Usuários da Internet contam o que arruinou o relacionamento com suas famílias (confissões de apertar o coração)

Psicologia
há 5 anos

Quem pode ser mais próximo de você do que a sua própria família — seus filhos, pais e irmãos? Sim, família é tudo. Ocorre que, infelizmente, muitas vezes as relações entre pais e filhos, irmãos e até entre netos e avós podem se deteriorar rapidamente. E os motivos para isso são diversos.

Usuários dos sites RedditPikabu tentaram encontrar uma resposta para uma pergunta comovente: por que os pais e os filhos se tornam desconhecidos um para outro, se afastam ou deixam de se amar? A equipe do Incrível.club foi capaz de ouvir o grito da alma do autor de cada comentário.

Esta é a história da minha bisavó. Ela era uma jovem negra e seu idioma nativo era o crioulo. Nasceu na Flórida, mas quando a situação a respeito dos negros começou a piorar por lá, a família dela se mudou para o Texas. Os pais tinham grandes esperanças de que se casaria com um homem rico e de pele clara, que cuidaria dela.

Mas ela conheceu o meu bisavô, um homem negro e pobre. Os pais dela ameaçaram renegá-la se continuasse a namorar o menino. Depois, ela engravidou e os pais a abandonaram, atitude que foi seguida pelo resto da família. Então o casal mudou-se para a Califórnia, os dois melhoraram de vida e tiveram uma filha. Mas a minha bisavó nunca mais encontrou a família. © zuzumotai

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Minha ex-esposa renegou o nosso filho. Nos casamos cedo, ela engravidou seis meses depois. E parece que ela nunca teve uma ligação com ele. O melhor que ela fez foi postar fotos deles juntos no Instagram, se exibindo como a melhor mãe. Quando decidimos nos divorciar e discutir a custódia, ela disse: “Não quero ter nenhuma responsabilidade”. Essa frase me magoou mais do que qualquer outra coisa que já tivesse me acontecido antes. Meu pai biológico não queria ter nada a ver comigo e vi isso acontecendo com o meu próprio filho e a mãe dele. Ganhei a guarda do menino e a minha ex se casou um ano depois. Os pais dela continuam fora da vida do meu filho e ela continua abrindo mão de encontros. Ele tem 7 anos agora e está acostumado com essa situação, mas sei que ela tem influência no desenvolvimento dele. É uma droga. Mas é a vida. © Yardbird753

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Durante a infância, ela roubava os nossos pertences, depois começou a falsificar comprovantes e até roubava os presentes de Natal de suas irmãs. Depois, passou por prisões por roubos, assaltos e tráfico de drogas. A gota d’água foi deixar o filho e sair da cidade para ficar com um homem casado, por alguns anos. O filho dela tem agora 11 anos. Todas as suas palavras são uma mentira sem fim. Quem é ela? É a minha enteada. A conheci com 8 anos, mas continuo amando-a. © sonoran22

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Sou o terceiro filho da nossa família. A minha irmã é 2 anos mais velha que eu e o meu irmão é 7 anos mais novo. Durante toda a vida me senti um desconhecido para os meus pais. Eles se relacionavam com os filhos de um jeito muito estranho: superproteção para com os meus irmãos e total desrespeito por mim. Não me lembro de algum momento em que meus pais tenham me abraçado, beijado, ou perguntado como estava. Eu passava despercebido por eles. E hoje, por acaso, os ouvi falando com os nossos vizinhos sobre como educar crianças e sobre a importância do carinho e do cuidado na formação da personalidade delas. © DimaValerich

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Esta é a história do meu marido. Ele era o terceiro filho na família e todo o amor era dado ao filho do meio; todas as preocupações e conversas que haviam eram só sobre ele. Pelo que entendi, a mãe do meu marido teve uma gravidez e um parto difíceis e ele ficava doente com muita frequência quando era criança. Toda essa preocupação influenciou o resto da sua vida, tornando-o um fracasso. Como consolo, resta saber que a nossa família o ama e os amigos o respeitam. O resto não importa. É uma pena, é claro, mas poderia ser pior. © Sonatik

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Não diria que reneguei o meu filho ou deixei de amá-lo, mas sinto que aquele amor constante está ficando cada vez mais difícil. Ele tem quase 14 anos e está internado em um hospital. Nos últimos dois anos, foi preso várias vezes, agrediu a minha esposa, as nossas filhas e os filhos dos nossos vizinhos. Fugia da escola e de casa, ia ao telhado e ameaçava pular. Nos tornamos uma daquelas famílias que recebem visitas da polícia regularmente.

