Um foguete misterioso caiu na lua
Hoje à noite, saia e olhe para a Lua com um telescópio, e você verá muitas crateras. Ninguém ainda sabe como elas surgiram lá. Algumas se formaram recentemente. Os cientistas descobriram uma cratera dupla na Lua que apareceu por um motivo estranho. Em março, um foguete caiu por lá. E ninguém sabe quem era o dono e por que ele deixou esse rastro. Se um foguete normal tivesse caído lá, teria deixado um buraco. Um foguete espacial padrão tem um motor pesado de um lado e um tanque de combustível mais leve do outro. Mas, dessa vez, era preciso ter dois lados pesados no foguete para deixar uma cratera dupla. Isso é estranho. Ninguém sabe o que é, e ninguém reportou ser o dono.
Ele provavelmente fazia parte de um grande foguete de três toneladas. Essa peça estava voando no espaço há vários anos. A princípio, os astrônomos pensaram que pertencesse à Space X, mas a empresa negou essa afirmação. Além disso, pensaram que a China havia lançado o foguete, mas isso também estava errado. Em um futuro próximo, os especialistas da NASA esperam descobrir a verdade. O problema com o rastreamento desses foguetes e detritos espaciais é que ele é muito caro. As empresas não querem gastar muito dinheiro com essas coisas. Mas em breve isso vai mudar. As pessoas terão que gastar bilhões de dólares para monitorar o lixo espacial ou destruí-lo, já que o espaço está ficando muito lotado.
As empresas espaciais terão que resolver esse problema, pois ele representa um sério perigo para satélites e espaçonaves. Dê uma olhada. Existem milhões de pedaços de satélites e foguetes voando no espaço. Alguns deles são do tamanho de uma bola de basquete; outros são tão pequenos quanto uma gota de chuva. O peso total de todos esses detritos é de cerca de 9 mil toneladas. É quase duas mil toneladas mais pesado que a Torre Eiffel! Ok, todo esse lixo está flutuando lá. E daí? O problema é que ele não é apenas flutuante. Ele está se movendo a uma velocidade de 28 mil km/h. Uma bola de tênis se desfaz em vários pedaços com essa velocidade na superfície do nosso planeta por causa da resistência do ar. Mas não tem ar no espaço. Nada impede que um minúsculo pedaço de metal atinja uma velocidade 20 vezes maior que a velocidade do som.
Uma porção de tinta nessa velocidade pode facilmente danificar o casco de uma nave espacial. Certa vez, várias escotilhas de carga foram substituídas por causa dos danos causados por pedaços de tinta que voavam. Agora imagine o que um pedaço de metal do tamanho de uma bola de basquete pode fazer a uma nave espacial! Pode derrubar a Estação Espacial Internacional! Muitos satélites foram destruídos por detritos espaciais que colidiram com eles. Esses satélites explodiram em milhares de pequenas partes, que também se transformaram em perigosos objetos voadores. Por exemplo, em 1996, um fragmento de um foguete danificado dez anos antes colidiu com um satélite francês. Em 2009, uma espaçonave estragada destruiu outra nave comercial. Como resultado da colisão, cerca de 2.300 fragmentos rastreados apareceram, bem como muitos minúsculos não rastreados.
Hoje, os operadores de satélite recebem avisos sobre possíveis colisões com detritos espaciais. Mas essas mensagens geralmente são imprecisas ou chegam tarde demais. Imagine que um parafuso está voando em grande velocidade em direção ao seu satélite. Dificilmente você terá tempo de desviar. Talvez não atinja seu satélite. Essa incerteza torna esses sensores de aviso inúteis. O problema se torna muito mais sério quando se trata dos tripulantes da EEI. Um traje espacial durável não garante proteção contra detritos voadores. E a própria Estação é grande demais para se salvar de objetos grandes esquivando-se. Para manter os astronautas seguros, os cientistas têm um catálogo listando coisas do tamanho de bolas de softbol ou maiores. Eles monitoram milhares de fragmentos e analisam suas trajetórias, materiais e dimensões. Em seguida, usam o método da “caixa de pizza” para se desviar do lixo.
Esse é um nome não oficial para um quadrado imaginário que é usado para calcular os riscos de uma colisão com detritos espaciais. Imagine uma caixa de pizza gigante. Ela tem 4 km de profundidade, 48 km de largura e 48 km de comprimento. Agora coloque toda a Estação Espacial Internacional nesta caixa. Tá, ok, a sua pode ser de calabresa.
