“Entre a Jade e técnicas malucas: o que aprendi ao tentar ser outra pessoa” — uma jornada sobre autoaceitação

Provavelmente, não existe ninguém no mundo que, em algum momento, não tenha se comparado aos outros, tentado aprender suas habilidades ou até mudado sua aparência para se parecer com seus ídolos. E mesmo que a gente se esforce bastante para alcançar essa ideia de "perfeição", o estranho é que, quando finalmente conseguimos, isso não nos traz felicidade.

É exatamente sobre isso que trata a divertida história da blogueira Galina, que sonhava em ser parecida com a protagonista da famosa novela dos anos 2000, “O Clone”. Temos certeza de que o breve relato dela vai te ajudar a se conectar mais com quem você realmente é e a reconhecer o seu valor neste mundo.

Eu sonhava ser como a Jade. A protagonista da novela O Clone, que fazia os homens se apaixonarem por ela, desde o Marrocos até o Brasil. O que ela fazia para isso? Dançava, sorria, penteava os cabelos.

A Jade tinha um cabelo incrível: longa, volumosa e brilhante. Eu tinha 15 anos, e a palavra “cabelo” era maior que o meu cabelo, mas eu queria muito que alguém se apaixonasse por mim. Precisava urgentemente de cabelo. Encontrei umas receitas de máscaras capilares na “Enciclopédia para meninas”.

Comecei aplicando ovo nos cabelos. “Que nojo”, disse meu irmão Sergio, quando viu a clara escorrendo pela minha testa debaixo da touca de plástico.

“Você não entende nada, meu cabelo vai crescer muito com isso”, respondi, indo lavar a máscara no banheiro. Não deu tempo. Com o calor da água, os ovos fritaram direto na minha cabeça. Podia ter adicionado um pouco de linguiça e ter um jantar completo. Passei a noite toda com a minha mãe tentando tirar os pedaços de ovo dos cabelos. Meu pai, achando que eu estava com piolho, passou uma semana me evitando.

Depois, usei iogurte natural. No banheiro, o iogurte coalhou e eu fiquei com cheiro de vaca por um dia inteiro. Para esconder meu novo “perfume”, fui para a escola de gorro de inverno. Mais algumas pessoas começaram a desconfiar que eu tinha piolho. Minha amiga disse que mudaria de lugar na sala se eu não parasse de cheirar mal. A única chance de alguém se apaixonar por mim seria se eu estivesse no meio dos bois da fazenda local.

Depois, comecei a enxaguar os cabelos com chá de urtiga. Preparava o chá na chaleira do banheiro que todos usávamos. Meu irmão, Sérgio, ficava sem entender: como é que, nas minhas tentativas de virar a Jade, a família inteira acabou tomando banho com "chá de urtiga"?

Mas o resultado? Zero. Meus míseros três fios de cabelo continuavam os mesmos, sem mostrar o menor sinal de vida. Resolvi apelar. Furei minhas orelhas com uma agulha de remendar meias de lã (igual à Jade), achando que isso faria meu cabelo crescer forte e volumoso.

E o que aconteceu? Nada.

Fiquei indignada: o que estava dando errado? Por que o cabelo dela crescia tão lindo e o meu, nem de longe? Gastei um tempão seguindo dicas, fazendo receitas caseiras, aplicando máscaras.

Anos depois, li numa revista que a atriz que fazia a Jade usava extensões de cabelo durante as gravações. Isso mesmo, não era o cabelo dela. Eram apliques! Enquanto eu estava com claras de ovo fritas no cabelo e cheirando a fazenda, o cabelo perfeito dela era completamente de mentira!

Essa história me ensinou muita coisa. Não acredite em tudo que vê e nem tente copiar. Às vezes, aquela imagem perfeita não passa de "apliques de cabelo". Mas o mais importante: nunca entre em uma sauna quente se tiver ovos na cabeça.

Está na hora de deixar algumas obsessões de lado, seja a busca por um cabelo perfeito como o da Jade ou o hábito de tomar banho todo dia. Assim como as aparências podem enganar, o banho diário pode não ser tão essencial quanto parece. Descubra agora se você está exagerando no ritual diário e entenda a verdadeira importância de equilibrar a higiene sem prejudicar sua pele.