Se nosso universo batesse em um outro, o que aconteceria?

Curiosidades
há 1 ano

Este é o nosso planeta natal, a Terra, e seu satélite, a Lua. Afastando a imagem, aqui está o nosso Sistema Solar. Um pouco mais... a Via Láctea. E somos um pequeno ponto entre um número infinito de estrelas. Agora, ainda mais longe: um aglomerado de galáxias. Pontos e redemoinhos no espaço sem fim. Mais adiante, tem o Superaglomerado Laniakea. O pontinho aqui é a nossa galáxia. Seguindo em frente. O Superaglomerado Hidra-Centauro. Enormes aglomerados compreendendo milhares de galáxias não são mais do que uma partícula daqui. Em seguida, o Superaglomerado Pavo-Indus, uma área de 200 milhões de anos-luz de largura. Podemos afastar a imagem até vermos todo o universo observável. Cada pequeno ponto aqui, na verdade, contém milhares de galáxias e quadrilhões de estrelas.

Os cientistas especulam que o nosso universo pode parecer uma bolha, que pode colidir com outro universo. Sim, outros universos poderiam existir. Na verdade, até mesmo um número infinito deles. Todos poderiam ter surgido depois do Big Bang. A colisão entre eles também não é impossível. Pelo menos isso pode ter acontecido antes, e a prova está aqui, na direção da constelação de Eridanus. Este lugar se chama o Supervazio de Eridanus, com cerca de 1 bilhão de anos-luz de largura. Em comparação, a largura de toda a nossa galáxia é de apenas cerca de 100.000 anos-luz.

Não há absolutamente nada neste lugar, e pode ser um vestígio de uma antiga colisão entre o nosso universo e outro. Os cientistas acreditam que estavam passando um pelo outro. Quando a distância entre eles era mínima, as forças gravitacionais das bolhas começaram a puxar uma em direção à outra. Assim como duas gotas de água tentando se conectar quando estão perto. Mas a velocidade dos universos era muito alta para que continuassem interagindo. Então o outro universo acabou rasgando um pedaço da nossa bolha. Podem ter existido cerca de 10.000 galáxias nesse vazio. E todas foram destruídas ou tomadas pelo outro universo. Vamos viajar para a borda do nosso para ver como essa colisão pode ter ocorrido. Estamos a 10 bilhões de anos-luz de nossa casa. Aqui em outra galáxia vemos nebulosas incríveis de diferentes cores e formas. E se você olhar na outra direção...

Há uma parede enorme se movendo para a nossa! Todas essas faíscas brilhantes são enormes galáxias prestes a colidir conosco! Mas, na verdade, é um espelho enorme que só reflete nosso universo. Aqui, o espaço-tempo é distorcido e começa a ser puxado para outro universo a uma velocidade tremenda. As leis usuais da física podem simplesmente parar de funcionar neste momento. A gravidade pode desaparecer. E com isso, todas as estrelas explodiriam e as pessoas na superfície dos planetas ficariam com ausência de peso. Porém, se os universos não fossem uma tangente, mas caíssem diretamente um no outro, as coisas seriam muito mais assustadoras. A enorme quantidade de energia de colisão provavelmente causaria uma explosão incrível. Sua força simplesmente destruiria tudo em nossas bolhas.

Ainda assim, as duas bolhas também podem começar a se fundir. No início, todas as galáxias nas bordas dos universos seriam dilaceradas. Mas então a fusão começaria. As galáxias começariam a se mover caoticamente. E passariam uma pela outra, se separariam, colidiriam e explodiriam. A colisão de duas é um acidente de enormes proporções. E isso pode acontecer com a nossa casa muito em breve — em termos espaciais. A de Andrômeda está vindo na nossa direção. É uma galáxia espiral com cerca de duas vezes o tamanho da nossa. E tem cerca de um trilhão de estrelas lá, o que é duas vezes mais do que na nossa Via Láctea. No centro desta galáxia brilhante esconde-se uma besta enorme, um buraco negro. Seu peso é de 2 e oito zeros a massa do Sol.

Gigantes vermelhas centenas de vezes maiores que o nosso Sol. Pulsares emitindo enormes quantidades de energia, como holofotes. Estrelas intergaláticas e muitos buracos negros grandes e pequenos. Essa mistura de objetos perigosos está se movendo em nossa direção a 110 km por segundo. Uma viagem de Nova York a Los Angeles a essa velocidade levaria apenas meio minuto. O disco de Andrômeda já pode ser visto sem ajuda em noites sem lua. Com o passar do tempo, ficará ainda maior. À medida que Andrômeda se aproxima de nós, sua força gravitacional começará a esticar os braços de nossa galáxia espiral. Vai começar a desenrolá-los. As estrelas e planetas perderão suas órbitas. Um cenário possível é que um asteroide desconhecido, ou mesmo um planeta anão da galáxia de Andrômeda, colidirá com a Terra a uma velocidade incrível. Nosso planeta explodirá como um balão nesse impacto. Nossa.

