A primavera chegou e eu, como uma verdadeira dama, decidi colocar um vestido bege. O usei durante todo o primeiro dia da temporada, e os jovens se viravam sorrindo de orelha a orelha, mostrando-me o polegar para cima. Aproveitei de meu esplendor até o momento em que cheguei em casa e vi que, durante todo o dia, dava para ver minha calcinha do Batman.
Há alguns anos estava namorando um cara. Acontece que nós 2 sofríamos de sociofobia. Eu disse à minha avó como tínhamos passado o fim de semana juntos: assistindo a séries de TV, comendo pizza e doces e lendo. Ela, muito chateada, disse: “Teria sido melhor se tivessem ido ao cinema, ou tivessem dado um passeio no parque. Vocês se trancaram na casa, como se não tivessem nada melhor para fazer”. Ao que eu respondi: “Vovó, mas você sabe que ele e eu somos...”. E falamos ao mesmo tempo. Eu: “sociofobicos”. Ela: “idiotas”. Obrigada, vovó!
Costumo ir treinar na quadra de um colégio com uns amigos. No final do treinamento, nos alongamos e nos deitamos com os olhos fechados, totalmente parados (para alcançar o nirvana completo). Um dia, nesse exato momento, um vigia da escola entrou (eu o reconheci pela voz). Ele nos cumprimentou, mas por alguma razão ninguém se mexeu, nem sequer abriu olhos. Ele ficou ali por alguns segundos e depois disse: “Estão todos mortos”. E se foi.

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