A baleia mais solitária do mundo

Animais
há 1 ano

Imagine gritar para alguém sem saber que essa pessoa não pode te ouvir. Essa é a história da baleia mais solitária nadando nos oceanos. Os cientistas só se referem a essa baleia como “52 hertz”, ou 52, para os íntimos. Eles a chamam assim porque captaram seu som, semelhante ao de uma baleia-azul, que está entre 10 e 39 Hertz. As baleias, como muitos outros animais, se comunicam com frequências que só elas entendem. Essa em particular é conhecida como a única do seu tipo, já que nenhuma outra baleia produz sons na mesma frequência.

Ela é quase como um fantasma, já que ninguém nunca a viu pessoalmente ou por meio de filmagens; só temos gravações via hidrofones. Ela nada há décadas e foi ouvida pela primeira vez no final dos anos 1980 até 2010. Os cientistas recebem o grito da baleia no Oceano Pacífico anualmente, de agosto a dezembro. Entre janeiro e fevereiro, ele sai do alcance.

Os cientistas ainda estão pensando: Por que essa baleia é diferente? Alguns dizem que poderia ser um híbrido de baleia-azul de algum tipo, enquanto outros sugerem que poderia ser simplesmente uma baleia-azul, mas com uma condição especial. Alguns pensam que a baleia pode não ouvir direito ou não ouvir nada. Mas o fato de a baleia existir há tanto tempo significa que ela deve ser saudável. Sabemos que ela reside em algum lugar no Pacífico Norte, mas os cientistas ainda não a viram nos últimos 30 anos. Sinais da 52 são coletados em toda a sua rota.

Essas frequências das baleias foram descobertas por acidente. Militares dos Estados Unidos implantaram vários hidrofones no fundo do oceano para ouvir a chegada de outros submarinos. Embora sua missão possa ter sido bem-sucedida, ela também captou várias frequências das profundezas dos oceanos — sons “monstruosos”, que eles descreveram como chamadas profundas e estrondosas.

Durante séculos acreditava-se que criaturas lendárias vagavam pelas águas profundas e escuras — Krakens, Leviatãs e outras bestas aquáticas assustadoras. Talvez os submarinos primeiro tenham pensado estarem ouvindo uma dessas criaturas, mas as frequências foram posteriormente identificadas como o som de baleias-azuis ou de baleias-comuns. No final da década de 1980, pesquisadores e cientistas tiveram acesso a essa rede de hidrofones e perceberam que podiam captar as frequências de quase todas as baleias.

Aí, o único som diferente foi o de 52 Hz. Houve tanto burburinho em torno dessa baleia, que algumas pessoas decidiram fazer um documentário sobre ela. Todo mundo sempre se perguntou se essa baleia algum dia encontraria sua cara-metade, por quem tanto chama.

O albatroz é um dos animais mais rápidos do planeta e pode viajar por toda parte com facilidade. Mas este, o Albert, não conseguiu encontrar seu amor a tempo. Nos últimos 50 anos, os cientistas acreditaram que o Albert voou pelas costas da Escócia em busca de uma companheira. Infelizmente, todas as suas “parceiras” em potencial não estarão a menos de 12.800 quilômetros, ou do outro lado do mundo. Seu lar natural não é a costa da Escócia, então como ele foi parar lá? Alguns acreditam que o Albert foi atingido por uma tempestade e levado do equador no Atlântico Sul em algum momento na década de 1960. Desde então, está lá, sem ter para onde ir.

Claro, esses pássaros podem viajar, mas não tão longe assim — eles precisam da ajuda dos ventos certos para voltar para casa. O Albert procura uma companheira há décadas. Ele encontrou abrigo em um afloramento rochoso remoto entre as Ilhas Shetland e as Hébridas Exteriores, mas agora vive em Bempton Cliffs. Os cientistas observaram que Albert está vagando pelos céus da Escócia sabendo que essa espécie de pássaro tem uma vida útil de cerca de 70 anos.

