10 Cenas sem efeitos especiais: genialidade e loucura

Estamos cada vez mais acostumados com filmes cheios de efeitos especiais e computação gráfica. Claro que as tecnologias simplificam consideravelmente o processo cinematográfico, mas ainda há diretores que preferem a forma natural de filmar.

O Incrível.club criou uma lista de cenas, nas quais não há lugar para efeitos especiais. É realmente difícil de acreditar.

Missão impossível: protocolo fantasma, 2011

Muitos cinéfilos sabem que Tom Cruise frequentemente rejeita a ajuda dos dublês nas filmagens e executa todas as acrobacias. Mas poucos sabem que o truque perigoso no topo do arranha-céu “Burj Khalifa” para Missão Impossível foi feito pelo ator.

A filmagem se deu a 828 metros. É claro que Cruise estava protegido por uma multiplicidade de cordas de segurança, mas concorda que dificilmente algum ator de Hollywood se atreveria a fazê-lo?

2001 — Uma odisseia no espaço, 1968

O filme foi rodado há muito tempo, em 1968, mas ainda impressiona os espectadores e os críticos, não só pelo roteiro, também pelos efeitos especiais. Na época, Hollywood não podia se orgulhar de grandes possibilidades em termos de efeitos especiais e os criadores do filme tiveram que resolver esse problema.

Mas, na realidade, Stanley Kubrick não gostou dos efeitos especiais e nesse filme tentou se virar sem tais artifícios. Para tanto, tornou-se um verdadeiro inovador. Para mostrar como os heróis se moviam pela nave espacial de cabeça para baixo, criou um corredor giratório e usou uma câmera estática. Ou seja, na tomada, a sala gira e o ator permanece no mesmo lugar, imitando os passos. Posteriormente, Christopher Nolan do truque se valeu ao filmar A Origem.

Matrix reloaded, 2003

A sequência da batalha e perseguição em Matrix reloaded é ums das mais caras e difíceis da história do cinema, já que filmá-la, tomou cerca de três meses. Claro que foram usados efeitos especiais nessa cena importante, mas os diretores se recusaram a desenhar a rodovia. Então, construiu-se especialmente uma de três pistas para a gravação. Por sinal, a empresa General Motors, doou 300 carros para o filme. Literalmente doou, já que todos foram destruídos durante as filmagens.

Interestelar, 2014

O diretor Christopher Nolan tenta minimizar o uso da computação gráfica em todos os seus filmes, e às vezes é engraçado. Para Interstellar, foi preciso mostrar um grande campo de milho, o que é bastante simples desenhar digitalmente.

Mas Nolan decidiu abordar a questão ao seu estilo: para começar, pediu conselhos a Zack Snyder, que tem experiência parecida e, depois, mandou semear 200 hectares de milho, especialmente para ali gravarem a passagem. Plantar um imenso milharal para dar credibilidade e colocar alguns minutos no filme, por que não?

Batman: o cavaleiro das trevas, 2008

Talvez nem todos se lembrem da impressionante cena em que o hospital explode atrás do Coringa, em Batman: o cavaleiro das trevas. Nolan recusou-se, de novo, a usar efeitos especiais. Para a filmagem, os produtores destruíram um prédio de verdade. Primeiro, os especialistas estudaram a melhor maneira de colocar um explosivo, para derrubar o edifício da maneira mais épica. Heath Ledger estava no centro da ação e se expôs perigosamente ao ficar próximo da explosão.

Outra cena espetacular é quando o caminhão com o Coringa capota a toda velocidade. Sim, isso também foi filmado sem efeitos especiais. Para a gravação, utilizou-se um pneu especial que habilmente jogou o caminhão já na primeira tomada. E sim, essa loucura não foi filmada em estúdio, mas numa rua fechada, em Chicago. Apenas tomadas orgânicas, só coisas extremas.

007: Operação Skyfall, 2012

Os criadores do filme também usaram muitos truques, sem recorrer aos efeitos especiais. Por exemplo, a cena sobre os vagões. A ponte pela qual o trem passa está erguida sobre um precipício com mais de 300 metros e o trem ia a 50 quilômetros por hora. O próprio Daniel Craig gravou a cena e, como podemos ver, mandou muito bem.

Rápidos e perigosos

É bastante surpreendente, mas muitas cenas, mesmo as mais loucas, foram filmadas sem computação gráfica. Consequentemente, de 300 carros esportivos, pelos resultados das gravações, mantiveram-se apenas 30.

Lembra da cena em que os carros, um atrás do outro começam a saltar do avião em pleno voo e em seguida aterrissam de paraquedas com sucesso? Os criadores do filme asseguram que de fato jogaram os carros com um paraquedas amarrado. Não é loucura?

Mad Max: estrada da fúria, 2015

Além da maior parte do filme consistir em cenas incrivelmente loucas, grande parte dos truques foram filmados sem a ajuda de computação gráfica. De maneira que, dizer que o filme é “louco” justifica-se em 100%, tudo era de verdade, a fumaça, o fogo, os truques e as piruetas. Aqui está um pequeno vídeo que dá uma ideia de como foi a gravação.

Birdman (A inesperada virtude da ignorância), 2014

Alejandro González Iñárritu e o brilhante operador Emmanuel Lubezki trabalharam muito neste filme, já que se valeram de um estilo extraordinário, com um mínimo de cortes na edição. Antes da gravação, os atores tiveram de ensaiar muito.

Devido a esta peculiaridade, tiveram de trabalhar muito com as cenas nos vestiários, onde havia muitos espelhos, já que era impossível permitir que o operador entrasse na cena ou, como resultado, tivessem de “apagar” cuidadosamente seus reflexos.

E, finalmente, uma das cenas mais curiosas, quando o personagem de Michael Keaton aparece apenas de cueca e vai para a Time Square foi filmada sem efeitos especiais.

Claro, era impossível bloquear a praça principal da cidade e eles tinham que enganar o público. Para tanto, um pequeno grupo de 4 cinegrafistas estava preparado. Tentando desviar a atenção das filmagens, o diretor espalhou tocadores de tambor pela rua. Os produtores foram obrigados a obter a permissão de todas as empresas na Time Square (região super movimentada de Nova York) para a gravação.