De qualquer forma, se algum objeto espacial estiver indo em direção à borda da caixa, a tripulação começará a desenvolver um plano de ação. O raio da caixa é bastante grande em comparação com a Estação, pois é difícil calcular a trajetória dos detritos. Se houver a chance de algo se aproximar da caixa, isso também pode danificar a Estação. Quando os operadores recebem um sinal sobre a aproximação de detritos, eles o analisam. Dependendo dos dados recebidos, a tripulação passa a agir de determinada forma. Se for algo pequeno e se dirigir para alguma parte da EEI, os astronautas devem sair dessa parte. E depois disso vão fazer os reparos lá.
Se algo grande estiver se aproximando, toda a Estação pode realizar uma manobra evasiva com a ajuda dos motores ou das naves atracadas. Um desses truques requer cerca de cinco horas de trabalho pesado. A Estação é uma nave grande e desajeitada, por isso é importante saber sobre a ameaça com antecedência. De 1999 a 2020, a EEI fez 29 manobras para evitar colisões. Três delas ocorreram em 2020. E haverá mais, já que a quantidade de lixo só aumenta. Se algum objeto for muito grande e rápido e puder danificar componentes críticos, e se for impossível desviar dele, toda a tripulação terá que evacuar. No futuro, a NASA e outras agências espaciais terão que pensar em como destruir esses detritos ou removê-los da órbita. Uma opção é capturar tudo com extensas redes espaciais. Uma agência sugeriu o desenvolvimento de um veleiro solar que se agarra aos detritos e os impulsiona para uma órbita mais baixa. Outra queria usar um cabo eletrodinâmico para diminuir a velocidade dos detritos espaciais com a corrente. Essa manobra fará com que o lixo espacial se mova em direção à superfície da Terra e queime na atmosfera.
Mas e se uma dessas peças ainda atingir o chão? Mesmo agora, muitas partes de satélites caem na Terra. Felizmente, isso não é tão perigoso. A probabilidade de lixo cósmico cair na sua casa é mínima. Além disso, 70% do nosso planeta é coberto por água. Dos 30% restantes, apenas de 3 a 10% são ocupados por pessoas. Quase todos os detritos espaciais caem no oceano ou em partes despovoadas de continentes. Mas digamos que alguma parte de um satélite danifique sua propriedade. Nesse caso, a empresa proprietária desse objeto espacial terá que arcar com os prejuízos.
Esses casos são raros e ocorrem por causa de acidentes em órbita. Mas, às vezes, as empresas abandonam intencionalmente seus satélites. Se uma espaçonave estiver com defeito, eles a desligam e usam o combustível restante para desacelerá-la fora de órbita, deixando-a em um local seguro. Quase todos esses objetos caem na região do cemitério de espaçonaves, que fica localizado no ponto mais remoto da Terra, o Ponto Nemo, no sul do Oceano Pacífico, ao leste da Nova Zelândia. A ilha mais próxima fica a mais de 1.600 km de distância. A distância até a Estação Espacial Internacional é muito menor. É um desafio chegar a este lugar, já que nenhum navio viaja para lá. É por isso que a maioria dos satélites vai parar nessa área. Parece um mar sem fim. O oceano ali absorve ondas explosivas de qualquer proporção, sem consequências. Mesmo que algum navio ou foguete caído cause uma onda gigante, ela se dissipa muito antes de atingir a terra firme.
Peixes e outras criaturas marinhas também não correm risco. O Ponto Nemo é uma das áreas menos habitadas da Terra. As correntes subaquáticas transportam nutrientes por todo o oceano, e pequenas criaturas vivas, como o fitoplâncton e outros organismos, se alimentam delas. Mas essas correntes não chegam ao Ponto Nemo. Outra maneira de fornecer nutrientes no oceano é o vento. Mas quase não há vento lá. Esse lugar não tem comida suficiente para permitir que grandes formas de vida se desenvolvam. Imagine como é solitário e silencioso esse lugar. Às vezes, um foguete estragado quebra esse silêncio, caindo na água em grande velocidade e descendo até o fundo do mar, onde milhares de outros satélites esperam para recebê-lo.