11 Pratos antes considerados populares que hoje são indispensáveis nos melhores restaurantes
“Nem tudo o que reluz é ouro”. Essa expressão também se aplica à culinária. Os padrões de “comida boa” e “comida cara” são mais relativos do que se imagina no meio gastronômico. Sabemos que muitas receitas surgiram a partir da engenhosidade de algumas pessoas. Muitas vezes, daquelas mais simples, que precisavam ser criativas na hora de cozinhar para compensar a falta de dinheiro. Certos pratos ganharam tanta popularidade que existem até hoje. Os cozinheiros agradecem, e os clientes também.
O Incrível.club decidiu tentar comprovar essa hipótese ao compor esta lista de pratos, antes menosprezados, mas que agora estão presentes nos menus dos melhores restaurantes. Acompanhe!
Pizza
Azeite, tomate, ervas e massa rústica — receita simples da tradicional pizza italiana. Para os italianos menos favorecidos, no entanto, a pizza era o prato de cada dia, o “feijão com arroz” do brasileiro. Ninguém a considerava um requinte culinário.
A mudança no estatuto social do prato se deve à Margarida de Saboia — primeira rainha consorte da Itália. Certa vez a monarca resolveu experimentar um prato “do povo” e o chef preparou para ela a tal da pizza. As cores dos ingredientes lembravam a bandeira nacional. A rainha gostou tanto da refeição que o prato foi nomeado em sua homenagem — Margherita — e se tornou o cartão de visita da Itália.
Os fãs do livro Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert, podem saborear o prato preferido da personagem principal no restaurante L’antica Pizzeria Da Michel, em Nápoles. Essa é uma filial do ilustre restaurante inglês, famoso pelo seu cardápio — caro e refinado. O estabelecimento Proper Pizza NZ, na Nova Zelândia, prepara pizzas com ingredientes incomuns. Por exemplo, trufas negras.
Baiacu
Quem não arrisca, não “petisca” baiacu. Esse peixe do tamanho da palma de uma mão é uma verdadeira lenda da cozinha japonesa. Os que se dizem amantes da iguaria devem gostar de aventuras. No corpo inteiro do peixe está presente uma potente neurotoxina — a tetrodotoxina. O cianeto de potássio, em comparação a ela, não passa de um remedinho para tosse.
Japoneses de antigamente sabiam o segredo na preparação: o truque está na retirada prévia da glândula de veneno. Eles comiam tais peixes muito antes dessas iguarias aparecerem nos restaurantes. Era um prato do dia a dia de qualquer japonês, exceto do imperador. Para que correr o risco, não é?
Tamboril
O “demônio dos mares”, como costumava ser chamado, tem uma aparência pouco atraente e nada convidativa. Nesse caso, a aparência realmente engana, pois o sabor é espetacular, além de ser bastante nutritivo. Há muito tempo se tornou o favorito de muitos apreciadores da “boa cozinha” e de cozinheiros profissionais no mundo todo.
Para chegar aonde chegou — nos menus dos melhores restaurantes — esse peixe percorreu um longo caminho. Inicialmente era conhecido como a “lagosta dos pobres”. Na França, queriam proibi-lo: franceses têm tabu com tudo o que não é bonito. Mas os caminhos se inverteram ao longo do percurso e, hoje, o tamboril é uma iguaria que certamente não cabe no bolso de qualquer um.
Quinoa
Nutricionistas e blogueiros redefiniram a quinoa. Adeptos do estilo de vida saudável têm promovido esse produto, nutritivo e benéfico, em suas redes sociais. E, hoje, graças ao advento da publicidade, o valor desse alimento aumentou exponencialmente.
Embora hoje esse grão esteja sendo consumido com mais frequente no nosso cotidiano, nem sempre foi assim. 15 anos atrás, ninguém o notava: era considerado um alimento exclusivo dos menos favorecidos.
Sushi
O título de “prato gourmet” nos melhores restaurantes do mundo foi dado ao sushi há pouco tempo. Comiam-no somente os pescadores japoneses. Sem fotos para o Instagram, claro.
O preço do sushi aumentou a partir da metade do século XX. Acredita-se que isso aconteceu devido ao fortalecimento de laços culturais entre o Japão com os outros países, assim como ao afluxo de turistas.
