Michael Barnett, aos prantos, expressa: “Ela não nos conta a verdade sobre quem de fato é — estamos vivendo com uma vigarista”.

No documentário, Michael conta que sua família tomou a decisão de adotar um órfão de um abrigo na Flórida, em 26 de abril de 2010, momento em que desfrutavam de uma vida tranquila. O casal criou seus três filhos com amor e alegria, gozavam de estabilidade financeira com uma poupança substancial e possuíam uma casa recém-construída.

“No começo de 2010, fomos abençoados com muitas coisas. Quando chegou 2014, tinha apenas 37 centavos na minha conta bancária, sem a esposa, sem os filhos, sem minha casa, nem emprego eu tinha mais. Se Natalia nunca tivesse entrado em nossas vidas, jamais teria me divorciado”, revela Michael, emocionado.

As dúvidas sobre sua verdadeira idade surgiram quando o casal descobriu que a filha vinha escondendo deles seu ciclo menstrual por um longo período. Além disso, um dia Natalia encontrou uma criança de seis anos, com uma doença óssea rara. O impressionante contraste de idade tornou-se inconfundível quando Natalia, brincando, se levantou ao lado dessa garotinha, mostrando estrutura óssea e vocabulário avançados para sua faixa etária.

De acordo com Michael, Natalia apresentava vários sinais que indicavam não ser uma criança, mas uma adulta. Esses indícios incluíam a presença de períodos menstruais e dentes de alguém não tão jovem. Também observou que ela não apresentava nenhum crescimento, o que normalmente ocorreria mesmo em crianças com nanismo.

Além disso, os médicos confirmaram que Natalia lidava com um distúrbio psicológico grave, normalmente diagnosticado em adultos. Essas observações corroboraram a crença de que a idade de Natalia fora falsificada, contribuindo ainda mais para as circunstâncias complexas envolvendo sua verdadeira identidade.

Durante a investigação, Natalia revelou ter sido informada da data de nascimento, revisada em seu orfanato, antes de se mudar para os Estados Unidos.

“O Oficial de Justiça nos informou acreditar que a certidão de nascimento dela era falsa”, revelou Michael. De acordo com um documento relacionado ao seu processo de migração, teriam descoberto que Natalia não apresentou crescimento algum em quatro anos, fato que Michael argumenta ser improvável para uma criança de seis anos, mesmo considerando sua condição de nanismo.

Esses inúmeros indicadores alarmantes levaram a família a buscar assistência jurídica. Em 2012, iniciaram uma petição na Justiça, e o juiz, após cuidadosa consideração, modificou oficialmente a data de nascimento nos documentos de Natalia, de 2003 para 1989.

Após a aprovação da petição, o casal decidiu transferir Natalia para um apartamento em Lafayette, a três condados de distância de sua residência anterior, enquanto preparavam a mudança da família para o Canadá. Natalia declarou que sua dieta consistia principalmente em manteiga de amendoim, sanduíches de geleia e macarrão. Também afirmou ter movimentos das mãos e dos braços limitados, o que lhe dificultava a abertura de alimentos enlatados.

Cerca de um ano após a mudança, Natalia foi obrigada a deixar o apartamento, em consequência das inúmeras reclamações quanto ao seu comportamento perturbador. Os vizinhos contaram ter testemunhado sua dificuldade em cuidar de si mesma e compartilharam no documentário relatos sobre as roupas sujas que usava e seu odor corporal desagradável. Além disso, a descreveram como um incômodo constante para os moradores, pois entrava no apartamento das pessoas sem ser convidada.

Recentemente, o casal foi absolvido das acusações de negligência por deixar Natalia para trás, apesar de insistirem que ela era legalmente reconhecida como uma mulher adulta devido à alteração, por ordem judicial, de sua data de nascimento.

Michael afirmou que a família se mudou de Indiana para o Canadá a fim de bancar os estudos universitários do filho de 15 anos. Entretanto, alguns críticos argumentam que a decisão de se mudar foi motivada principalmente pelo desejo de se livrarem da filha adotiva. Embora as acusações de negligência infantil relacionadas à idade de Natalia tenham sido retiradas, como resultado da mudança legal de sua data de nascimento, acusações adicionais de negligência ainda eram aplicáveis devido ao seu nanismo, que a tornava dependente dos cuidados do casal.

Em um episódio de 2019 do programa de TV, Dr. Phil, Natalia, emocionalmente perturbada, negou veementemente ser adulta e refutou as acusações de ter enganado a família Barnett. Ela manteve sua inocência, expressando a angústia causada pela situação devastadora.

Natalia estava acompanhada de seus novos pais, que ficaram ao seu lado e a defenderam, afirmando que ela era uma garota genuinamente amorosa, não uma adulta sociopata se passando por criança. O apoio da nova família teve como objetivo rebater as alegações contra Natalia e fornecer uma perspectiva diferente sobre o seu caráter.

Felizmente, apesar dos desafios, nem toda pessoa com nanismo tem uma história tão dramática quanto a de Natalia. Na verdade, dispondo das circunstâncias adequadas, essas pessoas podem ter os mesmos trabalhos, rotinas diárias e aspirações de vida familiar que todas as outras.

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