8 Hábitos inofensivos que denunciam aqueles que não cresceram em “berço de ouro”

Gente
há 4 anos

Cientistas da cidade de Nova Iorque estudaram os cérebros de mais de 100 crianças que nasceram em famílias com diferentes níveis de renda. Foi descoberto que crianças nascidas em famílias mais pobres têm um cérebro 6% menor do que o das nascidas em lares com condições financeiras melhores. No entanto, a “pobreza” pode não só afetar nossa fisiologia — o que ficou claro pela pesquisa -, mas também nosso comportamento.

No Incrível.club, aprendemos quais os hábitos que poderiam distinguir as pessoas que cresceram com maiores dificuldades financeiras. Também decidimos ilustrar certos momentos com histórias de pessoas reais. No final do post, preparamos dois bônus especiais para você. Acompanhe!

1. Gastam dinheiro em coisas supérfluas

O desejo de certos pais de guardar cada centavo para conseguir passar o mês até o próximo salário certamente deixa uma impressão nos filhos. Crianças que foram criadas em tais condições, quando adultas, podem facilmente gastar dinheiro em coisas de que não precisam. Ou seja, é como um mecanismo de “tentar viver de forma diferente”. Assim, muito facilmente alguém pode preferir andar de táxi simplesmente porque não “precisa” mais pegar ônibus, por exemplo.

Além disso, se todos à sua volta estão comprando a mesma coisa para se encaixar ou por achar que essa é a chave para o sucesso, um adulto criado em família mais humilde se sentirá compelido a seguir o fluxo. É o que acontece com a febre dos iPhones, por exemplo, ou o Apple Watch e Airpods. Muitas pessoas se endividam para conseguir o aparelho mais moderno e assim se enquadrar melhor nos padrões sociais estipulados.

2. Paradoxalmente, têm pena de gastar dinheiro em si mesmos

Apesar de muito contraditório com o que foi dito anteriormente, essas mesmas pessoas também não têm coragem de gastar dinheiro com coisas que realmente querem. Elas vão ao shopping, encontram algo de que realmente gostam, mas se convencem de que está “caro demais”. Como resultado, saem das lojas de mãos vazias e com uma sensação de total impotência. A situação é semelhante com necessidades básicas, desde produtos de alimentação até a obra que precisa ser feita há meses.

  • Sinto extrema culpa quando preciso jogar fora alguma comida estragada ou resto de comida. Se eu não comer todos os almoços guardados na geladeira ou restos de comida, me sinto terrível. Eu também uso o shampoo até a última gota. Até com o sabonete é a mesma coisa. Também tenho dificuldade com outras coisas, como jogar fora meias velhas e roupas que não uso mais e que já estão destruídas. © unknown author / reddit
  • Morei sem um sofá durante um ano na minha casa nova. Simplesmente porque não conseguia pensar em gastar tanto dinheiro comprando um novo. Eu não tenho problema em comprar nada que custe menos do que 150 reais. Se o preço for maior, no entanto, travo e não consigo decidir. © OtillyAdelia / reddit
  • Me recuso a pagar alguém para fazer algo que eu posso fazer sozinho. Ou talvez algo que eu possa aprender a fazer. Por exemplo, consertar o carro, móveis ou até coisas da casa. © dyk3j3sus / reddit

A situação absolutamente oposta é observada quando essa mesma pessoa precisa comprar presente para alguém próximo. Pessoas vindas de famílias simples podem gastar tudo o que têm para dar um maravilhoso presente a algum parente ou amigo próximo, principalmente para não se envergonhar.

3. São propensas ao risco e comportam-se de forma mais impulsiva

Pessoas que cresceram com menos condições financeiras são mais propensas a correr riscos, pois têm menos a perder. Por vezes, conseguem multiplicar suas contas bancárias por conta do comportamento “ousado” que normalmente exibem, investindo em projetos ou empresas que outras pessoas não teriam coragem de investir.

