9 Ingredientes escondidos em alimentos do dia a dia, que são problemáticos para a saúde

Saúde
há 1 ano

Vamos ser honestos: os rótulos dos produtos que compramos diariamente podem ser verdadeiros enigmas para a maior parte dos consumidores. É comum que as pessoas leigas em nutrição ou química não saibam reconhecer quais tipos de aditivos estão ingerindo nos produtos alimentícios e nem o porquê dessa adição ser necessária (ou não) nos alimentos e nas bebidas.

Pensando nisso, nós, do Incrível.club, preparamos este artigo para que você saiba reconhecer o nome, as funções e também o que esses elementos podem causar no nosso corpo, possibilitando que escolha seus alimentos com maior consciência, se assim desejar. No final, um bônus espera por você. Confira!

1. Antioxidantes

Os antioxidantes agem para conservar os alimentos dos estragos causados em decorrência da oxidação provocada pelo contato com o oxigênio presente no ar, que pode deixá-los com aparência, textura e cheiro comprometidos. Esses aditivos possuem nomes complicados: butil-hidroxianisol, propilgalato, tocoferol (vitamina E), citrato de monoglicerídeos, EDTA ácido, ácido cítrico, ácido ascórbico (vitamina C), palmitato de asorbila, entre outros. Os alimentos que comumente apresentam a adição dos antioxidantes são compostos por produtos ricos em gorduras insaturadas, como: óleos vegetais, maionese, molho para salada, mas eles também estão presentes em castanhas, batatas fritas congeladas, polpas de fruta, temperos, alimentos destinados à crianças e adolescentes, entre outros.

Segunda uma reportagem, a adição de antioxidantes nos produtos pode ser benéfica, já que diminui a ação dos radicais livres no organismo, o que poderia diminuir a chance de doenças neurodegenerativas, por exemplo. Mas também mostra que o uso excessivo pode estar ligado, entre outras coisas, ao aparecimento de pedra nos rins. Este estudo diz que dois antioxidantes (BHA e BHT) induziram danos ao DNA de órgãos gastrointestinais em cobaias e, por isso, deveriam ter seu uso avaliado.

2. Antiumectantes

Os antiumectantes são adicionados aos alimentos com o propósito de deixá-los mais secos e crocantes. Agem impedindo que a umidade seja absorvida por eles, aumentando sua vida útil. Os produtos que mais se beneficiam desses aditivos são salgadinhos, biscoitos, batata frita de pacote, batata palha, produtos alimentares desidratados, sal, arroz, massas instantâneas do tipo lámen, chiclete, chocolate, doces, geleias, café em pó solúvel, preparados desidratados para sopas e caldos, entre outros.

Os antiumectantes podem ser encontrados nas embalagens com os nomes: dióxido de silício, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, fosfato tricálcico, hidróxido de magnésio, óxido de magnésio, silicato de alumínio, silicato de cálcio, ferrocianeto de sódio, cálcio ou potássio, entre outros. Este estudo, avaliou o uso de fosfato tricálcico na gestação de ratas e concluiu que os pesos da placenta das alimentadas com o composto diminuiu drasticamente. Além disso, o estudo relatou alterações significativas no desenvolvimento esquelético dos fetos.

3. Aromatizantes

Também conhecidos como flavorizantes, os aromatizantes possuem função estética nos alimentos. Esses aditivos são utilizados para realçar o sabor ou o aroma dos produtos e estão muito presentes em categorias como: refrigerantes, cereais matinais, bebidas de fruta, sucos, sorvetes, iogurtes, comidas pré-prontas, doces, balas, entre outros. Os aromatizantes podem ser naturais ou sintéticos e, geralmente, aparecem nos rótulos dos alimentos que consumimos com os seguintes nomes: caramelo, vanilina, ácido cítrico, glutamato de sódio e vanilina sintética. Vale ficar de olho no rótulo dos produtos! Os que possuem aromatizantes sintéticos na sua composição, devem trazer a informação “aromatizado artificialmente” na embalagem.

