Todas as bandeiras na Lua estão agora completamente brancas, mas por quê?

A primeira viagem com a intenção de aterrissar na Lua feita por mamíferos humanos levou três dias, três horas e 49 minutos. Os astronautas da Apollo 11 precisaram viajar cerca de 390.000 quilômetros para chegar lá! Seu plano era aterrissar em um lugar na Lua chamado Mar da Tranquilidade, pois tinha boa visibilidade e o terreno era bastante liso. Bem, até os últimos momentos do voo, quando apareceram todas as grandes crateras que eles tiveram que evitar. Eles finalmente pousaram com apenas 30 segundos de combustível restantes. Ufa, que sufoco!! Ei, você gostaria de pousar com um avião a jato com apenas 30 segundos de combustível restante? Então, agora você sabe. Mais tarde naquele dia, 20 de julho de 1969, Neil Armstrong pisou no solo lunar, dizendo: “Esse é um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

Os astronautas planejavam dormir antes da primeira caminhada na lua, mas optaram por sair mais cedo do que o previsto. Eles obviamente não conseguiam dormir! Pois é, difícil, não? Desde aquela primeira visita, nosso satélite lunar acumulou uma grande coleção de lembranças da Terra. Vejamos algumas das coisas mais importantes — e estranhas — que os humanos deixaram na Lua.

Vamos falar de pegadas, pra começar. Eu sei, não são tecnicamente objetos, mas as marcas deixadas por Neil Armstrong e Buzz Aldrin mostram que os humanos estiveram lá no caso de outra pessoa — ou algo assim — passar. Como a Lua não tem nenhum vento ou chuva, as pegadas ainda devem estar relativamente intocadas. A NASA se esforça muito para garantir que estas pegadas permaneçam protegidas, assim como o local do pouso inicial da Lua. Foram estabelecidas regras para futuras missões para garantir que não alterariam o local inicial, pois é uma peça importante da história. É como um Parque Nacional ao qual não se pode chegar.

O astronauta Charles Duke quis deixar uma foto de sua família na superfície lunar. Se isso não faz dele o melhor pai de todos os tempos, eu não sei o que faria. Ele levou sua família para a Lua, certo? Na parte de trás da foto, ele escreveu que tinha vindo da Terra. Ele também acrescentou a data em que pousou na Lua, que era 20 de abril de 1972. Há uma boa chance de que sua família não esteja mais visível na foto de hoje. Por causa da exposição à forte radiação solar, as cores da foto provavelmente já desapareceram. Até hoje, Charles Duke continua sendo a pessoa mais jovem a visitar nossa lua. Ele tinha 36 anos de idade na época de sua missão.

Há muitas bandeiras na superfície lunar também. Mas as bandeiras deixadas ali devem ter tido um destino semelhante ao da foto de Duke — elas provavelmente estão agora desbotadas. Durante cada desembarque lunar, uma bandeira foi plantada como uma tradição iniciada pela Apollo 11. Esta tradição continuou com todas as futuras missões Apollo. As bandeiras eram feitas usando postes de metal para hasteá-las, a fim de que pudessem ser vistas na Lua. Mas como não há vento, elas nunca se movem.

No século XVII, o astrônomo Galileu Galilei lançou dois objetos de pesos diferentes da Torre Inclinada de Pisa para mostrar que a velocidade da queda seria a mesma. Em 1971, o astronauta David Scott repetiu a experiência na Lua e provou que a teoria de Galileu estava correta. Ele deixou cair uma pena e um martelo ao mesmo tempo e, como previsto, ambos pousaram na superfície da Lua simultaneamente. Fato curioso: a pena veio do mascote-falcão Baffin da Air Force Academy, com sua permissão, é claro. Estes dois objetos foram deixados na superfície lunar.

E as peças de arte na Lua? Também deixamos algumas lá. A escultura O Astronauta Caído foi feita por um artista belga e deixada para trás pelos astronautas da missão Apollo 15. Era uma pequena estátua solicitada por David Scott, o chefe da missão. Scott disse que a estátua era para homenagear os astronautas e cosmonautas que deram suas vidas para o avanço da exploração espacial.

O astronauta Alan Shepard até jogou golfe na Lua durante sua missão Apollo 14! Ele levou consigo uma cabeça de taco de golfe (sim, ele obteve permissão primeiro), e a anexou a uma ferramenta. Depois ele tentou acertar duas bolas de golfe. É difícil fazer isso com um traje espacial desajeitado. Ele se saiu melhor na segunda tentativa. É seguro dizer que ele não trouxe as bolas de golfe de volta, e elas ainda devem estar lá na Lua.

