7 Razões que fazem com que uma em cada cinco mulheres não queira ter filhos

Psicologia
há 5 anos

De acordo com as estatísticas, nos Estados Unidos e no Reino Unido, 20% das mulheres não têm filhos. Há quem não possa ser mãe por motivos de saúde, enquanto outras tomam essa decisão deliberadamente. São mulheres que preferem dedicar a própria vida a defender direitos políticos, lutar pelo meio ambiente ou que simplesmente nunca se sentiram dotadas de um grande instinto maternal.

O Incrível.club investigou o assunto e descobriu como as mulheres que decidiram não ter filhos respondem às perguntas sobre os motivos que as levaram a abrir mão da maternidade.

Um esclarecimento: não estamos dizendo que você deva tornar-se adepta do movimento childfree. Nossa intenção é deixá-la familiarizada com esse fenômeno social.

Benefícios sociais concedidos às mães são vistos como discriminação

Algumas pessoas consideram que as mulheres que optam por não ter filhos são discriminadas não apenas no sentido social, mas também político. Na maioria das vezes, as representantes desse movimento reprovam o apoio governamental dado a famílias jovens com filhos.

Enquanto isso, muita gente que cuida dos pais idosos ou de outros parentes doentes também quer receber benefícios estatais. O processo de cuidar de um parente doente não é nada fácil, exigindo grande investimento financeiro. Por outro lado, o apoio dado pelo poder público é deficiente.

Abrindo mão de ter filhos, as partidárias dessa ideia fazem uma espécie de protesto político.

Dizem que falta instinto maternal

A foto acima mostra Lucy Schultz, o namorado, Stephen, e o pet que eles adotaram. A sessão de fotos viralizou em pouco tempo, e a jovem logo ficou conhecida como a “mulher que pariu um gato”.

A professora Maria Vicedo-Castello analisou a história das ideias científicas sobre o instinto maternal e chegou à conclusão de que não existe prova científica de que ele exista. Em poucas palavras, nenhuma mulher começa a querer ter filhos automaticamente só por ser mulher.

As ideias sobre família foram construídas no decorrer dos séculos. Algumas pessoas querem ter filhos enquanto para outras, essa ideia sequer passa pela cabeça. A “falta” do instinto materno não tem nada de transtorno mental. É apenas a consequência de certos fatores sociais e culturais. Isso ocorreu em várias épocas.

Em diversos casos, camponesas pobres largavam recém-nascidos pelos campos ou então simplesmente os matavam por um motivo forte: a falta de comida. Além disso, não é segredo que damas da Era medieval interrompiam a gravidez recorrendo a chás e infusões de várias ervas.

Ajudam a diminuir o problema da superpopulação

A cada dia, a população mundial aumenta em cerca de 250 mil pessoas, o que equivale a 80 milhões de pessoas em apenas um ano. Acredita-se que, se a quantidade de habitantes do Planeta chegar aos 9 bilhões, a humanidade sofrerá não apenas uma crise econômica, mas também alimentar. A falta de recursos, aliás, já vem sendo sentida em algumas regiões. De acordo com diversas estimativas, aproximadamente 124 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de fome. Em primeiro lugar, o drama afeta o continente africano. Lá, as mulheres têm em média entre 4 e 6 filhos, o que só agrava o problema da alimentação.

Diante disso, uma das soluções mais óbvias é evitar a procriação. Adeptas consideram que, quanto mais mulheres se juntarem ao movimento childfree, mais a humanidade tenderá a “manter o equilíbrio”. Em alguns países (por exemplo, China e Irã), o Estado aplica a política de restringir a taxa de natalidade até o nível da substituição de gerações.

Outra razão similar tem a ver com o clima. Cada pessoa produz cerca de 58 toneladas de dióxido de carbono por ano, sem falar na grande quantidade de lixo. O movimento formado pelas pessoas que evitam ter filhos por conta de razões ambientais é chamado de antinatalismo.

Acreditam que poderão contribuir mais com a sociedade se não tiverem filhos

A chanceler alemã, Angela Merkel, (à esquerda) e a primeira ministra britânica, Theresa May (à direita).

Segundo estatísticas, na maioria dos casos, as childfree são mulheres educadas, ricas e ambiciosas, que simplesmente não querem sacrificar a carreira nem o padrão de vida por causa de crianças. Elas geralmente são moradoras dos grandes centros, não são religiosas, não respeitam a divisão de tarefas com base em gênero e questionam as tradições.