O consumo excessivo de produtos com glutamato de sódio já foi alvo de diversos estudos, mas segundo uma reportagem, os resultados obtidos não permitem tirar conclusões definitivas sobre sua toxicidade, por isso, é considerado seguro para consumo em doses baixas. Contudo, um outro estudo afirma que os aditivos nos sabores maracujá, morango, baunilha e chocolate têm potencial genotóxico e mutagênico.

4. Conservantes

O nome do aditivo já dá todas as pistas: a principal função dos conservantes é fazer com que os produtos durem mais tempo, inibindo e combatendo a ação de bactérias e fungos, entre outros micro-organismos responsáveis por sua deterioração. Os conservantes são usados em todo tipo de produto alimentício, desde comidas pré-prontas até carnes, pães, bolos, margarina, maionese, coco ralado ou em leite, embutidos, frutos do mar, açúcar refinado, picles, massas frescas etc.

Os conservantes, comumente, aparecem nas embalagens com os nomes: ácido benzoico, ácido sórbico, sulfito de sódio, dióxido de enxofre, benzoato de cálcio e de potássio, bissulfito de cálcio, potássio e sódio, propionato de cálcio, sódio e potássio, parabenos, salicilatos, sódio, potássio, nitrato e nitrito, entre outros. Eles até podem ser necessários, mas dessa turma, os dois últimos causam preocupação, pois alguns estudos os relacionam a um risco maior no desenvolvimento de câncer no estômago e intestino.

5. Corantes

Uma das categorias de aditivos mais polêmicas é a dos corantes. Esses componentes são estéticos e têm como principal função, restaurar ou intensificar a cor dos alimentos e das bebidas processadas. Eles estão divididos em três categorias: os naturais, os sintéticos idênticos aos naturais e os artificiais e aparecem, nas embalagens, como extrato de urucum, clorofila, açafrão, betacaroteno, riboflavina, curcumina, carmim de cochonilha, azul brilhante, amarelo crepúsculo, vermelho ponceau, caramelo IV, tartrazina, entre outros.

Os corantes são muito usados em alimentos à base de cereais, sorvetes, geleias, proteína de soja, queijos, biscoitos, carnes processadas, cobertura para sorvetes, balas, refrigerantes e sucos etc. O consumo de produtos com corantes naturais e sintéticos é preferível. Para isso, evite embalagens que contenham a frase “colorido artificialmente”. Existem alguns estudos que afirmam que alguns corantes, em especial o amaranto, a eritrosina b e a tartrazina, induzem danos no DNA, provocam mudanças no comportamento celular, afetam o metabolismo corporal de cobaias e podem ser potencialmente cancerígenos. Outro relacionou o excesso de corantes ao desenvolvimento de alergias, asma, hiperatividade e insônia.

6. Edulcorantes

O nome parece complicado, mas é um sinônimo para uma palavra bem mais usada no dia a dia: adoçante. Os edulcorantes conferem sabor adocicado aos produtos, sem trazer a quantidade de calorias que os açúcares adicionariam. São muito utilizados em cereais, pães, bolos e outros produtos de padaria, itens derivados do leite adoçados, doces e sobremesas, cereais matinais, compotas, frutos em conserva, molhos, mostarda, alguns produtos de pesca, moluscos, crustáceos e nos itens alimentícios dietéticos ou light.

Os edulcorantes também podem ser naturais ou artificiais e são identificados nas embalagens com os nomes: aspartame, sacarina, ciclamato, sucralose, maltitol, sorbitol, xilitol, eritritol, estévia, acessulfame de potássio, ciclamato de sódio, entre outros. Alguns estudos sugerem que os edulcorantes trapaceiam o nosso cérebro, já que oferecem o sabor adocicado, mas não a energia disponibilizada pelos açúcares. Isso faria com que ficássemos mais propensos a querer comer açúcar, de acordo com o pesquisador brasileiro Ivan de Araújo.

7. Emulsificantes

Se formos julgar pela ação e função, os emulsificantes podem ser considerados parentes dos estabilizantes, já que são adicionados aos produtos alimentícios para que ingredientes que normalmente não se misturam, como água e óleo, fiquem uniformes, além de aumentar o prazo de validade. São muito utilizados em cereais matinais e de barra, itens de padaria, doces, sobremesas, produtos lácteos e até em frutas in natura embaladas com tratamento.