Sopa de cebola francesa
A sopa de cebola era considerada comida simples, para o povo, até que Luís XV resolveu preparar uma sopa de cebola em caldo de champanhe.
De acordo com a versão de Alexandre Dumas, essa sopa foi apreciada pelo rei Stanislaw da Polônia em uma de suas visitas ao Palácio de Versalhes. O monarca ficou encantado e pediu a receita ao cozinheiro. Depois, então, compartilhou o segredo com seu “amigo” — o rei francês.
O valor da sopa depende dos ingredientes, claro, mas convenhamos que deve ser bom comer um prato que fazia até os reis lamberem os dedos.
Tiramisù
À mistura: ovos, queijo mascarpone, biscoitos Savoiardi e café. Para quem gosta desses ingredientes, o tiramisù é a sobremesa dos Deuses. Muitas regiões da Itália competem pelo direito de reivindicar essa famosa receita. A mais provável das teorias é que tenha sida criada em Treviso em 1970. E as gemas batidas com açúcar serviam como uma bebida energética para trabalhadores simples da cidade veneziana.
Famosos chefs italianos enobreceram o tiramisù com delicados queijos cremosos, biscoitos sofisticados e café. Embora não houvesse gemas ou licor na receita original, muitos cozinheiros gostam de inventar com os ingredientes para garantir maior complexidade ao sabor.
Em 2006, o tiramisù foi incluído na lista de sobremesas dos países da União Europeia.
Bigos
O precursor do prato tradicional polaco — como o conhecemos hoje — era o bigos “desconstruído”, cujo ingrediente principal era o repolho. Tal prato era consumido principalmente pela classe mais baixa. Os nobres, mais tarde, adicionaram à iguaria carne e defumados.
O prato “tudo em uma panela” ganhou status de estrela do Olimpo em restaurantes pelo mundo inteiro depois de muito tempo. Passou, então, a ser fonte de inspiração para muitos poetas e personalidades famosas. Adam Mickiewicz — até — dedicou ao bigos uma passagem em sua obra literária.
Queijo Livarot
No século XIX, o queijo delicado de crosta derivada de um fungo vermelho — urucum — era conhecido como a “carne dos pobres”: um dos produtos mais populares da Normandia. Hoje, o Livarot, quase não encontrado nas prateleiras dos supermercados, é produzido em quantidades limitadas. Nos restaurantes, essa iguaria é servida acompanhada somente de vinhos franceses de alta qualidade.
De acordo com as leis da União Europeia e do sistema de comprovação de origem francês, esse tipo de queijo não pode ser produzido fora da região de Livarot.
Salmão
Pode parecer estranha a frase “a classe baixa escocesa era forçada a comer salmão”. Mas é isso mesmo. Há muito tempo, os peixes vermelhos eram abundantes nas águas do mar da Escócia.
Nos tempos de hoje, no entanto, esse alimento não é para o bolso de qualquer um. Em termos gastronômicos, pode ser comparado aos mexilhões e às ostras.
Massas
A renascença foi de grande importância para a gastronomia, por ser um período que enaltecia os jantares, a mesa e os banquetes. Massas com legumes, queijo e alho salvaram muitos italianos pobres e indigentes de morrer de fome. Nada de talheres, comiam sempre com as mãos. Os utensílios da cozinha moderna eram itens inacessíveis para o povo comum.
O estatuto de comida “requintada” foi alcançado no século XVI: nenhum banquete acontecia sem massas. Quando, então, as fábricas de massa surgiram, o alimento tornou-se um tesouro nacional.
Macarrões — para todos os gostos — são figurinhas indispensáveis nos menus dos restaurantes mais caros do mundo. Um deles fica na cidade americana de Providence — o famoso Al Forno —, onde fazem massas com azeitonas, molho de tomate e cinco tipos de queijo. Luxo para poucos, mas prazer gustativo garantido. Outro é o restaurante inglês Padella, conhecido pela qualidade de sua massa fresca. E pelos altos preços, claro.
Esse artigo abriu nosso apetite. O seu também? O que você já provou dessa lista? Será que alguma receita da sua família pode virar um prato famoso algum dia? Compartilhe conosco!
Comentários
nossa deus me livre. Morro de medo de comer o Baiacu kkkk
confesso q eu tenho medo de provar coisas muito diferentonas assim. Principalmente emm lugares q eu n conheço