Se vir a borda da chuva, você é um em um milhão
Uma gigantesca e turbulenta nuvem de temporal está se movendo em sua direção. Ela é completamente escura, e contrasta com o céu azul brilhante logo acima e atrás de você, que vê um clarão ofuscante e, em alguns segundos, ouve o estrondo ensurdecedor do trovão. E então a chuva começa a cair. O vento aumenta e dá pra ver as copas das árvores se curvando em direção ao chão a quilômetros de distância, e se aproximando a cada segundo. Você congela no lugar, percebendo que não tem como escapar de qualquer maneira.
Mas quando a chuva está quase o alcançando, ela para de se movimentar de repente. Apenas alguns metros antes, há uma verdadeira enchente, e exatamente onde você está, o tempo está seco e até mesmo ensolarado. Logo depois, aquela nuvem furiosa da tempestade derrama suas últimas gotas e se dispersa. Ver a borda da chuva é uma coisa rara, mas não impossível. Ela tem que ser muito forte para que o vento não desvie as gotas do seu fluxo na vertical. Se for fraca, só será possível ver as bordas de longe: vai parecer uma névoa cinza cintilante que se estende do céu até o chão.
A chuva parou e... Uau, o que são essas nuvens? Elas parecem extremamente assombrosas! Bem, não se preocupe, são chamadas de nuvens mammatus e perfeitamente seguras. Elas tendem a aparecer antes ou depois de uma forte tempestade ou furacão. Normalmente, as nuvens se formam graças ao ar mais quente que sobe, mas essas aparecem em razão do ar mais frio que desce. Ele cria bolsões feitos de gelo e água, que caem em lóbulos distintos. No entanto, elas não duram por muito tempo... Uns 15 minutos no máximo, e então já eram.
O tempo poderia ser mais bizarro, como com chuva de animais! Em 2009, as pessoas em Ishikawa, no Japão, viram um tipo de chuva que ninguém nunca viu antes: girinos! A primeira possibilidade é a de que o vento naquele dia estava tão forte que levantou e carregou todos aqueles girinos em um piscar de olhos. O segundo motivo possível é que pássaros grandes, como gaivotas, simplesmente os largaram enquanto voavam para seus ninhos. Alguns cientistas acreditam que essas criaturas foram içadas do solo por uma tromba d’água e caíram depois com a chuva. Aliás, naquele dia foram encontrados não apenas girinos, mas também sapos e peixes em vez de poças. E sim, podem estar chovendo minhocas também. Algumas pessoas afirmam que já viram até chuvas de cobras, caramba!
Chuvas são normais em Oakville, Washington, mas esta ainda não tem uma explicação consistente. Em vez de gotas de chuva comuns, as pessoas viram bolhas translúcidas parecidas com gelatina caindo do céu! Aqueles que chegaram bem perto disseram que não se sentiram bem no dia seguinte. Há quem acredite que podem ter sido águas-vivas evaporadas, o que resultou em chuva, ou simplesmente resíduos de um avião comercial. Quase a mesma coisa aconteceu em 2012 em Dorset, no Reino Unido. Durante uma tempestade de granizo, foram encontradas bolas de gelatina junto com pedras de granizo. Os pesquisadores coletaram essas bolas pegajosas e as armazenaram em uma geladeira para estudar mais tarde. Acontece que não era necessário, uma vez que eram viscosas e não derretiam à temperatura ambiente.
Ninguém sabe ao certo até agora de onde vieram essas bolas, mas a primeira ideia foi de que eram ovos de algum animal aquático carregado por pássaros até o céu. Testes mais tarde comprovaram que a substância gelatinosa era uma substância química que atua como um bloqueador de água e é usada em muitos produtos comerciais, até mesmo em cabos para protegê-los da água.