20 Internautas contam quando deram de cara com famosos em momentos inesperados
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O Japão é considerado um dos países mais misteriosos do mundo, e os relatos de estrangeiros que vivem lá por um longo tempo só reforçam essa ideia. Algumas peculiaridades da Terra do Sol Nascente são fáceis de se acostumar e passam despercebidas, mas outras continuam a surpreender mesmo após anos de vida por lá. Acompanhamos de perto o blog da Diana, que já vive no Japão há 10 anos, e queremos compartilhar com vocês algumas coisas, que, embora no início parecessem estranhas, já se tornaram parte do seu dia a dia.
Eu nunca fui muito interessada pelo Japão e sabia pouco sobre sua cultura e tradições, mas antes de viajar, li bastante sobre a Terra do Sol Nascente, assisti a programas e achei que estava quase preparada. No entanto, logo ao sair do aeroporto, tive uma grande surpresa: fiquei impressionada com a imensidão, a vegetação e o ar fresco. E isso até nas grandes cidades, com tantas pessoas e carros
No primeiro mês, eu emagreci 3 kg, mesmo comendo muito, porque meu marido, Taro, me levava para restaurantes e frequentemente cozinhava ele mesmo. Meus familiares e amigas, que vieram nos visitar no Japão depois, também perderam de 1,5 a 2 kg em um mês, e parecia que estavam ficando mais saudáveis e bonitas a cada dia. Acho que isso tem algo a ver com o ar puro. Eu me acostumei com ele, e agora sinto muita falta quando viajo para fora do país.
Na minha opinião, a principal característica do temperamento japonês é a humildade. O comportamento tranquilo, a contenção, a educação e a consideração pelos outros são aspectos essenciais do modo de agir no Japão. Para os estrangeiros, acostumados a uma cultura diferente, pode ser difícil entender essa modéstia e cortesia. Muitas vezes, parece que os japoneses exageram ou até se submetem demais.
Uma característica marcante dos japoneses é a tendência de não exibir suas habilidades, conhecimentos ou riqueza. A humildade é algo que lhes é ensinado desde a infância. Aqui, a arrogância e a autoconfiança são desaprovadas e vistas como algo vergonhoso, enquanto o orgulho e a presunção são considerados sinais de tolice.
Os habitantes da Terra do Sol Nascente costumam usar expressões como “seu respeitável nome”, “seu estimado cônjuge”, e ao se referirem a si mesmos, podem dizer “minha modesta casa”, “meu filho tolo”. Claro que, na realidade, o japonês não considera sua casa modesta nem seus filhos tolos, mas essas expressões fazem parte da norma cultural. O objetivo é mostrar respeito e consideração pelo interlocutor, destacando sua superioridade em relação a si mesmo.
Mulher japonesa: “Esses são meus filhos tolo!”
Nos cafés e restaurantes japoneses, é comum servirem gelo com água ou suco, e agora eu bebo essa água gelada tranquilamente. Percebi que minha garganta parou de doer e, no geral, passei a ficar resfriada com muito menos frequência.
Além disso, me acostumei a beber chá verde e consumir iogurtes. A ideia de que os japoneses não comem produtos lácteos é um mito! No Japão, há uma grande variedade de produtos lácteos, todos saborosos, diversificados e muito populares entre os locais.
No Japão, os moradores raramente compram produtos congelados. Eu também me acostumei a tudo ser fresco. A maior parte dos alimentos nos mercados e restaurantes parece ter saído direto do mar, da fazenda ou do jardim — cultivados e pescados nas proximidades. Por exemplo, em um restaurante na ilha de Kyushu, a garçonete pegou uma truta bem diante de nós e a levou para a cozinha para que o chef preparasse os pratos que havíamos pedido. E esse tipo de experiência é bastante comum nos restaurantes japoneses.
O que ainda me surpreende é a enorme variedade de vegetais, ervas, raízes, frutas e frutas silvestres disponíveis nas lojas japonesas. Alguns desses alimentos eu experimentei pela primeira vez e nem imaginava sua existência ou que eram comestíveis: raiz de bardana (gobo), okura (quiabo), myoga (uma planta da família do gengibre), goya (momordica), as folhas de uma planta com botões florais — nanohana (colza), yomogi (absinto, usado em doces e outros pratos), e kuwai (folha de flecha).
Goya (momordica)
No Japão, tive que me acostumar a separar o lixo. Por exemplo, as caixas de leite precisam ser lavadas, secas e cortadas corretamente. Além disso, a coleta de diferentes tipos de lixo acontece em dias bem específicos.
