Projeto de publicitários expõe dados da violência doméstica no Brasil

Psicologia
há 1 ano

A violência contra as mulheres tem sido um tema bastante discutido no mundo todo, tendo, inclusive, uma área específica de estudo e atuação na ONU. Infelizmente, em que pesem os avanços nos direitos femininos e da participação da mulher no mercado de trabalho (muitas vezes, ganhando menos que os homens em igual posição), muitas ainda são vítimas de violência doméstica.

Pensando nisso, o Incrível.club compartilha com você o projeto desenvolvido por um grupo de estudantes de São Paulo que decidiu transformar os números das residências em dados sobre violência doméstica. Acompanhe a seguir:

Como pode ser caracterizada uma violência?

É um padrão de conduta que abrange violência ou outro tipo de abuso por parte de uma pessoa contra outra num contexto doméstico, como no caso de um casamento ou união, ou contra crianças ou idosos.

É, ainda, toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família. Pode se demonstrar de diferentes formas, como agressões físicas ou psicológicas.

E o que diz a lei brasileira?

A cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência no Brasil. Somente em 2015, a Central de Atendimento à Mulher, ligada ao Governo Federal, realizou 749.024 atendimentos, ou um atendimento a cada 42 segundos.

Criada em 2006, a Lei Maria da Penha recebeu esse nome em homenagem à ativista que, em 1983, por duas vezes, sofreu tentativa de assassinato por parte do então marido. A lei é reconhecida pelas Nações Unidas como uma das três melhores legislações no mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.

Projeto Se As Casas Falassem

A proposta do projeto é alterar os números das residências mostrando dados sobre a violência doméstica retirados de pesquisas de instituições como OMS (Organização Mundial da Saúde), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e SPM/PR (Secretaria de Política par Mulheres da Presidência da República), entre outros, no período de 2010 a 2018. O projeto é dirigido pela influenciadora digital Catharina Mendonça e pelos amigos, Bernardo Sande e Gabriel Azevedo, estudantes do Miami Ad School, uma escola de Criação e Tecnologia de São Paulo.

O conceito foi transportar para fora das casas um problema que vive entre quatro paredes. Ele busca incentivar as pessoas a compartilhem histórias conhecidas através dos números das casas, além de encorajá-las a intervir e denunciar os casos.

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Você sabe o que é medida protetiva?

É um direito que a Lei Maria da Penha garantiu às vítimas. Essas medidas podem determinar, entre outras coisas, o afastamento do agressor do lar, ou que a mulher saia de casa com os direitos assegurados ou ainda proibir o contato do agressor com a vítima e seus familiares, por exemplo.

A medida pode ser solicitada na Delegacia de Polícia ou por um advogado ou defensor público, que encaminha o pedido à Justiça, que tem 48 horas para deferi-lo. Se a mulher preferir sair de casa, a lei prevê que um policial a acompanhe para retirar os seus pertences.

Mas as medidas protetivas devem ser um sinal de cuidados extremos, e não um motivo para relaxar. Nenhum sinal deve ser negligenciado: se o agressor continua causando riscos, apresente queixa à polícia. Caso ele não consiga se manter longe, a mulher deve cogitar a mudança de endereço.

Denunciar é fundamental. Se achar que corre perigo, ligue 180, Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.

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Receber notificações

E o contrário? A proporção de homens que apanham ou morrem nas mãos de suas esposas também é grande. E eles não denunciam muitas vezes porque não são levados à sério, ou tratados como "frouxos", ou tem sua masculinidade questionada.

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