Há ainda uma mensagem da Rainha Elisabeth II. A monarca preparou uma mensagem que acompanhou Neil e Buzz à Base da Tranquilidade durante a missão Apollo 11. Ela foi escrita em um pequeno disco do tamanho de uma moeda e também apresentava mensagens de mais de 70 outros líderes do mundo todo. Aposto que a impressão era realmente pequena. Sua mensagem dizia que ela estava orgulhosa dos astronautas e de suas realizações e esperava que sua jornada beneficiasse toda a humanidade. O disco foi então colocado onde Armstrong e sua equipe desembarcaram pela primeira vez na Lua. Depois de retornarem, eles encontraram a rainha no Palácio de Buckingham. O encontro também foi memorável. Neil Armstrong quase não conseguia falar com a rainha porque estava resfriado. Outro astronauta, chamado Mike Collins, estava tão nervoso com o protocolo que quase caiu das escadas.

Alguns objetos que existem hoje na Lua não foram deixados lá de propósito. Um dos momentos mais interessantes da missão Apollo 11 foi quando Neil e Buzz estavam se preparando para voltar à Terra. Eles tinham que deixar para trás tudo o que não precisavam para não serem sobrecarregados na decolagem. Também precisavam armazenar todas as amostras de rocha que haviam recolhido da superfície lunar. Isto criou uma “zona de descarte” que os arqueólogos poderiam potencialmente estudar um dia. Resíduos como estes atuam como uma linha do tempo para a história da Terra. Mas também podem nos ajudar a entender o que acontece com objetos que passam muito tempo na superfície da Lua.

A maioria dos astronautas se tornou bastante sentimental ao passear na poeira lunar. E quem poderia culpá-los — eles estavam a milhares de quilômetros de distância de suas famílias. Por isso, em 1972, o astronauta da NASA Eugene Cernan escreveu as iniciais de sua filha, “TDC”, na poeira lunar e fez um discurso antes de partir. Ele disse: “Partimos como viemos e esperamos voltar com paz e esperança para todos”. Infelizmente, isto marcou o fim das missões lunares Apollo. Tecnicamente, as iniciais de sua filha ainda devem estar lá na superfície da Lua, assim como todas as pegadas dos astronautas.

Você acredita que já se passaram mais de 50 anos desde que as pessoas começaram a explorar a Lua? Não se preocupe, porém, pois a NASA vem se preparando para futuras explorações lunares há bastante tempo. Esta nova missão se chama Artemis e visa construir algum tipo de assentamento lá fora. Desta forma, a Lua pode ser estudada em condições seguras por períodos de tempo mais longos. Para começar, a NASA lançou Orion, uma nave espacial não tripulada, para orbitar a Lua e voltar à Terra. Este foi um test drive. Antes de a NASA transportar pessoas para a Lua novamente usando tecnologia mais recente, todas as medidas de segurança precisam ser trabalhadas e confirmadas. Mas um dia em breve, a Orion levará astronautas de volta à Lua. Uma coisa legal sobre esta espaçonave é que ela vem com um sistema de abortar o lançamento, que se destina a manter os astronautas seguros no caso de algo correr mal durante o lançamento. Ela também apresenta um módulo de serviço especial, que é como uma bateria que alimenta e impulsiona a Orion através do espaço. Ela também fornece aos astronautas água, oxigênio e energia, além de controle de temperatura.

Mas a Artemis também procura construir um assentamento humano a longo prazo em nosso satélite natural em algum lugar por volta dos anos 2030. Entretanto, procurar um lugar aconchegante na Lua não é tão fácil quanto se pensa. Felizmente, os especialistas da NASA tiveram uma ideia engenhosa. Eles encontraram alguns tubos de lava na superfície lunar, e eles têm temperaturas bastante estáveis no interior. O principal problema com o primeiro pouso na Lua, em 1969, foram as flutuações extremas de temperatura. Portanto, estas cavernas podem ser a solução perfeita. Não só a temperatura lá dentro é adequada para os humanos, mas elas também poderiam ajudar a proteger os astronautas dos raios cósmicos, radiação solar e meteoritos. É também uma boa notícia que temos estruturas semelhantes aqui na Terra. Antes de voltarmos ao espaço, podemos estudá-las para entender melhor as encontradas na Lua. Aqui na Terra, estes buracos se formam uma vez que o topo de um fluxo de lava se solidifica, e a rocha derretida no interior drena para longe, criando este tubo.