Quem são os pirahãs e por que são considerados um dos povos mais felizes do mundo

Psicologia
há 4 anos

No meio da floresta amazônica vive o povo Pirahã, que sobressai das sociedades modernas por inúmeros fatores. Os pirahãs não têm o conceito de passado e futuro; acreditam que dormir por muito tempo é prejudicial; não compreendem o que é estresse. O ex-missionário, Daniel Everett, viveu nessa tribo por um bom tempo, aprendeu a língua e os costumes locais e chegou à conclusão de que eles podem ser um dos povos mais felizes do mundo.

A equipe do Incrível.club, com a permissão do fotógrafo e viajante Alexander Fedorov, decidiu publicar imagens raras de como é a vida desse povo indígena. Vamos, também, compartilhar alguns dos fatos mais chocantes sobre essa tribo, que enxerga o mundo de uma forma bastante única e especial. Confira!

  • A essência de vida desses indígenas é explicada de uma maneira bem simples: “Viva o aqui e o agora”. No idioma pirahã não tem passado nem futuro. De acordo com o próprio povo, o mais importante é viver e se preocupar apenas com o presente.
  • Os pirahãs acreditam que dormir é prejudicial, e se assustam ao pensar que alguém poderia dormir por 8 horas. Eles pensam que se alguém dormir por tanto tempo, poderá acordar como uma pessoa totalmente diferente. Há uma opinião de que esse pensamento se deve ao fato de que o local onde eles habitam está cheio de cobras. Por isso, dormem em frações de 30 minutos por não mais de duas horas em uma noite.
  • Fazem distinção apenas de cores claras e escuras. Podem confundir o vermelho com o amarelo, assim como o verde com o azul. Além disso, não têm palavras para as cores. Descrevem-nas se baseando nas colorações do meio em que vivem, como, por exemplo, “este objeto tem a cor do céu” ou “isto tem a cor das plantas”.

  • A população local é de apenas 800 habitantes.
  • Muitos representantes de tribos indígenas detêm certo nível de honra e respeito com a própria cultura. Mas os pirahãs são diferentes. A princípio, não concebem os sentimentos de raiva ou decepção. “Se Háiohá deixou cair o peixe na água, isso é ruim. Se não há peixe, não há comida. Mas por que culpar a Háiohá?”, pensariam eles.

  • As noções de “século”, “tempo” e “história” também não detêm qualquer significado. A maioria deles não tem recordações das avós ou dos avôs. Quando perguntados como era a vida dos seus antepassados, respondem calmamente: “A mesma coisa”.
  • As mães não contam aos seus filhos histórias para dormir. Além disso, não lembram de nenhum conto: a memória coletiva é desenvolvida a partir da experiência própria do representante mais velho da tribo naquele momento.

  • Os pirahãs não reconhecem, também, os sentimentos de culpa e vergonha. Um homem pode largar sua mulher em um belo dia, e ela não ficará brava, apenas dirá algo do tipo: “Aconteceu porque aconteceu e pronto. Agora preciso achar um novo homem”.

  • Na língua dos pirahãs não há palavras para denotar esquerda ou direita, e eles não entendem por que isso seria necessário para outras pessoas.
  • A numeração no idioma é limitada. Podem diferenciar quantidades apenas usando palavras como “pouco”, “um pouco mais” e “muito”. Como não há números, eles não podem contar da forma como estamos acostumados. Por isso, por exemplo, as mães não sabem dizer exatamente quantos filhos têm, mas sabem os nomes de cada um deles.

  • Os pirahãs não estão interessados nas conquistas da civilização moderna. Além do mais, não compreendem o modo de vida nas grandes cidades. “Como podem comer e dormir tanto?”, é o que diriam sobre o assunto. No entanto, eles começaram a usar roupas, louças de alumínio, linhas, fósforos e alguns equipamentos de pesca.

  • Essa cultura não tem religião e não acredita em nenhum Deus. Embora isso seja comum em muitas tribos indígenas, os pirahãs não são guiados por tais ideais.

  • De anos em anos, os habitantes locais escolhem um novo nome para si, que deve corresponder ao período de vida pelo qual estão passando.
  • Por terem uma percepção de tempo peculiar, esse povo não vê necessidade de estocar alimentos. No mais, os pirahãs não veem a comida como algo muito significativo. Se não encontrarem alimento, podem deixar para comer no dia seguinte.

  • Todos os pirahãs são considerados iguais, pois não há hierarquia social. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais pesquisadores notaram a incrível vitalidade dessas pessoas. Na tribo, não há inveja, ódio, roubo, conspirações ou intrigas.
  • Eles não dizem “obrigado”, “desculpa” nem “por favor”. Em outras palavras, não possuem formas de expressar cortesia. Os pirahãs não consideram isso uma necessidade, já que todos eles são muito calorosos e amigáveis uns com os outros.