Nem todos os pássaros voam em bandos. Albert tem tentado desesperadamente fazer amizade com os outros pássaros da vizinhança, mas sem sorte. O albatroz é nativo das Ilhas Malvinas, que fica bem longe da Escócia. Provavelmente ele não voltará para casa tão cedo.

Solitário George não é um nome que alguém gostaria de ter, mas essa Tartaruga da Ilha Pinta de Galápagos ganhou o título por ser literalmente a última de sua espécie. A parte triste da história do Solitário George é que sua espécie crescia e prosperava no século 19. Infelizmente os humanos atrapalharam e sua população diminuiu. Por muito tempo os cientistas pensaram que esse animal estava extinto, até que George foi encontrado em 1972. Ele chamou muita atenção da mídia e da imprensa. Foi aí que se descobriu que o Solitário George tinha cerca de 60 anos na época, então decidiram levá-lo para um zoológico.

Em seu cativeiro, o Solitário George não tinha a liberdade ou a vida que sempre desejou. Ele era o último de sua espécie, e os cientistas o mantinham em cativeiro, querendo que ele se acasalasse com outras espécies, mas nada aconteceu. Infelizmente ele faleceu em 2012, oficialmente o último de sua espécie.

Toughie também era o último de sua turma: ele era um sapo de árvore, espécie que costumava viver livremente nas florestas tropicais do Panamá, deslizando de árvore em árvore. Assim como o Solitário George, os pesquisadores levaram Toughie em cativeiro para protegê-lo de predadores e de uma infecção que eliminou o resto de sua espécie. Ele foi colocado em um jardim botânico em Atlanta em um contêiner cinza, onde faleceu em 2016. Uma das partes mais tristes é que Toughie parou de chamar por companhia desde que foi colocado em cativeiro. Ou ele sabia que era o último de sua espécie, ou tinha plena noção de que estava em um contêiner. Também nunca respondeu a gravações de rãs fêmeas da sua espécie. Talvez ele também soubesse que eram chamados falsos. Ele deu a volta por cima e se tornou um símbolo para a conservação animal.

No início de 1987, sabíamos da existência de apenas 3 araras-azuis na natureza e, no final do mesmo ano, duas delas foram levadas embora. No Brasil, a arara-azul voava livremente nas densas florestas amazônicas. Elas preferem florestas tropicais secas e relaxam nas velhas árvores ocas que crescem ao longo dos rios. Sua dieta preferida são sementes e nozes. No entanto, seus números começaram a diminuir, até que não fossem mais vistas. Em 1995, um grupo de cientistas partiu em uma jornada para salvar essa ave rara.

O trabalho não seria tão desafiador, pois a cor cinza-azulada do pássaro é tão distinta, que é possível ser identificada a um quilômetro de distância. Durante esse tempo, restava apenas uma no mundo, perto de uma pequena cidade no nordeste do Brasil. A ave foi descoberta por um naturalista alemão, Johann Baptist von Spix, em 1819, de quem recebeu seu nome, ararinha-azul-de-Spix. Durante esse tempo, não havia registro de quantas ararinhas de Spix estavam voando no ar. Mas já naquela época ele notou que elas eram muito raras.

A ararinha-azul viveu sozinha durante anos na natureza. É extremamente difícil localizá-la e colocar um rastreador para mapear seus paradeiros. No entanto, ainda havia muitas de sua espécie vivas e bem, em cativeiro, e elas nunca sentiram a verdadeira alegria de abrir suas asas e voar de árvore em árvore. Após uma reprodução bem-sucedida, os cientistas já libertaram 47 aves saudáveis na natureza, o que é suficiente para dar o pontapé inicial na espécie novamente.

Mas, desta vez, os cientistas não iam arriscar, por isso decidiram colocar faixas de metal em volta das árvores com ninhos ocos. Assim evitam predadores naturais, como onças ou gambás. Será que teria sido melhor se a última ararinha-azul-de-Spix encontrasse um companheiro e começasse uma família? Nunca saberemos. Mas podemos nos alegrar com o fato de que essas maravilhas azuis estão de volta ao seu habitat natural.

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