10 Mitos alimentares espalhados durante gerações que não são verdadeiros
Desde muito cedo, ouvimos certos fatos sobre alimentos dos quais acreditamos ser verdade, para mais tarde descobrirmos que não passam de mitos espalhados de geração em geração, na maioria das vezes, sem comprovação científica. Neste artigo, esclarecemos pelo menos 10 mitos alimentares comuns, que muitos de nós achamos ser verdadeiros, mas não são.
Atualmente, conhecemos o caviar como uma iguaria de luxo e cara, mas nem sempre foi assim. Há cerca de 100 anos, esse alimento era servido em bares gratuitamente. A pesca excessiva do caviar fez com que os níveis disponíveis, antes abundantes, caíssem drasticamente. Enquanto pessoas com maior poder econômico começaram a se interessar pela iguaria, fazendo com que os preços disparassem.
O café sempre foi popular entre as pessoas
Antes de fazer parte do dia a dia da maioria das pessoas e se tornar a segunda mercadoria mais comercializada no mundo, no século XVII, o café era chamado de “água de poça amarga e fedorenta” pelas mulheres britânicas proibidas de entrar em cafés. Ainda na mesma altura, essa bebida era popular entre as massas, mas desafiava os mais poderosos. Por exemplo, em Istambul, alguns líderes religiosos “pregavam nas esquinas que o café inspiraria comportamento indecente”.
Frutas e legumes congelados não são tão saudáveis quanto os frescos
Esse é um erro comum, mas a verdade é que frutas ou vegetais congelados podem ser tão ricos em nutrientes quanto os frescos. Como são normalmente colhidos no pico de maturação e congelados logo a seguir, os níveis de nutrientes são mantidos. Além disso, estudos já provaram não haver diferenças significativas no teor de vitaminas entre vegetais congelados e frescos. E se houver uma pequena diferença, é mais provável que os congelados tenham uma concentração maior de nutrientes do que os frescos.
É mais saudável usar óleo de coco
Não há dúvida de que o óleo de coco está em alta como uma alternativa mais saudável aos referidos óleos vegetais, assim como também não se fala de outra coisa senão nos seus supostos benefícios para a saúde. Um deles é de que esse alimento ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, o que não passa de um mito, pois é um óleo que contém muita gordura saturada.
“Vale lembrar que alimentos que contêm muita gordura saturada, como é o caso do óleo de coco, elevam facilmente os níveis de colesterol ruim (LDL) que, por sua vez, aumentam muito as chances de um infarto ou até mesmo um AVC”, o que diminui as chances da autenticidade de algumas teorias. O óleo de coco é usado para substituir o azeite, que é muitíssimo melhor, na opinião do especialista Nuno Borges.
Glúten é prejudicial para todas as pessoas
Algo que deve ser entendido é que o glúten, por si só, não faz mal para a maioria das pessoas, pois simplesmente se trata de uma proteína. O pão, por exemplo, é um alimento que contém glúten e outros nutrientes importantes para a saúde geral, como cálcio, potássio, ferro, etc. Se eliminarmos alimentos que contêm glúten, estaremos automaticamente suprimindo outros nutrientes.
Também, um estudo feito em 2017 concluiu que não há ligação entre o consumo de glúten a longo prazo e o risco de doença cardíaca. “Os resultados sugeriram que indivíduos não celíacos que evitam o glúten podem aumentar o risco de doenças cardíacas, devido ao potencial de redução do consumo de grãos integrais”. No entanto, é preciso ter atenção, pois algumas pessoas realmente reagem de forma negativa a essa proteína, resultando em inflamações, por isso, devem ser devidamente acompanhadas por um médico.
Evitar carboidratos à noite ajuda a perder peso
Atire a primeira pedra quem já não ouviu ou fez isso antes, mas surpresa: não passa de uma teoria com fraquíssimas provas capazes de comprovar esse tipo de abordagem. Para quem tende a comer grandes refeições à noite, poderá ser uma melhor opção (e também mais saudável) considerar a quantidade de comida que está comendo e a qualidade dos carboidratos.
Por exemplo, com uma porção de carboidratos integrais ricos em fibras, como o arroz integral, ficamos satisfeitos por mais tempo e os níveis de açúcar ficarão equilibrados. Quando os carboidratos são eliminados de uma vez, o que tende a acontecer é que acabamos petiscando alguma coisa depois do jantar, pois ainda estamos com fome.
Laranja é a fruta mais rica em vitamina C
Na maioria das vezes que ficamos doentes, nossos pais ou avós tendem a dizer que um suco de laranja pode curar tudo, por ser rico em vitamina C. Só que não. Em comparação a outras frutas como kiwi, acerola e mamão, a laranja é a que contém mais baixos níveis de vitamina C. A própria acerola, queridinha de muitos brasileiros, tem 23 vezes mais vitamina C que a laranja. “Segundo estudos científicos, seria necessário ingerir uma quantidade enorme de laranjas para atingir uma quantidade efetiva de vitamina C”.
Consumir cenouras melhora a visão
Desde criança, somos acostumados a ouvir que comer cenoura tornará a nossa visão melhor, coisa que não passa de mais um mito. Você pode comer todas as cenouras do mundo que em nada influenciará a sua visão. A única exceção é para pessoas com deficiência de vitamina A que desenvolveram cegueira noturna.
“Comer cenouras corrigiria isso e melhoraria sua visão noturna, mas apenas ao ponto de uma pessoa saudável comum — nunca permitirá que você veja na escuridão total”. Da próxima vez que ouvir um parente falar isso, conteste e diga que a cenoura é, sim, um legume bom para a saúde, pois contém vitamina A, mas não para o efeito que tanto pregam por aí.
A batata doce é mais saudável
Na verdade, o ideal seria incluir na nossa dieta uma combinação de batatas doces e brancas. Há um preconceito com a batata branca, mas segundo informações do Departamento de Agricultura dos EUA, a composição de nutrientes de ambas é semelhante. “A batata-doce tem mais vitamina A e um grama adicional de fibra, mas a batata branca tem mais potássio (essencial para regular o açúcar no sangue)”. O melhor é incluir uma combinação de batatas doces e brancas em sua dieta.
Comer feijão pode fazer mal
Sim, é verdade que o feijão contém lectinas, consideradas tóxicas, mas são normalmente encontradas em feijões crus ou malcozidos. Quando cozinhamos o feijão antes de comê-lo, esse processo reduz parte do conteúdo de lectina. Outra alternativa é optar pelo feijão enlatado, pois durante sua fabricação, os grãos passam por um processo de enlatamento pressurizado, tornando-os seguros e prontos para comer.
Vale lembrar que o feijão é um dos alimentos mais saudáveis que existem. “O feijão é um dos pilares de todas as cinco dietas da Zona Azul. Todos os estudos que analisaram o feijão descobriram que uma ingestão maior está ligada a melhores resultados de saúde, em áreas como peso, doenças cardíacas e demência”.