Muitos estudiosos sobre o assunto apontam que as mulheres sem filhos são menos “socialmente convenientes”, pois são vistas como egoístas. Contudo, isso não impede que adeptas do movimento contribuam para o desenvolvimento social. Para comprovar isso, podemos citar alguns exemplos:

  • Condoleezza Rice — ex-secretária de Estado dos Estados Unidos;
  • Helen Clark — ex-primeira ministra da Nova Zelândia;
  • Angela Merkel — chanceler da Alemanha;
  • Theresa May — primeira ministra do Reino Unido.

Possuem uma herança genética ruim, que não querem transmitir à prole

Para várias mulheres, o medo de ver os filhos sofrendo com alguma doença hereditária é maior do que a vontade de ser mãe. Estamos falando de doenças graves, como a esquizofrenia e várias outras. Para proteger a si mesmos, os pais em potencial se submetem a análises genéticas que mostram a probabilidade de transmitir a doença ao feto, tomando a decisão final com base nesses resultados.

Nesse sentido, a história da americana Frances Culling, cujo marido sofria da doença de Huntington, é muito ilustrativa. A doença afeta o sistema nervoso e não tem cura. A probabilidade de o gene ser transmitido aos filhos era de 50%. O casal teve 5 filhos e todos herdaram a doença, sendo que 4 faleceram cedo.

Vontade de ser livre

Não é segredo para ninguém que o nascimento de um filho de certa forma limita a liberdade da mulher. Sobretudo quando essa mãe não conta com a ajuda de parentes nem de babás. Por esse motivo, muitas adiam a maternidade ou então abrem totalmente mão dela. Em outras palavras, elas são impulsionadas pelo desejo de liberdade. Afinal de contas, o filho não deixa de ser fonte de preocupação ao completar 18 anos. Isso permanece durante toda a vida.

A maternidade é felicidade para umas, mas um verdadeiro desastre para outras

A famosa youtuber Jenny Mustard já falou sobre sua escolha pessoal: “Precisei passar a vida explicando que não quero ter filhos e o que mais ouvi foi o seguinte: ’você vai querer quando seu relógio biológico disparar, ou quando estiver velha demais’”. Atualmente, ela tem 33 anos e não ouviu “alarme de relógio” algum.

Durante muito tempo, as mulheres eram vistas como moedas de troca pelas famílias. Ao conceder a permissão para o casamento, os pais dos noivos assinavam uma espécie de contrato de propriedade. A mulher devia obediência ao marido, e não tinha escolha sobre a possibilidade de ter filhos ou não.

Hoje em dia, desde a infância, muitas meninas continuam aprendendo que o mais importante da vida é casar e ter filhos. Do contrário, acabarão como velhas solteironas. Ao crescerem, muitas delas realmente encontram felicidade na maternidade, e isso é totalmente normal. Mas há quem considere a criança um “tópico” desnecessário do planejamento de vida, o que também deve ser visto como normal.

Cameron Diaz também é entusiasta da filosofia do movimento childfree. A diva de Hollywood explica sua posição da seguinte forma: “As mulheres têm medo de dizer que não querem filhos, pois serão condenadas. Mas eu não tenho medo!”

A decisão de não ter filhos pode esconder razões sociais e psicológicas mais complexas. Por exemplo, o sonho de satisfazer o próprio potencial criativo e o medo de não dar conta das responsabilidades.

Além disso, o motivo da decisão pode ser um conflito de longa data com o pai ou com a mãe. Por exemplo, se a pessoa era a filha mais velha em uma família numerosa, e os pais delegavam a ela a função de cuidar dos irmãos menores, é compreensível que se torne adepta do movimento childfree.

As pessoas que não têm filhos, seja por vontade própria ou por um golpe do destino, geralmente são vistas como “alguém que tem problema”. Apesar do progresso e do rápido desenvolvimento da sociedade moderna e até das lutas do feminismo, esse aspecto da vida continua tendo contornos controversos e polêmicos. E você, o que pensa sobre o movimento childfree? Comente!

Comentários

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Melhor matéria já publicada! !!!!!As pessoas se acham no direito de nos
dizer como viver a própria vida, como se a gente tivesse que ter filhos para agrada-las.
Perguntam "quem vai cuidar de ti na velhice? ".Não se tem filho pelo egoísmo de ter um "cuidador"...
Além do mais OPINIÃO É QUE NEM BUNDA.TODO MUNDO TEM...MAS NINGUÉM É OBRIGADO A DAR. E as pessoas estão dando muito.

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