10 Alimentos comuns que muitos podem se surpreender ao descobrir do que são feitos
Sabe aquele sentimento de injustiça quando você abre um pote de sorvete e encontra feijão? Ou a revolta que te invade quando o lanche é muito diferente da imagem no cardápio? Pois, saiba que isso não é nada quando descobrimos do que a indústria alimentícia e os restaurantes são capazes para nos iludir. Com este artigo, queremos abrir os seus olhos para a verdade e mostrar o que há por trás de alguns alimentos que são, sim, deliciosos, mas adoram nos enganar.
1. Casquinha de siri (mas com caranguejos)
Para começar, temos uma pegadinha nos restaurantes que servem frutos do mar. Quando pede uma casquinha de siri, você recebe um petisco servido em uma espécie de conchinha, que é, de fato, a carapaça que protegia o siri. Contudo, do animal, pode ser mesmo só a casquinha que você receberá, já que o recheio contém diversos frutos do mar, como peixes desfiados, lagostim, cação e o “primo” do siri, o caranguejo.
2. Kani kama de caranguejo (mas só o cheirinho)
Quem gosta da cultura ou especificamente da culinária japonesa já deve ter se deparado com o kani kama, apresentado como palitinhos de carne de caranguejo. No entanto, esse delicioso lanchinho leva apenas um aroma de caranguejo. A massa usada se chama surimi e os ingredientes ali são peixe, geralmente polaca do Alasca, além de trigo, clara de ovo e os tradicionais corantes e conservantes, claro. Ou seja, podemos dizer que estamos comendo um bolinho de peixe perfumado de caranguejo.
3. Salmão, bacalhau e atum (só que não)
Quando você quer comer alimentos caros, mas pagar pouco, pode acabar comprando gato por lebre. Ou, nesse caso, comprando truta por salmão. Alguns restaurantes anunciam pratos com salmão selvagem, ou seja, capturados no seu habitat, mas usam o peixe criado em cativeiro. Apesar de esses serem bem mais baratos, o preço do prato ainda costuma ser bem alto. No Brasil, a situação pode ser ainda pior. Alguns restaurantes servem truta como se fosse salmão — e no preço dele.
O mesmo também pode acontecer com outros peixes. O bacalhau, que compramos salgado nos mercados, é um belo exemplo. Alguns mercados oferecem o “bacalhau saithe” que, na verdade, se trata de outra espécie de peixe, vendido seco e salgado. Até mesmo o atum enlatado pode não ser o peixe de verdade, já que existem 61 espécies de peixes que podem ser consideradas “atum”. No Brasil, por exemplo, algumas marcas usam um peixe chamado bonito.
4. Cerejas em calda (mas que nasceram chuchus)
Comprou cerejas em calda para colocar no seu bolo de chocolate? Talvez seja melhor você chamá-las de “chureja”, já que algumas empresas usam chuchu para substituir a frutinha. Isso acontece porque a cereja, além de ser mais cara, não está disponível em todas as estações do ano. Agora, com o perdão da piada, o chuchu dá mais que chuchu na cerca e não tem um sabor muito característico. Por isso, virou um substituto perfeito.
Entretanto, como um legume enorme, verde e sem sabor pode se tornar uma frutinha linda, doce e vermelha? É muito simples e você pode até fazer em casa. Basta cozinhar o chuchu, bolear e banhar em uma calda de açúcar, corantes e aromatizantes. Caso compre no mercado, para saber se é cereja ou “chureja”, leia a embalagem ou verifique o miolo dela: se tiver caroço ou um espaço vazio, é cereja de verdade. Se for maciça, é a fake.
5. Chips de batata (e de arroz, de trigo...)
Os chips empilhados em um encaixe perfeito dentro de um tubo de papelão são mesmo deliciosos, mas não deveriam ser chamados de chips de batata. Afinal, menos da metade da sua composição é de batata. Os ingredientes são batatas desidratadas, óleo vegetal, farinha de arroz, amido de trigo e saborizantes. Apenas 42% da sua composição é de batatas, o que foi suficiente para a justiça dos EUA classificar esses petiscos como chips de batata. Contra a vontade da própria fabricante.
6. Pimenta-do-reino (do reino das frutas)
Em vídeos de receitas na TV ou internet, é comum vermos os cozinheiros moendo a pimenta-do-reino na hora, em cima dos pratos. Mas aquelas bolinhas pretas podem não ser a pimenta de verdade. Acredite, em alguns lugares foram encontradas sementes de mamão sendo vendidas como se fossem pimentas-pretas. As sementes têm a mesma aparência e o mesmo sabor, a única maneira de diferenciá-las é com um microscópio. A adulteração, porém, ocorreu principalmente na Índia e outras regiões da Ásia.
7. Sucos de frutas (mas só aquele 1%)
A fim de poupar o tempo de bater ou espremer frutas para fazer um suco refrescante, muitas pessoas recorrem aos sucos do mercado. Mas vale a pena prestar atenção na quantidade de fruta que tem lá dentro. No Brasil, a legislação exige que, para ser chamado de suco integral, o produto deve ser 100% feito da fruta, sem água nem açúcar. Contudo, alguns produtos no mercado têm menos de 1% de suco de fruta na sua composição.
8. Xarope de groselha (artificial, mas “idêntico ao natural”)
Continuando nos refrescos, a groselha tem gostinho de infância para muitas pessoas, mesmo que elas nunca tenham visto como é uma groselha na verdade. A frutinha parece uma pitanga e é nativa da Europa. Mas o xarope que usamos para fazer o refresco, parafraseando o Chaves, “que parece de tamarindo e tem gosto de limão”, leva nada ou muito pouco da fruta natural. As embalagens listam os ingredientes que têm, basicamente, água, açúcar, aroma idêntico ao da groselha e corantes.
9. Shoyu (molho de soja ou milho de soja?)
Mais um alimento tipicamente japonês, sul-coreano e chinês que os brasileirinhos quiseram alterar. O shoyu tradicional é um molho feito principalmente com soja e até pode conter outros cereais, mas bem pouco. Não é o caso de algumas marcas brasileiras. Em uma pesquisa, foi encontrado mais milho do que soja na maioria dos shoyus brasileiros. Como não existe legislação que regule a quantidade de soja nos molhos do Brasil, as empresas acabam preferindo o ingrediente mais barato.
10. Aroma de baunilha (não queira saber de onde vem)
Esperamos não estragar para sempre a sua experiência de comer um cookie. O castor, aquele animal que constrói grandes represas nos desenhos animados, vive no hemisfério norte e é o segundo maior roedor do mundo, perdendo apenas para a nossa capivara. Mas qual é a relação dele com o seu cookie? Bem, acontece que eles produzem uma substância chamada castoreum. Trata-se de um fluido produzido por uma glândula próxima ao órgão excretor dos castores. É isso mesmo que você leu. Desculpe-nos.
A FDA, órgão dos Estados Unidos que regulamenta os produtos alimentícios, classificou o castoreum como “aditivo alimentar geralmente considerado seguro”. Por isso, há décadas ele é usado para aromatizar perfumes e alimentos, mas não muito, já que o castor é difícil de “ordenhar”. Ele é marrom, viscoso e de aroma parecido com a baunilha, graças à alimentação do animal à base de folhas e cascas de árvore. Na próxima vez que você for usar essência de baunilha, sugerimos conferir os ingredientes.
Após ler tudo isso, ficamos com a sensação de que a nossa vida é uma farsa, não é? Aliás, você já comeu alguma coisa pensando ser outra? Foi bom ou ruim? Conte nos comentários como você se sentiu.