Os emulsificantes aparecem com diversos nomes, entre eles: goma arábica, goma karaya, propilenoglicol, estearato de polioxietileno, monopalmitato de polioxietileno, lecitina, entre outros. Um estudo relacionou a adição de emulsificantes nos alimentos à alteração das bactérias intestinais de uma maneira que poderia promover inflamação e em casos mais graves, até o câncer. Neste outro, a adição de emulsificantes foi relacionada à disfunção imunológica.

8. Espessantes

O uso dos espessantes está relacionado ao aumento da viscosidade dos alimentos. Basicamente, ele serve para reduzir a quantidade de líquido do alimento, deixando-o com uma textura e consistência mais firmes. Esse aditivo é bastante utilizado em produtos como: alimentos processados feitos com carnes, itens processados derivados do leite, bebidas, produtos de padaria, sobremesas, molhos, sorvetes, queijos tipo petit suisse, recheios de confeitaria, creme de leite, misturas para bolos, iogurtes, refrigerantes, entre outros.

Os espessantes podem ser identificados nas embalagens com os nomes: ágar-ágar, goma arábica, goma xantana, goma guar, goma caroba, ácido algínico, carboximetilcelulose sódica, celulose microcristalina, gelatina, carragena, entre outros. Um estudo relacionou o uso de carragena à indução de inflamação intestinal. De acordo com este outro, uma dieta livre de carragena poderia beneficiar pessoas com colite ulcerosa, já que a sua ingestão está associada muitas vezes às recaídas precoces.

9. Estabilizantes

Os estabilizantes são adicionados aos alimentos e às bebidas para fazer com que a mistura dos ingredientes que as compõem fique estável e homogênea, melhorando o aspecto como um todo. Essa categoria é muito utilizada em produtos como bebidas de fruta, natas, bebidas para esportistas, patês de peixe e crustáceos, achocolatados, queijos, produtos para confeitaria, sorvetes, hortaliças em conserva, molhos, caldos e sopas, alimentos infantis esterilizados, entre outros.

Os estabilizantes possuem nomes bem complicados, como: ácido etilenodiaminatetracético, ácido metatartárico, alginato de propileno glicol, goma xantana, amido quimicamente modificado, alginatos, caseína etc. Segundo um estudo, o uso de estabilizantes, principalmente do tipo carboximetilcelulose, induziram inflamação de baixo grau, obesidade ou síndrome metabólica em camundongos. Além disso, promoveram colite robusta em indivíduos predispostos.

Bônus: os fermentos podem ser benéficos

Entre todos os aditivos encontrados nos alimentos, esses, talvez, sejam os mais conhecidos, já que podem ser utilizados em nossas cozinhas. Os fermentos têm como principal função liberar gás no preparo, alterando seu volume e fazendo-o crescer. Eles, geralmente, também alteram a textura dos produtos, fazendo com que fiquem mais esponjosos. Os pães, bolos e produtos de padaria são os que mais utilizam esses aditivos na sua composição, mas eles também estão presentes em salgadinhos, biscoitos, sobremesas, cereais e doces.

Os fermentos podem ser biológicos ou químicos. Nos produtos industrializados, é mais comum o uso dos químicos, que aparecem nos rótulos com os nomes: leveduras, fosfato monocálcico, ortofosfato monocálcico, fosfato monobásico, bifosfato de cálcio, dihidrogênio fosfato de cálcio. O consumo de produtos fermentados naturalmente é preferível, já que eles possuem diversos benefícios para a saúde. De acordo com uma reportagem, alguns alimentos como o missô, leite e conservas estilo chucrute e picles auxiliam na regulação da flora intestinal, aliviam sintomas de menopausa e TPM, combatem colesterol e podem ajudar na redução do estresse, entre outros.

Você tem o hábito de olhar o rótulo dos produtos alimentícios que consome? Em qual informação presta mais atenção? Queremos saber se esse artigo te ajudou a compreender melhor quais são os “ingredientes ocultos” que vêm nos alimentos que você consome. Conte nos comentários!

Observação: Este artigo foi atualizado em Maio de 2022 para corrigir o material de origem e/ou imprecisões factuais.

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