Celebrando a singularidade: como é o padrão de beleza em cada país

Mulher
há 11 meses

Em um mundo interconectado, é comum compartilharmos opiniões semelhantes sobre o que é considerado bonito. No entanto, as culturas ao redor do mundo têm visões únicas sobre a beleza, refletindo seus valores, tradições e história. Em muitos países, o padrão de beleza pode ser extremamente diferente do que estamos acostumados a ver. Aqui, vamos explorar alguns dos padrões de beleza de cada país que podem surpreender e até mesmo chocar, mostrando a valorização da singularidade em todo o mundo.

1. Plugues nasais na Tribo Apatani, da Índia

Se, para o Ocidente, as tatuagens podem ser um sinal de rebeldia entre os jovens, para as pessoas da Índia elas são símbolo da sua conexão com a natureza e aparecem até nas pessoas mais velhas. A geração de jovens indianos por todo o mundo observa tatuagens até mesmo em suas bisavós e, no caso das mulheres da tribo Apatani, também o uso de plugues nasais.

Por muito tempo acreditou-se que as tatuagens e plugues nasais eram uma tática para que as mulheres da tribo Apatani não fossem atraentes aos olhos de tribos inimigas. Mas isso se mostrou um engano, após mais de 10 anos de estudos feitos por Mo Naga, do Instituto Nacional de Tecnologia da Moda na Índia. Ele concluiu que esses adornos eram comuns nos costumes da tribo e serviam, na verdade, como embelezamento das mulheres.

2. Pés de Lótus na China

Assim como as mulheres vitorianas, que amarravam espartilhos extremamente apertados, deformando a cintura para reduzi-la, muitas chinesas do século X em diante amarraram os pés para caber nos sapatos de lótus, norma de beleza cultural e posição social. Diz-se que a prática começou quando o Imperador Li Yu observou os pés da dançarina Yao Niang, amarrados em forma de lua nova. Rapidamente, isso se tornou uma tendência de moda que durou até o início dos anos 1900.

3. Pele de vidro na Coreia do Sul

Quem é fã das estrelas do K-Pop já deve ter se acostumado com a pele das mulheres, lisa, sem poros ou manchas e brilhante. Muitas delas, quando fazem transmissões ao vivo para mostrar a rotina de maquiagem, provam que, mesmo antes de aplicar os produtos, sua pele já é naturalmente radiante e hidratada. Isso é uma tendência de beleza na Coreia do Sul, a pele de vidro, alcançada à base de uma alimentação regrada e uma cuidadosa aplicação de produtos especiais.

4. Tatuagens de henna na Índia

Como dissemos, as tatuagens são parte da cultura na Índia há muitas gerações. Uma das tradições que sobrevive até hoje é a festa Mehndi, que faz parte das comemorações de um casamento no país. Quem já viu algum filme indiano, sabe como as suas festas são cheias de vestidos coloridos e danças animadas, e a Mehndi é exatamente isso. Contudo, por trás dessa norma de beleza cultural, existe uma tradição cheia de significados.

A Mehndi é uma festa que acontece antes do casamento em si, com a participação da noiva, suas amigas mais próximas e parentes. Sua finalidade é aplicar a mehndi, uma tatuagem de henna, ou seja, temporária, que adorna principalmente as mãos e os pés da noiva. A tinta usada é feita de uma erva com propriedades refrescantes, há séculos usada pelos indianos e muçulmanos para combater o clima quente e, de quebra, embelezar o corpo. Ela pode durar até três semanas no corpo da noiva.

5. Pinturas corporais da Tribo Karo, na Etiópia

A tribo Karo é uma das menores na região da Etiópia, com uma população estimada de apenas 1.200 pessoas. Entretanto, eles são famosos pelas suas pinturas corporais, uma tradição de mais de 500 anos. Eles pintam o corpo e o rosto diariamente, usando giz branco, rochas amarelas, ocre colorido e outros minerais. Os desenhos não são sempre os mesmos e, além das pinturas, eles costumam usar também argila para fazer penteados e cocares. Tudo isso para demonstrar beleza e coragem.

