Especialista em etiqueta da Vogue mostra regras de comportamento que vão te ajudar a evitar situações embaraçosas

há 3 anos

Tatiana Poliakova estuda etiqueta há 20 anos. Parceira da edição ucraniana da revista Vogue, ela sabe bem como se portar à mesa, quais os temas que podem ser abordados em conversas com pessoas desconhecidas e quais, pelo contrário, devem ser estritamente evitados. Embora Tatiana seja uma especialista nesse tema, ela mesma acredita que regras existem para serem quebradas. Por isso, é importante identificar em quais situações você pode se dar esse luxo.

A redação do Incrivel.club decidiu aprender um pouco melhor sobre o assunto. Por isso, avaliamos e pesquisamos os conteúdos produzidos por Poliakova, e selecionamos as dicas mais relevantes para os dias de hoje.

Como se portar à mesa em um restaurante

É proibido colocar o celular ou laptop em cima da mesa.
É recomendável ocupar 3/4 do assento e manter os joelhos juntos.
A bolsa feminina deve ser colocada na cadeira ao lado ou às costas. Nunca se deve a bolsa no chão. Primeiro, por uma questão de segurança, e, segundo, porque pode atrapalhar os garçons.
Frases do tipo “Estou de dieta” e “O pão tem glúten?” não são de bom tom. Temas como saúde, política e religião não devem ser discutidos em hipótese alguma. As pessoas não precisam saber das peculiaridades do seu sistema digestivo.
Durante a hora de almoço, é aceito dobrar o guardanapo ao meio. Já em eventos mais formais ou em jantares sociais, o guardanapo deve cobrir inteiramente os joelhos.

Em almoços de negócios, os temas mais profissionais devem ser abordados somente após fazer o pedido. Nesses casos, vale introduzir a conversa com algo do tipo: “vamos direto ao ponto!”
Diante de imprevistos como um inseto no prato ou uma barata no chão, por exemplo, nada de fazer escândalos. O mais indicado é abordar o garçom em voz baixa — ou os donos da casa no caso de uma reunião familiar. Esse é um momento em que há o risco de saias-justas, então, o melhor é manter a discrição.
Em caso de necessidade de deixar a mesa, nunca é de bom tom dizer frases do tipo “Vou ao banheiro”, “Vou assoar o nariz” ou mesmo “Vou fazer uma ligação”. É melhor dizer: “Perdão, vou me retirar e já volto”. Dessa forma, a pessoa demonstra que não planeja ir embora nem dá detalhes excessivos da vida pessoal. Também é possível fazer o uso do guardanapo para expressar a intenção: o guardanapo na cadeira significa que a pessoa vai voltar, e em cima da mesa, que vai embora.

Como pôr a mesa

Quando uma pessoa está recebendo convidados em casa, é elegante que os talheres sejam todos de um mesmo conjunto. Isso dará padrão e estilo à mesa.
Os talheres de um restaurante devem ser de um mesmo conjunto.
É correto oferecer um prato e uma faca para o pão e outros talheres exclusivos para a manteiga.
Não é uma obrigação, mas uma dica estética: colocar os talheres no meio dos pratos quando for pôr a mesa dá equilíbrio ao “layout” de qualquer jantar.
Também não é uma obrigação, mas uma dica para deixar a mesa mais equilibrada: os pratos devem ficar, preferencialmente, a dois dedos da borda da mesa.

Como comer corretamente

Após um talher ser retirado da mesa para comer, ele nunca mais deve voltar para lá. Após isso, facas e garfos permanecem no prato.
Não é elegante repetir gestos de primatas e ficar mordiscando o pão. O melhor é retirar os pedaços, passar manteiga uniformemente e comer cada fatia.
O creme (ou sopa purê) se come pela lateral da colher; já para as sopas ralas (caldos) usa-se a ponta da colher. E, claro, sempre é bom lembrar o quão importante é ficar próximo do prato ao comer sopas e cremes, considerando os riscos de pequenos desastres que eles oferecem.

Como se comunicar com pessoas com as quais você não tem muita intimidade

Frases como “Meu marido é um advogado famoso” não têm sentido e não costumam ser bem recebidas pelos interlocutores. Afinal, se a pessoa é famosa, os outros já devem conhecê-la ou a conhecerão no decorrer da conversa.
Excessos de elogios a filhos também não são recomendados. A rigor, nunca sabemos em qual tipo de grupo social nos encontramos: pode ser que haja, nesse grupo, um casal que tenha perdido o filho. E comentários excessivamente elogiosos serão extremamente desconfortáveis
Ao receber elogios em relação à beleza ou à aparência, o ideal e não minimizar ou desvalorizar as próprias características. Melhor é simplesmente reagir de maneira natural e agradecer.

Como se comportar com bebidas alcoólicas

As pessoas muitas vezes esquecem os nomes de seus interlocutores. Mas, por algum motivo, se lembram da bebida que eles escolheram.
Fazer um planejamento do que vai beber também é interessante para evitar excessos que podem trazer uma enorme ressaca no dia seguinte e destruir a reputação. E sempre é bom lembrar que não é aconselhável misturar dois tipos de bebidas alcoólicas.
Quando uma pessoa não conhece a própria reação em relação a um determinado tipo de drink, o melhor a fazer é evitar esse tipo de bebida em eventos sociais e deixar para experimentá-la em casa ou com os amigos mais próximos. Mais uma vez, a ideia, aqui, é evitar constrangimentos.
Ao receber convidados para uma festa em casa, recomenda-se caprichar na escolha das bebidas oferecidas. Um bom anfitrião sempre oferece bebida e comida de qualidade.
Não é necessário ser um sommelier, mas ter algum conhecimento de vinhos sempre cai bem. Hoje em dia, a Internet oferece vasto material para aprender sobre o assunto.

Para pegar a taça de champagne (ou outro espumante), o correto é apoiar o dedo mindinho na base

A mulher pode abrir a garrafa de champagne sozinha caso seja a dona da casa. Mas sempre é bom ter alguma prática para isso.
Para beber com classe e com saúde, é recomendado sempre deixar um “fundinho” de 10% de bebida no copo. Dessa forma, a pessoa mostra que não possui qualquer tendência ao alcoolismo e ainda que aprecia a bebida.
Ao beber, é de bom tom olhar nos olhos da pessoa com quem se está conversando.
É possível determinar a qualidade de um restaurante pelo seu menu de vinhos. O dono de um restaurante que dê valor ao seu chef de cozinha escolhe vinhos de boa qualidade — o que não significa necessariamente que sejam caros. E, em geral, esses vinhos possuem um bom potencial de harmonização com os pratos oferecidos no cardápio