4. Gostam de comer e não conseguem jogar comida fora

Pessoas que cresceram em famílias de baixa renda normalmente não tiveram acesso a produtos de alta qualidade, caros, e às vezes até mesmo a barras de chocolate comuns. Por conta disso, na vida adulta, podem ter a necessidade de comer qualquer coisa que esteja disponível.

Essa teoria tem sido estudada a fundo por cientistas e provada diversas vezes por experimentos. Por exemplo, uma pesquisa avaliou dezenas de mulheres, sendo que metade delas não teve pais ricos enquanto a outra metade foi criada em famílias de condições financeiras no mínimo estáveis. A todas elas foi oferecida uma garrafa de refrigerante, e, depois, um almoço completo. Foi observado que, independentemente do nível de saciedade de cada uma, as que tiveram infâncias mais restritas comeram absolutamente tudo o que foi oferecido.

  • Sempre como toda a comida da geladeira para não estragar, pois não gosto de jogar nada fora. Quando era pequena, raramente podia comer até não aguentar mais. © tc88 / reddit
  • Não consigo deixar a comida estragar. Se eu vir que frutaslegumes já estão no final, certamente vou preparar alguma coisa com eles para comer depois. © auamethys / reddit
  • Me sinto péssima quando vejo a família do meu namorado jogar fora potes de molho ou geleia que estão quase no final. Nossa, me deem esses potes que eu consigo tirar ainda mais uma ou duas colheres do fundo! © jnseel / reddit

5. Têm a tendência de pagar a mais para ter maior conforto

Pais que eram demasiadamente econômicos, contando literalmente cada centavo, terão filhos que, provavelmente, desenvolverão no futuro uma aversão ao planejamento financeiro. Tais pessoas estarão prontas para pagar um pouco a mais somente para evitar o desconforto. A situação mais estressante para eles é a necessidade de pensar em economizar.

  • Tenho um bom salário e posso me dar ao luxo de gastar o quanto quiser. Digamos que eu não tenha dinheiro em mãos para pegar um ônibus (detesto ônibus). Nesse caso, prefiro pedir um táxi, porque eu tenho condições de pagar por isso. Não quero perder nem um segundo da minha vida pensando que deva economizar dinheiro, como fazia a minha mãe. © Rick Morton / One Hundred Years of Dirt

6. Gastam dinheiro assim que o salário cai na conta

Uma grande quantia de dinheiro nas mãos de alguém que cresceu em família de baixa renda é uma loucura. Essas pessoas vão gastar assim que receberem seus salários, pois têm medo que o dinheiro de alguma forma vá sumir. Situações semelhantes acontecem com pessoas que, por exemplo, ganharam na loteria. Talvez você já tenha visto em notícias que “um mecânico ganhou milhões na loteria e gastou tudo em apenas alguns meses”.

  • Quando comecei a ganhar meu próprio dinheiro, não conseguia planejar meu orçamento. De nenhuma forma. Recebia meu salário e logo gastava com alguma coisa, somente porque podia me dar ao luxo de fazer isso. Nos primeiros anos de independência financeira praticamente não consegui economizar nada. Recentemente, felizmente, consegui abrir uma poupança e reservo uma parte do salário todo mês. Mesmo assim, ainda tenho ímpetos de comprar coisas irrelevantes, normalmente produtos cosméticos. © NeckForDays / reddit

7. Se você oferecer alguma coisa de graça para tais pessoas, elas ficarão constrangidas

Qualquer tópico relacionado a dinheiro pode causar constrangimento, mas especialmente quando se trata de algo gratuito. Ou de descontos significativos. Por exemplo, almoços pagos pelo chefe ou descontos na academia por conta do trabalho são coisas que podem simplesmente não ser aceitas, ou aceitas com um grande “pé atrás” e certa timidez.

Alguém que cresceu em família de baixa renda terá certa vergonha de comer alguma coisa sem pagar, por exemplo. Essa pessoa se sentirá mais confortável pagando pelo seu próprio almoço, pois ela não está passando mais dificuldades. Isso vale até para brindes que são dados em caixas de loja depois de uma compra.

