Carta aberta: Professora alerta pais sobre excesso de liberdade e mimos

Gente
há 11 meses

Cansada de tanta injustiça no mundo docente e de ver pais irresponsáveis que jogam a carga de educação para os profissionais da escola, a professora Julie Marburger escreveu um desabafo em seu perfil do Facebook, mas ela não sabia que as suas palavras tocariam milhares de pessoas ao redor do mundo e seria acolhida por outros professores. Acompanhe a história com a gente.

É responsabilidade dos pais ensinar seus filhos a se comportarem adequadamente e corrigi-los quando necessário. Entretanto, quando crianças se comportam mal na presença de estranhos, infelizmente, os desconhecidos não têm o direito de intervir. Isso pode levar a situações desconfortáveis em que adultos precisam tolerar comportamentos inadequados de crianças que não são suas.

Para adultos em posições de autoridade, como professores, pode ser particularmente desafiador lidar com crianças que se comportam mal. Embora seja responsabilidade dos pais corrigir o comportamento de seus filhos, nem todos eles tomam medidas para impedir que seus herdeiros sejam desrespeitosos.

Professores enfrentam diariamente o desafio de lidar com crianças mal comportadas em uma profissão que já é desvalorizada e mal remunerada. Por exemplo, uma professora no Texas ficou extremamente desapontada com alguns de seus alunos e com os pais que não impõem limites a eles.

professora ficou tão frustrada com o comportamento de seus alunos e a falta de apoio dos pais que decidiu deixar a profissão. Ela compartilhou sua história no Facebook, descrevendo um incidente em que uma mãe ficou irritada porque seu filho foi repreendido por seu mau comportamento. A mãe confrontou a professora, Julie Marburger, na frente da criança.

Os pais têm a responsabilidade de ensinar aos seus filhos valores como respeito e decência, para que os professores possam se concentrar em ensinar o conteúdo acadêmico. Idealmente, os docentes deveriam lidar apenas com pequenos problemas de comportamento que são comuns entre os mais novos.

O relato da docente rapidamente se espalhou pela internet e gerou um debate importante sobre temas como respeito, disciplina e educação dos filhos. Muitos professores se identificaram com a história e ela também serviu como um ensinamento valioso para alguns pais.

Julie usou as redes sociais para expressar sua insatisfação com o seu emprego de professora e os desafios de lidar com certos alunos e seus pais. Ela compartilhou em seu Facebook fotos chocantes que mostram as condições em que ela tinha que trabalhar diariamente. As imagens mostram livros rasgados, estantes quebradas, um chão bagunçado e chiclete grudado na janela. Segundo o Good Morning America, como Marburger não tinha um orçamento para a sala de aula, todos os itens danificados foram comprados com seu próprio dinheiro.

Ela afirmou que havia chegando ao seu limite após tolerar comportamentos inaceitáveis e decidiu traçar uma linha. Ela explicou que quase metade de seus alunos estava reprovando por não entregar as tarefas. Marburger escreveu: “Já decidi deixar o magistério no final deste ano e hoje não sei se conseguirei aguentar até lá. Os pais se tornaram muito desrespeitosos e seus filhos ainda piores”.

“Metade dos meus alunos tiveram notas baixas devido a várias tarefas perdidas. Os pais sabem disso e não parecem se importar. Provavelmente vou passar a próxima semana respondendo satisfações sobre por que falhei com os filhos deles.”

A mestre defendeu que os pais precisam parar de mimar seus filhos e impor limites. Ela argumentou que isso é um problema que pode se espalhar pela sociedade e prejudicar tanto o meio social quanto as próprias crianças. Julie escreveu: “Não é justo para a sociedade e, mais importante, não é justo para as crianças ensiná-las que isso é aceitável. Isso não as preparará para uma vida feliz e bem-sucedida”. Ela não está sozinha ao expor seus pensamentos.

Marburger afirmou que recebeu respostas de pessoas de todo o mundo. Ela disse: “Eu estava preocupada de que as pessoas ficassem ofendidas com o que escrevi quando a história se espalhou pelo Facebook, mas descobri que estou recebendo ainda mais apoio agora.”

Ela agradeceu às pessoas que deixaram comentários de apoio e compreensão em sua postagem nas redes sociais. Ela atualizou seu relato viral no Facebook e escreveu: “Nunca tive a intenção de ser porta-voz de nada. Não sou a mais qualificada para isso e certamente não sou a melhor professora por aí. Mas, obviamente, minhas palavras, ditas em desespero naquele dia, fizeram sentido para muitas pessoas”.

Além disso, ela reconheceu que tinha muitos alunos excelentes, colaboradores e corteses, mas acreditava que ainda havia muito a ser feito para melhorar o ambiente escolar para todos, inclusive para os professores. Ela defendeu que o sistema educacional precisa de reformas e afirmou: “Está quebrado e é inadequado para nossos filhos.”

Julie também defendeu que as crianças deveriam ser responsabilizadas por suas ações em todas as áreas.

Segundo um programa de televisão, muitos professores têm se manifestado ao redor do mundo sobre suas preocupações de trabalho. Nos Estados Unidos, docentes de vários estados têm reivindicado salários maiores e alguns entraram em greve para chamar atenção para suas demandas. Ericka Souter, que escreve para um site especializado para pais, disse: “Estamos sobrecarregados. Alguns de nós temos que lidar com várias crianças e vários empregos. É fácil dizer que é responsabilidade do professor durante aquelas oito horas do dia, mas não é assim que funciona.”

A publicação da professora continua gerando debates. Ela também escreveu: “Como sociedade, precisamos voltar a tratar uns aos outros com educação e respeito. Estamos nos afundando em ódio e xingamentos. Ninguém ganha quando a bondade morre.”

Muitos professores estão decepcionados com a forma como os pais estão criando seus filhos e impedindo-os de ter uma experiência importante na escola. O que você pensa sobre isso? Compartilhe sua opinião conosco e não deixe de enviar este artigo para a sua rede de apoio e familiares.

Bônus: Provas de que nem só de histórias ruins vivem os professores

  • Dou aula de história e, certo dia, estava contando sobre acontecimentos da década de 1980. Então, um dos meus alunos me perguntou se eu já “era viva naquela época”. Não tinha como não rir, adolescente também solta essas pérolas. © Patrícia Salgado / Facebook
  • Certa vez, quando eu ainda dava aulas para crianças pequenas, eu e meus alunos estávamos sentados em uma roda de conversa, até que um deles me perguntou se eu não trabalhava. Respondi rindo: “Claro que não. Por que eu iria trabalhar se posso estar aqui me divertindo com vocês?” © Marilda Costa Lima / Facebook
  • Sou professora, quero dizer, lecionava antes de me aposentar. Como tenho 1,50m e dava aulas para o ensino médio, todos os meus alunos eram maiores, bem maiores que eu, mas nunca deixei de ser respeitadíssima por eles. Mesmo aqueles que passaram por minhas mãos há 20 anos e seus pais, ainda me tratam só como “professora Izilda”. © Izilda Aria / Facebook

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