Chamo isso egoísmo do bem. Não é pensar só em si mesma, mas pensar em si mesma sem sentir culpa.É um treinamento que não acaba nunca.
“Poupo dinheiro comigo mesma” (uma história com a qual todas as mulheres casadas se identificarão)
Muitas mulheres casadas colocam os interesses de sua família acima dos seus. Devido ao acúmulo de atividades diárias, elas muitas vezes desistem de seus sonhos, ou até mesmo das coisas rotineiras, como 8 horas de sono ou uma ida ao esteticista. O texto da blogueira Lelya Tarasevich retrata esta realidade que ela quer mudar para deixar entrar algum egoísmo em sua vida.
Nós do Incrível.club notamos que esse texto causou uma enorme polêmica nas redes sociais e, com a permissão da autora, vamos compartilhar sua história com os nossos leitores.
Entre uma caminhada com meu filho e uma visita ao médico, escolherei a caminhada. Eu vou comprar os tênis novos para a criança, mesmo tendo minhas últimas sapatilhas desgastadas. Vou telefonar para minha avó e ouvir pacientemente todas as suas reclamações sobre sua saúde, mesmo tendo dores de cabeça horríveis.
Eu irei a pé em vez de ir de taxi quando chove.
Eu consigo trazer todas as sacolas de supermercado, móveis da IKEA, legumes do mercado e uma mochila de uma vez sozinha. Apesar de os médicos terem me proibido de levantar qualquer coisa que seja mais pesada que uma garrafa de água.
Sempre fui assim. Não sei se é um traço de meu caráter ou um mau hábito. Não é um sacrifício, apenas uma eterna confiança de que eu farei essas coisas um dia de qualquer maneira. No fim das contas, existem metas mais importantes do que novas sapatilhas.
E eu deixaria isso de lado, se não fosse por uma circunstância: uma vez a cada seis meses ou um ano (ou mais frequentemente), reviro os olhos e faço um escândalo. Pois onde estão os meus desejos, caprichos e uma saia nova? Por que os outros têm tudo e eu deixo tudo de lado? Dinheiro, tempo, energia, a mim mesma...
Deixo-me de lado na prateleira mais distante do armário, esquecendo-me de limpar o pó. Eu todos os dias espirro por causa desse pó mas não fujo. Não é muito prático, mas consegue-se viver assim. E para mim serve.
Eu posso ficar chateada com alguém (dei tudo para essa pessoa e agora não tenho nada). Eu posso decidir viver uma nova vida a partir de segunda-feira ou fazer compras por 5 horas... e comprar apenas umas meias, porque este mês ainda tenho que pagar o empréstimo, as contas da casa e o seguro do carro. A histeria será sempre uma histeria, mas a janela do meu orçamento não está fechada, está minimizada, sempre no mesmo canto piscando e pedindo que seja aberta.
Resumindo, não consigo me amar. E todo o mundo diz que é necessário. Obrigatório. Só que esquecem-se de contar como. Esquecem-se e em algum lugar, longe de mim, amam a si próprios, porque eles conseguem, ao contrário dos outros.
Li em algum lugar como os dinossauros como eu podem começar a se amar, aqueles que nunca tentaram e tinham medo de ficar viciados nessa droga chamada egoísmo.
A receita é muito simples: fazer por si o mesmo que faz pelas pessoas que ama. Prepare para si uma refeição deliciosa, vista-se com lingerie bonita, durma e não acorde antes da hora de almoço nos fins de semana.
Adorei essa explicação. Pelo menos ficou claro como podemos nos amar de forma correta e em que situações isso já se torna indecente.
Estou treinando e adorando o processo. Eu já consegui calar com citações de livros inteligentes aquela voz dentro de mim que me chama de egoísta e me diz que não tenho vergonha na cara. Estou adorando que já não sinto culpa quando vou ao esteticista. E até estou me elogiando por isso. Estou no caminho certo.
Ontem tomei um longo banho relaxante com sais minerais, vendo a minha série favorita. O tempo é meu, e eu quero ver séries em vez de preparar o jantar para amanhã. Tenho esse direito.
Tirei o pacote de sais minerais e vi que estava quase vazio.
— Amanhã o meu filho vai tomar banho de imersão e vai quer pôr sal mas já não terá mais. E eu sei que ele vai querer tomar banho com sal. Ele adora ver como os cristais coloridos se dissolvem, pegando neles com os dedos, olhando para eles, cheirando, tocando, rolando. E eu...eu posso tomar banho sem sal, para mim serve de qualquer maneira.
— Pare, Lelya! Não serve, não! — e coloco o pacote inteiro na banheira enquanto estou com coragem. Hoje é tudo meu, tudo é para mim.
Passei uma hora na banheira me sentindo culpada e tentando relaxar ao mesmo tempo. “Aproveite!”- dizia eu para mim mesma. Esqueci de ligar a série. Saí do banho quando já passava da meia noite e fui preparar o jantar para amanhã.
Enfim, não é fácil amar a si própria. Ainda por cima quando você não está habituada a isso.
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