Também adquiri o hábito de deixar os sapatos com as pontas voltadas para a saída. No Japão, é comum descalçar os sapatos ao entrar em qualquer lugar, e essa tradição de posicionar os sapatos dessa forma é amplamente seguida. Se um visitante ou hóspede deixar os sapatos de outra maneira, a dona de casa ou o funcionário do local certamente os reorganizará como é apropriado. E, na verdade, essa forma de arrumar os sapatos até facilita na hora de calçá-los depois.
Os japoneses acreditam que é importante sentar-se corretamente para evitar problemas de postura e desvios no quadril. A posição tradicional de sentar, chamada seiza, é considerada benéfica para a postura, pois ajuda a manter o corpo estável e alinhado. Alguns moradores locais preferem sentar-se em casa ou em cafés de uma maneira semelhante à que fariam em tatamis. É um hábito enraizado na cultura.
Mulheres japonesas em cafeterias e na praia.
As japonesas têm um estilo único de roupa de praia. Muitas preferem cobrir completamente o corpo, usando leggings pretas e bastante maquiagem. A juventude às vezes aparece de shorts, mas, em sua maioria, as mulheres à beira-mar não se vestem de forma típica de praia. Elas costumam optar por roupas escuras e até entram no mar com essas mesmas roupas.
As férias de praia no Japão são bem diferentes das que estamos acostumados. Raramente as pessoas nadam ou mergulham em mares quentes e limpos, e quase ninguém fica tomando sol. As crianças brincam nas ondas perto da beira, enquanto os adultos geralmente ficam apenas em pé na água ou praticam esportes aquáticos.
As pessoas no Japão conseguiram adaptar o estilo europeu de forma única, criando um estilo japonês original. As japonesas costumam optar por cores mais sóbrias em suas roupas, e é raro ver ombros ou decotes expostos, mesmo no verão.
Curiosamente, aqui não é comum usar roupas fora de estação. Mesmo com 30 graus de calor no final da primavera, muitas mulheres ainda se vestem de maneira mais quente do que o esperado para o verão: com tênis, botins, blazers e jaquetas. Meu marido, certa vez, até me disse: “Por que você está usando sandálias? Ainda é só maio!”
As mulheres no Japão costumam usar camisetas e leggings por baixo dos vestidos, e às vezes ainda adicionam uma túnica por cima. Dessa forma, elas se protegem do sol. E essa cobertura múltipla, segundo me disseram, esconde as costas ou as axilas molhadas se você suar.
No calor, as japonesas costumam usar luvas longas, panamas, chapéus, visores para proteger do sol e até lenços nos quais colocam pacotinhos congelados de gel para se refrescar. Adotei esse hábito também e agora uso visores para o sol, mesmo que antes achasse engraçado. Eles são superconfortáveis na praia.
Quando eu comecei a viver aqui, fiquei surpresa ao ver que muitas japonesas usam meias-calças pretas grossas para trabalhar, dormem com meias especiais, e cintos modeladores para os quadris e roupas de compressão não são usadas apenas por mulheres acima do peso. Além disso, os japoneses usam desde a infância o “haramaki” — um cinto elástico e macio, fino ou aquecido, considerado essencial para manter a barriga aquecida.
As japonesas que usam esses cintos dizem que eles aliviam rapidamente a dor nas articulações do quadril e na região do cóccix, oferecem suporte, aquecem, trazem alívio e fazem o corpo parecer mais “compactado”.
Com o tempo, eu percebi os benefícios desses hábitos. Agora, também durmo com meias de compressão especiais e, às vezes, uso meias e cintos de compressão.
Eu me acostumei com o fato de que aqui sou uma “ovelha negra”, um “gaijin” (estrangeira), e dificilmente farei verdadeiros amigos. Os idosos e as crianças ficam me olhando, e, por mais que eu saiba japonês, sempre serei uma estrangeira aqui, porque tenho uma aparência diferente e me destaco da massa de pessoas.
Os japoneses são um povo muito especial. Eles prestam atenção aos detalhes, qualquer olhar ou suspiro não passa despercebido. Como antenas, eles captam e interpretam informações, antecipando muitas coisas sem palavras. Eu costumava me surpreender com essas habilidades e brincando perguntava ao Taro: “Todos os japoneses são médiuns? Vocês aprendem na escola a ler mentes?” Agora, isso já parece bastante normal para mim.
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