Ele tem se tornado mais cruel ainda à medida que fica mais velho e fisicamente mais forte e honestamente, não encontro uma saída para essa situação. Meu filho foi diagnosticado com autismo altamente funcional e bipolaridade. Ou seja, tentamos nos afastar de um furacão, esperando que não vá prejudicar a nossa vida. Na maioria das situações, ele não sabe como se controlar. Minha esposa e eu queremos uma vida melhor para ele, mas sempre estamos preocupados com as vidas das nossas filhas. Já não consigo aguentar tudo isso. © Veritech_

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No segundo ano do ensino fundamental eu já ia sozinha ao dentista e sempre lidava com qualquer questão burocrática por conta própria. Depois da formatura, me mudei para outra cidade e entrei na universidade sem ajuda da minha família. Meus pais ainda não sabem qual curso faço e nem onde estudo. Vale a pena destacar que eles tinham ajudado o meu irmão mais velho e também a minha irmã mais nova com os estudos, sempre procuraram por todas as informações necessárias, encontraram um apartamento para alugar e resolveram todos os problemas que surgissem. Sempre me senti um pouco eremita. © juliya.shy

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Meus pais deixaram de falar comigo quando me casei com uma menina que eu mesmo escolhi. Somos da Índia, onde o casamento deve ser discutido com a sua família. Somente um ano depois do nascimento do meu filho, minha mãe começou a falar comigo e com o neto. Meu pai costuma falar só com o meu filho. Mas ninguém fala com a minha esposa. © wolfchaits

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A minha sobrinha passou a morar comigo. Ela não tinha pai, a mãe dela a deixou com a avó e quando a minha avó ficou doente, não tive outra saída. Eu cuidava dela o máximo que podia, mas de certa forma, era tarde demais. Ela era uma adolescente rebelde, mentirosa e viciada em drogas. Os psicólogos e os medicamentos não ajudaram; acho que até pioraram a situação porque os nossos relacionamentos ficaram cada vez mais complicados, tanto que eu não podia confiar nela. Ela me mentia sobre tudo. Até conseguiu se formar na escola, mas desapareceu justamente antes de entrar na faculdade. Foi difícil encontrá-la, mas consegui e pouco tempo depois, pedi para que ela saísse de casa: a minha paciência acabou.

Ela se mudou no mesmo dia. Depois disso, chegou ao fundo do poço, mas mesmo assim espero que ela consiga mudar. De vez em quando lhe dou dinheiro, pago algumas das suas contas. Eu a amo? Sim, sem dúvida. Mas a reneguei? Também sim. Agora ela é legalmente adulta e pode tomar as suas próprias decisões ruins. Não posso fazer mais nada por ela. © ioptah

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Meus pais são membros das Testemunhas de Jeová. Abandonaram meus irmãos quando eu era adolescente, de acordo com as regras de sua vertente da religião. Elas dizem que se as pessoas próximas a você conhecem “a verdade”, mas se recusam a segui-la, você deve abandoná-las. E eu fui renegada quando tinha 19 anos. Fiquei chocada e me senti derrotada. Em seguida, eles mudaram de ideia, mas alguns anos depois me abandonaram de novo. Por fim, parei de cuidar deles e de fazer parte de suas vidas. © Mizzscarlett2pt0

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Meu pai queria ter no máximo um filho. E acabei nascendo. Fui sozinha para o meu primeiro dia de aula na escola. A minha mãe é professora e teria de trabalhar nesse dia. Foi um dos dias mais importantes da vida, mas quem liga? E a formatura... Nem vou comentar, é muito triste. Nunca ouvi os meus pais me chamarem de filha. Até a minha mãe me chamava pelo nome... O que era muito raro também. E por que é que não gosto deles? © kira59

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Meus pais me abandonaram, mas foi merecido. Eu era mulherengo e fui viciado em drogas durante muito tempo. A paciência da minha mãe para resolver os meus problemas e me ver autodestruindo chegou ao fim. Passei a morar fora de casa; por isso ela me encontrou e disse que não queria ter mais nada a ver comigo e me pediu para deixá-la em paz. Se sentia esgotada, imagino como aguentar tudo isso era difícil para ela.

