A história de Isabel Maria Brasileira, a princesa que viveu anos sem saber de sua própria origem nobre

Mulher
há 1 ano

Quando dizemos “cite o nome de um filho de Dom Pedro I”, qual o primeiro nome que vem à sua mente? Provavelmente Dom Pedro II, não é mesmo? Afinal, ele foi uma pessoa importante para o Brasil. Porém, o primeiro imperador do Brasil teve vários filhos, e não apenas com as imperatrizes Maria Leopoldina e Amélia de Leuchtenberg, mas também com suas amantes. Entre tantos filhos, há uma que talvez nunca tenhamos visto nos livros de história: Isabel Maria de Alcântara Brasileira, a filha preferida de Dom Pedro I, que viveu tantos anos sem saber sua verdadeira origem.

Nós, do Incrível.club, mergulhamos a fundo na história e descobrimos por que essa princesa era tão especial para o imperador do Brasil. Venha conferir!

  • Dom Pedro I, apesar de ser casado com a Imperatriz Leopoldina, era conhecido por seus relacionamentos extraconjugais com Maria Benedita, Henriette Josephine e, claro, o mais famoso deles, com a amante “oficial” Domitila de Castro Canto e Melo — a Marquesa de Santos.
  • Desse relacionamento nasceu Isabel Maria de Alcântara Brasileira, na cidade do Rio de Janeiro em 23 de maio de 1824. Porém, pelo pai não poder assumir publicamente a paternidade e a mãe não poder registrá-la por estar divorciada do primeiro casamento, a criança foi registrada como filha de pais desconhecidos, como se tivesse sido abandonada na casa dos avós maternos.
  • A menina foi criada pelos avós maternos, porém recebeu o apoio de Dom Pedro I até ser reconhecida oficialmente como filha do imperador ao completar 2 anos. Ele decretou que fosse feita uma alteração na certidão de batismo, mantendo apenas a mãe desconhecida, além de dar à criança o título de Duquesa de Goiás em 1826.
  • O imperador sempre demonstrou que Isabel Maria era sua filha preferida. Com uma bela aparência, a menina sempre estava bem arrumada, usava tiaras de diamantes e joias preciosas. Além disso, seu pai estava sempre atento quanto ao tipo de educação que a pequena receberia, por isso chegou a conviver com os filhos legítimos de Dom Pedro I, sendo educada junto a eles.
  • Além de bonita, a pequena duquesa também era carinhosa, educada e amável. Recebia o carinho da Imperatriz Leopoldina, apesar da grande tristeza que o nascimento fora do casamento causou em sua vida.
  • Quando Dom Pedro I casou-se novamente, inicialmente a menina foi rejeitada pela família da nova esposa, a futura imperatriz Amélia de Leuchtenberg. Porém, a própria Amélia ainda não sabia da existência da menina, que precisou ser levada para viver isolada em um palácio situado em Niterói, com o intuito de ser afastada da convivência com a família real.
  • Pensando em proteger a filha, Dom Pedro I a enviou para estudar em um internato na Europa com apenas 5 anos, em uma viagem que enfrentou tempestades e surtos de doença entre a tripulação. Desde então, nunca mais teve contato com sua mãe biológica. Aliás, Isabel Maria nem sabia que a Marquesa de Santos era a sua mãe verdadeira, pois achava que ela tinha morrido no parto.
  • Como a menina estudava ao lado de princesas e nobres da Europa, Dom Pedro I temia que acabassem descobrindo que sua filha era fruto de uma relação extraconjugal. Por este motivo, o segredo sobre a maternidade da Duquesa foi mantido por todos, ou quase todos.
  • Quando Dom Pedro I abdicou do trono e voltou para a Europa, a imperatriz Amélia de Leuchtenberg acabou descobrindo a existência da filha ilegítima do marido, que foi “adotada” por ela, que ficou encantada com a doçura da criança.
  • Tanto a imperatriz quanto sua mãe — a Duquesa Augusta da Baviera — amavam e protegiam Isabel Maria, que foi criada e educada junto às princesas da Europa, incluindo Eugénia de Montijo, que mais tarde se casaria com Napoleão III da França.
  • Em 17 de abril de 1843, Isabel Maria, que tinha 19 anos na época, casou-se com um nobre alemão chamado Ernesto Fischler de Treuberg, 13 anos mais velho que a Duquesa, tornando-se condessa de Treuberg e baronesa de Holsen. O casamento foi feliz e dessa união nasceram quatro filhos.
  • Porém, o segredo que Dom Pedro I e a imperatriz Amélia guardavam a sete chaves foi descoberto quando um cunhado do Brasil enviou uma carta revelando sua verdadeira origem. Ela não tinha lembrança da mãe biológica, que jamais havia sido citada no seio familiar por ordem de Dom Pedro I, abalando assim a relação com a mãe adotiva.

Isabel Maria de Alcântara Brasileira em 1853

  • Apesar de tudo, Isabel Maria manteve contato com a madrasta e os meios-irmãos até o fim de sua vida. Inclusive trocava cartas com Dom Pedro II, que chegou a visitá-la na Alemanha, no Castelo Holzen. A duquesa foi muito amada pela família adotiva, viveu uma vida feliz e repleta de luxo.
  • A princesa brasileira viveu até os 74 anos, porém, por coincidência do destino, morreu exatamente no mesmo dia que sua mãe biológica, com 31 anos de diferença entre elas, no dia 3 de novembro de 1898.

Você sabia da existência da Duquesa de Goiás? O que mais chamou a sua atenção sobre a vida dessa princesa brasileira? Conte para a gente na seção de comentários.

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