6. Tatuagens faciais no Marrocos

As mulheres do Marrocos também têm seus costumes únicos na hora de se embelezar. Alguns deles são lenços e vestidos coloridos e muitas joias. Os acessórios são uma herança dos indígenas nativos do país, os Berberes ou Amazighs, provenientes do norte do continente africano, na região do Magrebe. Entretanto, o que mais chama a atenção nas mulheres marroquinas são as tatuagens faciais.

Xavier Richer / Photononstop / East News

Geralmente próximas dos olhos e boca, as tatuagens faciais são símbolo da posição social ou estado civil das mulheres. Um exemplo de uso é quando elas querem mostrar que uma menina fez a transição para a idade adulta. Elas também acreditam que as tatuagens aumentam a fertilidade, curam certas doenças e até que afastam espíritos malignos. Mulheres que ficam viúvas, por exemplo, fazem uma tatuagem que vai de uma orelha à outra. No entanto, algumas delas as fazem apenas por estética.

7. Corpos grandes da Mauritânia

Para os povos que vivem na região desértica da Mauritânia, uma mulher bonita é aquela acima do peso. E isso é levado tão a sério que as famílias iniciam uma dieta especial para as meninas a partir dos 8 anos. Para que elas já cheguem à puberdade com o corpo que eles consideram atraente, muitas famílias chegam a tirar do próprio sustento para alimentar melhor suas filhas. Essa concepção da beleza de mulheres grandes é antiga, de quando as tribos eram nômades.

8. Pele e cabelos avermelhados das Himbas, na Namíbia

As mulheres da tribo Himba, que vive nos desertos da Namíbia, chamam a atenção pelo tom avermelhado de sua pele e cabelos. A linda coloração vem do otjize, uma pasta que essas mulheres aplicam todas as manhãs, feita de manteiga, gordura e ocre vermelho e, às vezes, perfumado com uma resina aromática. Embora muitos julguem que a prática serve para proteger do sol ou dos insetos, as Himbas já explicaram que é puramente estética, uma espécie de maquiagem que apenas as mulheres usam.

9. Cicatrizes do povo Suri, na Etiópia

Pode parecer incompreensível para muitos que pessoas façam cortes no próprio corpo, criando cicatrizes por estética. Entretanto, esse é um costume da cultura de vários povos ao redor do mundo, evidenciando as diversas belezas pelo mundo. Um exemplo são os Suri, da Etiópia, que utilizam as cicatrizes como forma de marcar a sua trajetória pessoal, sendo motivo de orgulho para eles. As mulheres as fazem, por exemplo, para marcar o início da puberdade, na primeira menstruação e a cada parto. Já os homens as usam para contar suas vitórias contra povos rivais. Para todos, as cicatrizes os deixam mais atraentes e são uma forma de celebrar suas próprias belezas culturais.

10. Piercings de gravetos dos Yanomani, no Brasil

O Brasil não poderia ficar de fora desta lista dos padrões de beleza mundiais. Os padrões de beleza das pessoas das cidades já são bem conhecidos, mas antes de nós, os povos originários já se embelezavam com ajuda dos recursos naturais. O povo Yanomani, por exemplo, tem suas próprias tradições e padrões de beleza, considerando rude visitar alguém sem pinturas pelo corpo. Além disso, eles têm o costume de usar gravetos como piercings nas orelhas, bochechas, lábios e nariz, mostrando a sua valorização pela estética. Esses indígenas também fazem cicatrizes como forma de adornar seus corpos, assim como muitos africanos seguem suas tradições de cicatrizar a pele por motivos estéticos.

Em conclusão, explorar os padrões de beleza de cada país nos mostra a riqueza da diversidade e a importância de celebrar as diferenças em vez de promover um padrão uniforme de beleza. É vital lembrar que a beleza é subjetiva e que cada pessoa tem sua própria definição do que é belo. Aceitar e celebrar essa diversidade é um passo importante para construir um mundo mais inclusivo e igualitário.

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