  • Doo dinheiro para caridade, mesmo que não haja qualquer motivo específico para fazer isso. Em lojas, normalmente me perguntam se eu gostaria de deixar algum dinheiro para alguma instituição de caridade e eu sempre dou, mesmo que não tenha quase nada na carteira. Tento controlar esse impulso, mas ainda está difícil. © _fightme / reddit

8. Têm medo de ativar qualquer pagamento automático e as prestações são pagas no último dia

Não há estudos científicos que provem o medo de ativar pagamentos automáticos, mas esse assunto foi discutido entre os usuários da rede social Reddit. Foi pedido que pessoas nascidas em famílias mais humildes comentassem os hábitos que queriam mudar, mas não conseguiam. Muitos escreveram sobre como pagamentos automáticos os deixam estressados.

  • Não consigo deixar qualquer prestação ou pagamento no débito automático. Embora seja muito mais confortável, eu prefiro pagar minhas contas manualmente cada mês. É como se tivesse uma voz na minha cabeça que diz: “E se você precisar desse dinheiro depois para algo muito mais importante? Afinal, se você tem 60 dias para pagar a conta da luz, por que fazer isso no início?” Esse pavor me persegue até os dias de hoje. © KnittinAndBitchin / reddit

Bônus № 1: Pessoas que pensam que são pobres podem ter envelhecimento precoce

Em 2010, cientistas realizaram um experimento: testaram as capacidades mentais dos jovens. Quanto mais tempo uma pessoa viveu com dificuldades financeiras, mais tempo ela demorava para finalizar uma ideia. Curiosamente, os indivíduos que tinham dinheiro suficiente, mas achavam que tinham pouco obtiveram os mesmos resultados. Pesquisadores acreditam que esse aparente “tempo de reação” mais demorado pode levar ao envelhecimento precoce.

Além disso, o envelhecimento também está associado, nesse caso, a uma possível falta de recursos necessários para o tratamento de doenças e questões relacionadas a conforto e alimentação — que, querendo ou não, refletem na saúde de qualquer pessoa.

Bônus № 2: Infelizmente, mesmo que muitos anos tenham passado e uma pessoa já esteja financeiramente estável, ela dificilmente será capaz de esquecer alguns momentos de sua infância

  • Lembro de brincar com as crianças da rua perto de casa. Alguém pediu para eu ir buscar papel higiênico para alguma brincadeira. O problema é que nós não tínhamos papel higiênico em casa, usávamos jornais porque éramos muito pobres e, por isso, eu fiquei paralisado, não consegui sair do lugar. Uma menina então gritou: “ah, por favor, agora vai dizer que você não tem papel higiênico em casa?!” E todos começaram a rir de mim. Até hoje, me lembro desse dia com dor no coração. © Gofessor / pikabu

  • Até 2004 eu morava no Interior com minha família inteira. Jantávamos macarrão com cebola e cenoura (às vezes batatas) em dias bons. Nos feriados, minha mãe comprava sardinhas e um punhado de presunto — mas só em grandes feriados ou aniversários. Nem vou comentar sobre as roupas. Até hoje lembro de como meus colegas de classe me envergonhavam pelas roupas que eu usava na escola, depois que nos mudamos para a cidade grande. © foxirenna / pikabu

  • Todos nós éramos muito pobres e me lembro muito bem de como nossas amigas se gabavam das bonecas novas que tinham comprado. Lembro também que muitas das roupas e brinquedos que tínhamos em casa eram encontrados no lixo. Literalmente. Eu tinha muitas coisas do lixo no meu guarda-roupa. Mesmo que muitos anos tenham passado, ainda não consigo comprar aquilo que realmente quero. Escolho normalmente coisas mais baratas, mais simples e práticas. Economizo em coisas que não preciso economizar. Roupas, então, não consigo escolher de jeito nenhum. E também tenho medo de ter filhos. © TutLogin / pikabu

Conte quais seus hábitos de hoje podem ter sido influenciados por conta da situação financeira da sua família durante sua infância. Caso seja seu caso, você consegue se identificar com alguns acima mencionados? Comente!

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Cada depoimento de cortar o coração ?. Também preciso controlar meus gastos ?.

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