10 Filmes históricos com erros descabidos que vão te deixar de queixo caído

Curiosidades
há 10 meses

Você já assistiu a um filme de época e ficou se perguntando se tudo o que viu na tela era verdadeiro? Se sim, você não está sozinho. Muitos filmes que retratam eventos ou personagens históricos cometem erros que podem passar despercebidos pelo público, mas que irritam os especialistas no assunto. Será que os cineastas não se preocupam com a veracidade dos fatos ou há outras razões por trás dessas escolhas artísticas? Neste artigo, veja algumas das inconsistências históricas mais flagrantes de filmes famosos e descubra a verdade por trás das mentiras do cinema.

1. Gladiador

O filme Gladiador, dirigido por Ridley Scott e lançado em 2000, narra a trajetória de Maximus, um general romano que se torna escravo e gladiador após a morte do imperador Marco Aurélio e a ascensão de seu filho Cômodo. O filme foi um sucesso de público e crítica, mas apresenta diversas inconsistências históricas em relação aos fatos.

Uma das principais inconsistências é a personalidade e o destino de Cômodo. Na obra, ele é retratado como um tirano cruel e sanguinário, que mata o próprio pai para assumir o trono e que morre nas mãos de Maximus na arena do Coliseu. No entanto, na história real, Cômodo não matou Marco Aurélio, que faleceu de causas naturais, e teve um reinado de 12 anos, durante os quais se envolveu em diversas conspirações e conflitos políticos. Ele também não morreu lutando como gladiador, mas foi vítima de um de seus treinadores de luta.

2. Coração Valente

Coração Valente saiu em 1995 e foi dirigido e estrelado por Mel Gibson. Ele conta a história de William Wallace, um herói escocês que lutou pela independência da Escócia contra a Inglaterra, no século XIII. O filme foi aclamado pela crítica e pelo público, mas também recebeu muitas críticas por sua falta de precisão histórica e suas distorções dos fatos. Algumas das principais inconsistências históricas do filme são:

  • William Wallace não era um camponês humilde, mas um nobre de origem francesa que tinha terras e educação.
  • Wallace não se casou secretamente com Murron, nem ela foi morta pelos ingleses. Na verdade, ele se casou com uma nobre chamada Marion Braidfute.
  • O direito de prima nocte, que permitia aos senhores feudais ingleses dormir com as noivas escocesas na primeira noite de casamento, nunca existiu na Escócia medieval.
  • A Batalha de Stirling Bridge foi travada em uma ponte estreita que limitava o avanço dos ingleses e não em um campo aberto, como mostrado no filme.
  • Robert Bruce não traiu Wallace na Batalha de Falkirk, nem era um covarde manipulado pelo seu pai. Ele era um líder respeitado e corajoso, que se tornou rei da Escócia após a morte de Wallace.
  • A princesa Isabel da França nunca se encontrou com Wallace, nem se apaixonou por ele. Ela era uma criança na época dos eventos do filme e só se casou com o rei Eduardo II da Inglaterra depois da execução de Wallace.
  • A famosa pintura facial azul em Mel Gibson e outros guerreiros. Para isso, ele se inspirou nas tatuagens que os antigos pictos, também conhecidos como pessoas pintadas, usavam para assustar os invasores romanos na Escócia. Mas esses povos viveram cerca de 1.000 anos antes do tempo de Wallace.

3. O Escorpião Rei

O filme O Escorpião Rei se passa em um período remoto da história, mas também não tem muita fidelidade aos fatos históricos. O protagonista é Mathayus, um mercenário acadiano que é contratado para matar a feiticeira Cassandra, que ajuda o tirano Memnon a conquistar vários reinos. No entanto, Mathayus se apaixona por Cassandra e decide enfrentar Memnon e seu exército.

O filme se inspira na figura do rei Escorpião, que teria sido um líder guerreiro importante para a unificação do antigo Egito, antes das dinastias faraônicas. No entanto, o filme não segue as evidências arqueológicas sobre esse personagem, e mistura elementos de diferentes culturas e épocas, como os acadianos, os bárbaros, os assírios e os persas.