  • Daniel Everett, hoje linguista, visitou a tribo Pirahã com o objetivo inicial de convertê-los para a sua religião. Viveu por um bom tempo com sua família junto dos indígenas e aprendeu muitas lições de vida com esse povo, que “está sempre sorrindo” e não acredita nos pecados humanos. Após certo tempo, Everett se tornou ateu e mudou sua visão de mundo. Esses índios não compreendem como se pode crer em alguém que ninguém nunca viu e deixar essa pessoa influenciar tanto na sua vida.
  • Outra característica interessante é que eles não sofrem de distúrbios psicológicos ou depressão. De acordo com Everett, os pirahãs mantêm um nível surpreendente de satisfação com a vida, considerando, também, que não fazem uso de substâncias ilegais ou antidepressivos.

  • Pelos motivos acima mencionados, e muitos outros, essa tribo é considerada um dos povos mais felizes do mundo. De acordo com alguns estudiosos, enquanto algumas pessoas perdem tempo pensando no passado ou se preocupando com o futuro, os pirahãs vivem no presente, mantendo sempre um sorriso no rosto.

Você acha que povos de tribos indígenas são, de acordo com noções modernas, “atrasados no tempo” ou pensa que os princípios de vida deles têm algo a nos ensinar? Comente!

Comentários

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"Quanto menos sei, mais feliz sou"
Pirahãs são felizes porque vivem à deriva, existencialmente falando.
Estão muito próximos dos homens primitivos, não interessa a eles o que é direita ou esquerda pois fisicamente, localizam-se de modo distinto e, politicamente falando, sequer devem saber o que é uma caneta no papel ou o botão de uma urna.
Jultam-se felizes por que não conhecem as mesmas preocupações de sociedades mais desenvolvidas.
A filosofia de vida e a suposta felicidade dos pirahãs não deve, nem pode servir de exemplo para o cidadão trabalhador do campo e da cidade que leva a vida labutando para botar comida na mesa, sustentar a família, pagar as contas em dia e ainda lidar com os efeitos colaterais e amargos do presidente que elege a cada quatro anos. Direita/esquerda, nesse aspecto, na nossa sociedade brasileira, é um conceito primordial de se saber pois a esquerda de hoje, é a direita de amanã, e as atrocidades que um Governo não comete, o outro comete.
Coitados dos pirahãs... Não sabem o país em que vivem.

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A irracionalidade tomou conta de vez da militancia ateista, desrespeitam todo o limite ético envolvido em pesquisas, processos e metodos acadêmicos para validarem qualquer retórica absurda e heterodoxa que satisfaçam suas ideologias e visões de mundo. O desconstrutivismo sócio-histórico-cultural faz com que a razoabilidade, o aperfeiçoamento intelectual, o realismo, a objetividade e a mentalidade elocubrativa esclarecedora seja vistas como inimigo do raciocinio. Alguém já parou para pensar que não há como se estipular uma relação direta, proporcional e lógica entre a perda das capacidades fisicas que nos fizeram separar dos macacos e a enorme diferença cognitiva entre ambos, impossível traçar qualquer parâmetro histórico-biológico coerente. Conforme Chomsky afirmou, ninguém sério e comprometido, não analisou a teoria de Averett e nem o fará por simplesmente ir contra toda uma teoria consolidada, ortodoxa e balizadora de todo o conhecimento acadêmico, e muito menos por não ter disponível todos os dados brutos referentes a pesquisa de Averett, que se nega a disponibiliza-los, corroborando desta forma que tudo não passa de uma lorota.

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Bem interessante a cultura deles. O fato de focarem apenas no presente parece ser o elemento fundamental da cultura deles e parece que isso denota um traço cultural muito forte, embora a tribo seja relativamente pequena. Esse elemento é provavelmente o que limita a visão de mundo deles em relação a natureza e ao cosmos, mas obviamente não os impede de viver (ou sobreviver). Um detalhe que não foi mencionado é que eles acreditam em espíritos, com base em relatos do que eles já viram e ouviram de seus pares, portanto eles tem uma percepção de uma realidade além da qual experimentam, mas como o elemento do "foco no presente" é o que conduz a cultura deles, não houve qualquer desenvolvimento de sistema de crenças maior. Basicamente, esse elemento cultural é o que simplifica a vida deles de forma extrema. Acredito que essa cultura estabelece um estilo de vida simplesmente baseado na sobrevivência e na comunidade familiar, sem preocupações relacionadas às grandes questões da humanidade ou ao conhecimento dos fenômenos naturais (ou não naturais). Realmente, a não "preocupação" com passado ou futuro, nesse caso, se mostra uma forte característica sócio - cultural, demonstrando o quão alheio a tudo, inclusive ao alcance potencial de seus próprios pensamentos, o ser humano é capaz de viver. Bem intrigante.

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