15+ Relatos que provam que as crianças dos anos 90 realmente viveram em mundo completamente diferente

há 2 anos

Não dá para explicar a infância na década de 1990 em poucas palavras. Essa geração viveu muitos altos e baixos, e o mundo era completamente diferente do que é hoje em dia. Viveu o auge das novelas mexicanas, das crises financeiras e de uma cultura bem distinta.

Nós, do Incrível.club, selecionamos relatos de pessoas que cresceram nos anos 90, época em que tínhamos a impressão de que a imaginação e a criatividade poderiam resolver qualquer coisa e quando amizades verdadeiras tornavam o mundo verdadeiramente mágico. Confira!

  • Parafraseando Bradbury, eu posso dizer: fui educado de graça no banheiro. O hábito de me sentar com um livro no vaso sanitário veio desde a minha infância nos anos 90. Devido à pobreza, eram usados como papel higiênico jornais antigos, revistas e, infelizmente, até mesmo livros! Era assim que eu obtinha novos conhecimentos a partir dessas obras — na latrina do vilarejo. E com que livros me deparei! Reproduções de pinturas famosas e artigos sobre a história da moda, além de desenhos, esquemas e ideias de interiores em revista daquela época. Eu lia tudo sentado de joelhos até minhas pernas ficarem dormentes. © Подслушано / Ideer
  • Minha infância caiu bem nos anos 90 — o auge das novelas mexicanas. Uma vez, estava visitando minha avó com minha mãe e, de noite, a energia caiu em toda a vila. Pela manhã, pegamos o ônibus de volta para a cidade com alguns conhecidos e o motorista contou em voz alta para todos os passageiros tudo o que tinha acontecido no capítulo de Simplesmente Maria (já que tínhamos perdido por causa da queda de energia). Todo mundo ficou tão concentrado na conversa que o ônibus chegou na parada final e ninguém desceu por cerca de 15 minutos. © Подслушано / VK
  • Eu tinha duas calças leggings (embora não pudesse pedir as da moda para os meus pais, aquelas que eram brilhantes e de tecido mais grosso. No lugar delas, eles me deram de presente versões estampadas e de tecido fino), uma jaqueta jeans, um casaco esportivo e — o mais inusitado de tudo — uma sacola plástica! Uma vez, no Dia das Mulheres, uma amiga me presenteou com um saco plástico novo e muito bonito, além de um chocolatinho. Na época, era moda levar o material escolar embrulhado em uma sacola, como se fosse uma trouxinha, e carregá-lo debaixo do braço. Uma bobeira! © Екатерина / AdMe
  • Em meados dos anos 90, minha irmã trouxe um conjuntinho — um short e camiseta — de presente para a nossa irmã mais nova. Esta, sem pensar duas vezes, vestiu e foi desfilar pela rua principal da nossa vila. Quando ela estava exatamente no cruzamento, minha irmã mais velha gritou: “Sua boba! Isso é um pijama!” Nunca vi minha irmã correr tão rápido para casa. Подслушано / VK
  • Quando me lembro dos meus sábados na infância, me sinto mal. Nesse dia, minha família inteira acordava cedo, tomava café da manhã e eu e meu irmão tínhamos que ir buscar água em um carrinho de mão com balde para lavar roupa. Para a frente, para trás, para a frente, para trás. Lavar, enxaguar, enxaguar novamente. Às vezes eu queria que a água acabasse. Não sei o que mais me surpreendia: como tínhamos tanta roupa suja ou como ela ficava tão suja. © Zabavnij / Pikabu
  • Nas minhas férias de verão, viajava para o vilarejo da minha avó. Lá havia um grupo de amigos com quem eu sempre ocupava uma cabana velha e espaçosa na margem de um rio. Uma vez, uma das meninas inventou de fazer um clube noturno pago. Era conhecido como “Contos da Cripta”. Para participar era só fazer o seguinte: pagar um pequeno suborno (chocolate, doces ou coisas do tipo) e então ela contava histórias de terror de acordo com o que a pessoa pedisse. As histórias de terror eram extraordinariamente assustadoras, sempre novas, nunca repetidas. A procura era muito grande, à noite se formava uma fila enorme de pessoas querendo participar dos contos de terror da casa de verão. Acho que a menina tinha mais doces do que a maior confeitaria regional. E realmente as histórias eram incrivelmente assustadoras e fascinantes, não consigo recontar com toda emoção. Soube que ela se formou em contabilidade e trabalha em uma fábrica local. © Deliria00 / Pikabu