4. Anastasia

O filme Anastasia, lançado em 1997, se baseia na lenda da grã-duquesa Anastásia Romanov, a filha mais nova do czar Nicolau II, da Rússia. Na animação, ela sobrevive à execução de sua família em 1918 e, sofrendo de amnésia, se alia a dois golpistas que querem levá-la a Paris, para se passar pela neta da imperatriz Maria Feodorovna e receber uma recompensa. No entanto, o filme apresenta várias inconsistências históricas em relação aos fatos.

Por exemplo, o vilão do filme é Grigori Rasputin, um monge que foi exilado por traição e que lança uma maldição sobre a família Romanov. Na verdade, Rasputin faleceu em 1916, dois anos antes da revolução russa que derrubou o czarismo. Outra inconsistência é que o filme mostra Anastásia como a única sobrevivente da família imperial, quando na verdade ela morreu com seus pais e irmãos na noite de 16 de julho de 1918. Essa conclusão foi confirmada por análises de DNA dos restos mortais, encontrados em 1991 e 2007.

5. Tróia

Tróia foi lançado em 2004 e é uma adaptação livre da Ilíada, poema épico de Homero que narra o cerco dos gregos à cidade de Troia. Embora o filme tenha sido um sucesso de bilheteria, ele também foi alvo de críticas por apresentar várias inconsistências históricas em relação ao texto original e aos achados arqueológicos sobre a antiga cidade de Troia.

Uma das principais contradições é a duração da guerra. No filme, ela parece durar apenas algumas semanas, enquanto na obra de Homero ela se estende por dez anos. Outra é a forma como os gregos conseguem entrar na cidade. No filme, eles usam um cavalo de madeira gigante, que é um símbolo da mitologia grega, mas não há evidências arqueológicas de que ele tenha existido. Por fim, toda a obra de Homero parece ter muita fantasia, afinal, ele viveu séculos após a famosa guerra ter acontecido. Por exemplo, não há nenhuma evidência sequer de que Aquiles ou até mesmo Helena tenham existido.

6. Êxodo: Deuses e Reis

Um dos filmes mais polêmicos de 2014 foi Êxodo: Deuses e Reis, dirigido por Ridley Scott e baseado na história da libertação dos hebreus do Egito. Ele é estrelado por Christian Bale, como Moisés e Joel Edgerton como Ramsés, o faraó que se opõe à sua missão. O filme causou controvérsia por vários motivos, entre eles as suas inconsistências históricas. Uma delas é a afirmação de que os hebreus teriam construído as pirâmides, o que levou à proibição do filme no Egito.

Na verdade, elas foram construídas muito antes da época do Êxodo. Além disso, há evidências de que os construtores das pirâmides não eram escravos, mas trabalhadores livres que recebiam salários e benefícios. Outra inconsistência histórica é a cronologia dos faraós. O filme retrata Ramsés II como o faraó que enfrentou Moisés, mas há dúvidas sobre qual foi o verdadeiro faraó do Êxodo. Alguns estudiosos sugerem que foi Amenófis II ou Tutemés III. Outra controvérsia teria sido a representação dos personagens egípcios e hebreus, interpretados por atores majoritariamente brancos e ocidentais.

7. Pocahontas

O filme Pocahontas, lançado pela Disney em 1995, foi inspirado na história real de uma jovem indígena que viveu no século XVII, na Virgínia, Estados Unidos. Embora o filme apresente alguns elementos históricos, como a colonização inglesa e os conflitos entre os nativos e os europeus, ele também contém muitas inconsistências e distorções que comprometem a veracidade dos fatos. Uma das principais é o romance entre Pocahontas e John Smith, o capitão da expedição inglesa.