Mas essa foi a melhor coisa que fez por mim. Depois de passar um tempo como desabrigado e viciado, resolvi ir para uma clínica de desintoxicação. Já se passaram 15 anos desde que consegui superar a situação. Depois que melhorei de vida, liguei para a minha mãe, e pouco a pouco, voltamos a fazer as pazes e agora estamos muito próximos. Sempre serei grato a ela por me deixar chegar no fundo do poço e permitir entrar na sua vida novamente. © pickmeacoolname

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Meus irmãos e eu paramos de falar com o nosso irmão mais velho, porque alguns anos antes, ele costumava abusar de dois meninos, já sendo adulto. Ele não se arrependeu e distorceu toda a história como se a culpa fosse dos rapazes. Foi nojento perceber que uma das pessoas que você mais amava se comportava de forma tão maldosa com outros, demonstrando todo o seu desrespeito. A boa notícia é que meus outros irmãos e eu ficamos mais próximos e agora podemos admirar tudo de bom que cada um de nós tem. © HeidiU521

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Podemos contar aqui sobre crianças adotadas também? Adotamos um menino muito lindo, ele tinha 3 anos. Mesmo que tenhamos notado alguns transtornos mentais nele, pensávamos que eram consequências da sua infância sofrida. Mas tudo piorou rapidamente. Quando ele tinha 7 anos, bateu no nosso cachorro com um taco de golfe. Passamos a afastá-lo do nosso cachorro e do gato. Uma vez, o gato desapareceu e pensamos que tinha fugido. Só que vários anos depois, descobrimos que o nosso filho tinha matado o pobrezinho e jogado o corpo na floresta.

A gota d’água foi ele ter incendiado a nossa casa. Internamos o nosso filho em uma clínica de reabilitação, onde ele passou dois anos. Durante todo o tempo, ele fazia mal ao seu colega de quarto, se tornando mais e mais cruel. Mais tarde, a empresa de seguros parou de cobrir os custos da sua estadia no hospital e precisávamos escolher: pagar a clínica por conta própria ou levar o nosso filho para casa. Mas em casa, deixar o garoto perto dos nossos filhos mais novos era perigoso. Acabamos deixando-o no hospital, os médicos concordaram. Chegamos até a registrar queixa por abuso da nossa família. Não o amo. Desejo a ele tudo de bom, mas sem nenhum sentimento. © Steph83

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Quando tinha 28, perguntei ao meu pai biológico por que ele nunca quis me encontrar depois do divórcio com a minha mãe. Ele disse que não tinha pensado em discutir a custódia porque isso o teria obrigado a pagar a pensão. O medo da pensão fez ele parar de falar com uma criança de 9 anos. Ultimamente, ele tem feito o mesmo com as minhas duas meias-irmãs mais novas. © ParrotParent

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Minha avó tinha três filhos: duas meninas e um menino. Mas para ela, só existia uma menina, a minha tia. A minha mãe cresceu perto do seu irmão mais velho: ele cuidava dela, ajudava com os estudos e com tudo que ela precisasse. Mas quando a minha avó estava à beira da morte, só a minha mãe, a filha não amada, ficou cuidando dela. O meu tio já tinha morrido e nunca o vi, enquanto a minha tia morava na mesma rua e vinha nos visitar só para pedir dinheiro ou algumas coisas emprestadas. A minha mãe continua chateada, por isso lhe digo frequentemente que a amo. © Kiara

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Este Natal é o décimo que vou comemorar sem o meu pai, que desligou todos os celulares e se mudou sem me dizer nem por que e nem aonde iria. Ele cortou qualquer conversa com os seus dois filhos logo após o divórcio e deixou tudo pra trás. Às vezes me pergunto se ele pensa em nós. © ghettoverit

Histórias comoventes como essas cortaram os nossos corações e nos deixaram com vontade de ligar aos nossos pais e dar um grande abraço em nossos filhos. Todas as famílias têm seus altos e baixos, mas esperamos que eles sejam breves e insignificantes e que todos, pais e filhos, sintam o amor constante que vem das suas famílias.

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