Outra opção envolve colisões estelares. Nosso Sol se chocaria com outra estrela. A maior começará lentamente a consumir a menor. Primeiro, roubará as camadas superiores leves dela, depois a engolirá como um espaguete. Ou até mesmo como rigatoni. Quando uma estrela grande atinge seu peso crítico, explode. O que destrói tudo ao seu redor, incluindo o nosso Sistema Solar. Talvez a onda de choque chegue a outras estrelas vizinhas. Outro cenário é que o nosso Sistema Solar será jogado no espaço escuro. Imagine uma bola de tênis amarrada a uma corda. Você pega a corda e gira a bola sobre a cabeça como um estilingue. Então solta. Isso é o que acontecerá com o Sol e todos os planetas ao seu redor. Nos encontraremos no espaço escuro e frio. Mas a vida na Terra não será afetada. Ainda teremos nossa estrela brilhante para nos manter aquecidos. A única desvantagem é que todas as estrelas do nosso céu noturno desaparecerão.

E o mais provável é que a fusão de duas galáxias gigantes não tenha nenhum efeito sobre nós. A questão é que a distância entre estrelas e planetas no espaço é enorme. Assim, todos eles podem simplesmente se misturar e formar uma nuvem gigante. Seria como uma quantidade de areia fina passando por uma peneira grande. Os objetos não interagem entre si. Mas a coisa mais interessante acontecerá com os buracos negros nos centros de nossas galáxias. Nesse momento, há um aglomerado denso de poeira estelar e estrelas ao redor deles. À medida que Andrômeda e a Via Láctea se aproximam, começarão a dançar uma com a outra. Será a lambada ou forró? E quando os buracos negros se aproximarem, começarão a engolir toda a matéria um ao redor do outro. Bilhões de toneladas de poeira estelar colorida, asteroides e partículas estelares voarão em direção ao centro de qualquer buraco negro.

Pode parecer que esse processo acontece muito lentamente, mas é uma ilusão. Objetos superpesados, como buracos negros, deformam a grade espaço-temporal. Então o tempo é muito mais lento perto de buracos negros. E todos os objetos que aparentemente permanecem no horizonte de eventos por semanas ou até meses já se foram há muito tempo. Quando os buracos negros finalmente se juntam, se fundem em um super gigante. Mas sua massa é um pouco menor do que a combinada dos dois monstros escuros. Parte do seu peso é transformado em energia de colisão, que por sua vez é liberada tão fortemente que suas ondas podem ser sentidas em outras galáxias. Agora, um enorme buraco negro reúne todo esse núcleo denso e quente das duas galáxias ao seu redor. Em algum momento, ele fica cheio e lança poderosos jatos de energia para o espaço.

Isso é chamado de núcleo galáctico ativo. É um dos fenômenos mais brilhantes do universo e a fonte mais poderosa de radiação eletromagnética já conhecida. Esses jatos podem ter mais de 5.000 anos-luz de comprimento. Em comparação, a distância da Terra até a estrela que fica mais perto, Proxima Centauri, é de apenas 4,2 anos-luz. E a explosão que acompanha os jatos tem o poder de 100 explosões de supernovas. Uau, incrível. A onda de explosão desse evento pode até atingir as bordas de uma nova galáxia. E seria visível a milhões de anos-luz de distância.

Agora há nuvens densas de poeira multicolorida no centro das galáxias fundidas. O peso delas é tão grande que elas começam a encolher e assumir uma forma redonda. Gradualmente, se tornam tão pesadas que comprimem o núcleo e as reações nucleares têm início dentro delas. A temperatura passa a subir e logo... Buum! Tem uma supernova. É um verdadeiro show de fogos de artifício no centro das galáxias. Estrelas irrompem da névoa e formam mundos novos e quentes.

Nesse ponto, os braços das duas galáxias que antes foram puxadas para fora retornam lentamente à sua forma anterior. O centro super pesado da nossa tem uma força gravitacional tamanha que afeta estrelas e nebulosas a centenas de milhares de anos-luz de distância. Os braços dela se torcem novamente e vemos a galáxia nova e finalizada: Lactômeda ou Viameda. Ei, e que tal Andro-via-meda-láctea? Blá-blá-blá. Bem, isso é difícil de dizer.

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