No filme, a relação deles é mostrada como um amor proibido e apaixonado, mas na realidade não há evidências de que eles sequer tenham sido amigos. Ainda, Pocahontas é retratada como uma jovem adulta, mas na realidade ela tinha apenas 10 ou 11 anos quando conheceu Smith, que tinha cerca de 28 anos. Por fim, o papel de Pocahontas como mediadora da paz entre os nativos e os ingleses, que no filme é exaltado como um ato heroico e altruísta, na realidade foi resultado de uma série de conflitos e negociações que envolveram interesses políticos e econômicos de ambos os lados.

8. O Jogo da Imitação

O filme O Jogo da Imitação conta a história de Alan Turing, matemático que liderou a equipe que decifrou o código nazista Enigma, durante a Segunda Guerra Mundial. O filme é um drama biográfico que retrata os desafios e os conflitos de Turing, tanto na sua vida profissional quanto na sua vida pessoal. No entanto, o filme comete várias imprecisões históricas. Por exemplo:

  • O filme retrata Turing como um gênio arrogante e antissocial, que desprezava seus colegas e era incapaz de trabalhar em equipe. Na realidade, Turing era um homem gentil e bem-humorado, que tinha boas relações com seus companheiros e era admirado por eles.
  • Turing descobre que seu colega, John Cairncross, é um espião. Então, Cairncross ameaça expor a sexualidade de Turing, o que o leva a encobrir o inimigo e arriscar ser condenado por traição. Entretanto, na realidade, Cairncross nunca chegou sequer a conhecer Turing ou trabalhou no mesmo projeto que ele.
  • O filme omite o papel crucial de outras pessoas que contribuíram para a quebra do código Enigma, como os poloneses que forneceram informações valiosas aos britânicos e as mulheres que trabalhavam como operadoras das máquinas decodificadoras.

9. O Último Samurai

O Último Samurai, lançado em 2003, conta a história de um capitão americano que se envolve na rebelião dos samurais contra a modernização do Japão, no fim do século XIX. Uma das principais inconsistências do filme é a própria figura do protagonista, interpretado por Tom Cruise. Não há evidências de que um americano tenha lutado ao lado dos samurais na época.

Além disso, o filme ignora o fato de que os samurais não eram apenas guerreiros honrados, mas também uma classe privilegiada que explorava os camponeses e resistia às reformas sociais. Outros aspectos históricos que o filme distorce ou omite são o papel das mulheres na sociedade japonesa, a influência dos países europeus na modernização do Japão e a diversidade de armas e táticas usadas pelos samurais e pelo exército imperial.

10. Pearl Harbor

O filme Pearl Harbor, lançado em 2001, é um drama romântico que retrata o ataque japonês à base naval americana, em 7 de dezembro de 1941. Apesar de ter sido um sucesso de bilheteria, o filme recebeu muitas críticas por sua falta de precisão histórica e seus erros factuais. Uma das maiores falhas do filme é em relação aos personagens principais, interpretados por Ben Affleck e Josh Hartnett. No filme, eles são do Esquadrão Eagle. No entanto, essa unidade foi formada por civis e não por militares, como o filme sugere.

Além disso, nenhum piloto do Esquadrão Eagle participou do ataque a Pearl Harbor, pois eles estavam na Europa na época. Além disso, o filme mostra o presidente Franklin D. Roosevelt se levantando de sua cadeira de rodas para fazer um discurso motivador aos seus generais. No entanto, na vida real, Roosevelt sofria de poliomielite e não tinha força nas pernas para se levantar sem ajuda.

Outra inconsistência histórica do filme é a forma como ele mostra o ataque japonês em si. O filme exagera o número e o tipo de aviões japoneses envolvidos na operação, assim como a quantidade de baixas americanas. Por exemplo, o filme mostra um avião japonês Kamikaze colidindo com um navio americano, mas na verdade os Kamikazes só começaram a ser usados em 1944.

Alguns filmes não retratam tão fielmente a história, mas certas pessoas tiveram uma vida tão incrível que foram retratadas nas telonas, mexendo com os sentimentos dos espectadores e levando gerações às lágrimas.

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