“Vocês são meu alicerce, minha inspiração e minha motivação”, diz Miss Ceará, que sofre preconceito pela profissão dos pais

Mulher
há 9 meses

A realidade de Beatriz Militão mudou radicalmente. A cearense de 25 anos, que há até pouco tempo seguia a profissão dos pais e trabalhava catando caranguejos no mangue, trocou a praia pelas passarelas. Em 2022, Bia Militão, como é conhecida, teve uma reviravolta surpreendente e virou Miss Universo Ceará. Daí para frente, a bela foi acumulando vitórias — não sem superar os preconceitos por conta de sua origem. Saiba mais sobre a trajetória dela!

Origem humilde

Filha mais nova de 15 irmãos, Beatriz Militão cresceu na praia, em uma cidade chamada Trairi, no litoral cearense. O pai de Beatriz é pescador e a mãe, agricultora. De origem humilde, a bela já trabalhou com eles no mangue, catando caranguejo, e não esconde o orgulho que sente da família: “Vocês são meu alicerce, minha inspiração e minha motivação. Sei que essa preparação [para o concurso] exigirá muito empenho e dedicação. Vou carregar o orgulho de ser sua filha e representar nossa família e nossa região com toda a força e garra”, postou.

Do mangue para a passarela

A origem humilde de Beatriz, motivo de admiração por muitas pessoas, parece ter despertado sentimentos de inveja em outras. A bela disse que sofre preconceito na internet por conta de sua família e antiga profissão: “Recebo mensagens bem ácidas de pessoas que dizem que eu não deveria ser miss, pois não falo outros idiomas e não tenho oratória perfeita. Venho de uma família humilde. Exigir tantos atributos que só uma parcela de mulheres tem acesso é ceifar o sonho de meninas carentes que sonham em ser miss”, argumenta.

A vida de Miss

Beatriz aproveitou os holofotes para chamar atenção para um problema de todos: os cuidados com o meio ambiente, principalmente com relação à preservação das praias: “Venho de um povoado que vive da pesca e dos manguezais. Como Miss Universo Ceará, amplifiquei minha voz em relação à preservação dos recursos naturais da minha região. Esses projetos têm a ver com a minha trajetória de vida”, disse.

Representatividade que impulsiona os sonhos

A vitória de Beatriz Militão, e sua coroação como Miss Universo Ceará 2023, também impulsionou o sonho de outras meninas humildes que veem os concursos de beleza como uma oportunidade para mudar de vida: “As mensagens que tenho recebido de meninas humildes do interior são lindas! Tornei-me inspiração para elas! Que os requisitos ’elitistas’ dos concursos de beleza não ceifem os sonhos de vocês! Mas que os concursos sejam agentes transformadores em suas vidas! Que os concursos tenham esse propósito”, postou.

Além da sua presença, Beatriz também escolhe trajes impregnados de simbolismos, que representam as suas raízes. Para o Miss Universo Brasil 2023, Bia desfilou com dois modelos inspirados nas praias de sua cidade natal, Trairi. O primeiro, fala sobre a luta pela preservação das praias. O traje de gala também teve o mar como inspiração: “Cresci sob os encantos das praias do município cearense de Trairi. Areia no pé e cabeça no mar, a praia é minha vida, meu amor e meu lar. O vestido traduziu essa ideia ao ter ’escamas’ de cristais, um recorte em formato de ondas e tons de cinza e azul”, explicou.

Assim como Bia Militão, outras candidatas de concursos de beleza também vêm de uma origem humilde e não se envergonham disso. Um desses exemplos é Anna Sueangam-iam, Miss Universo Tailândia 2022, apelidada de “a rainha da beleza do lixo”, por conta da profissão dos pais.

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