  • Na minha infância eu ficava desesperada por sorvete quando chegava o verão. Sempre que saía, pedia. Na época, era possível trocar uma certa quantidade de garrafas vazias por um picolé. Eu e minha irmã brincávamos de sair catando as garrafas em casa até conseguir juntar o suficiente para um. Corríamos, então, para a loja, trocávamos e comíamos. E queríamos mais. Então, íamos para a casa da minha avó, limpávamos um pouco e perguntávamos onde havia garrafas vazias. Recolhíamos tudo, trocávamos, conseguíamos mais dois picolés. Aí ficávamos satisfeitas. Na semana seguinte fazíamos tudo de novo. © Дело в шляпе / AdMe
  • A vida adulta nos anos 90 também exigia criatividade. Aprendi a fazer mingau de leite usando sorvete para o meu filho. Já não tinha mais leite nas lojas ao meio-dia, só sobrava sorvete no mercadinho e ninguém comprava. O mingau ficava muito saboroso e além disso já tinha todos os ingredientes — açúcar, leite e manteiga. © Ирина / AdMe
  • Odiava acordar de manhã cedo com meu avô tocando acordeão superalto. Mas adorava tirar um cochilo no colo da minha avó no campo. Todas as minhas memórias da infância estão associadas a ela e à sua casa. © Hokori / Pikabu
  • Meu pai sempre amou pescar. Ele costumava trazer vários peixes frescos. Meu irmão e eu sempre esperávamos ansiosamente pelo seu retorno, mas não por causa dos peixes. É claro que era engraçado vê-los pulando dentro da bacia d’água, porém esse não era o principal motivo da nossa alegria. Meu pai sempre dizia “Olha o que o coelhinho mandou para vocês”, como se fosse um mágico, e sempre tirava algo das bolsas. Podia ser qualquer coisa: doces, rosquinhas, biscoitos, frutas. E não importava o que mais ele trouxesse, esses presentes tinham um gosto completamente diferente. O sabor da natureza, do rio e da infância feliz. © KnopkaPsiha / Pikabu
  • Uma vez, minha mãe ganhou alguns buquês de flores depois de se apresentar em uma peça de teatro, como é costume na Rússia. Só que no dia seguinte foi Dia dos Professores, então peguei um dos buquês e fui para a minha aula de piano. Eu tinha 8 anos na época. Dei o presente para o meu professor e ele disse: “Ah, não precisava ter gastado com isso...” Respondi: “Imagina, minha mãe ganhou ontem à noite e temos muito mais em casa!” E ela mãe estava bem na porta. © Подслушано / VK
  • Sempre adorei brincar com a fita que vinha dentro do toca-fitas. Lembro de prender uma ponta em uma vareta longa e voilà: virava uma ginasta dançando com uma fita improvisada. E se ela rasgasse, era só colar de volta... © Rogue / AdMe
  • Cresci nos anos 90. Meus pais eram comerciantes e não tínhamos uma boa condição financeira. O nosso dinheiro era suficiente apenas para pagar o aluguel e a comida, mas nada além disso. Minhas roupas eram bem modestas, nunca tive nada novo ou na moda. Usava um casaco de pele velho da minha mãe e na 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental usei uma pasta executiva preta que era do meu pai. Havia muitas crianças ricas na escola, então eu ficava na base da hierarquia social. Nunca culpei meus pais, entendia que não tínhamos dinheiro para coisas supérfluas. Recentemente, descobri que, na verdade, tínhamos dinheiro, mas que meus pais trocavam por dólar e guardavam. Eles poderiam ter me vestido melhor, me lavado de férias para a praia e me mimado um pouco, mas não consideravam isso necessário. Esse dinheiro nunca foi gasto. Embora não tenha nenhum trauma psicológico, não consigo entender o porquê de meus pais terem feito isso. © Подслушано / VK
  • Eu tinha duas camisetas que foram compradas no exterior. Não podia vesti-las, se não as estragaria. E então cresci e minha mãe as vendeu. Nunca as usei... © BigP / Pikabu
  • A primeira vez que vi um elevador na vida foi quando tinha 8 anos. Fui visitar meus parentes e eles moravam no 11o andar. Fiquei subindo e descendo o dia inteiro. Com cuidado, claro. Estava morrendo de medo de ser expulso. Mas estava amando a experiência, me sentia como um astronauta. © obezbash / Pikabu

Se você pudesse escolher em qual época nascer, escolheria a que veio ao mundo ou outra? Do que sente mais saudade da sua infância? Conte para a gente na seção de comentários.

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Eu já era adolescente, mas lembro dos walkmans que era um sinal de status junto com os patins de rodinhas

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