Os humanos podem se tornar venenosos algum dia — literalmente!
Ora, ora — você vai comer um sanduíche delicioso quando, ao morder, sente um gosto amargo e apimentado. Você dá uma olhada no sanduba, e não vê nada diferente. Mas ao longo do dia, quando vai tomar água ou fazer um lanchinho, sente que tem alguma coisa errada em sua língua. O médico dá uma olhada, e vê uma glândula em sua boca que está excretando uma substância esquisita. E após esperar pacientemente pelos resultados dos exames, você descobre que está produzindo veneno como se fosse uma cascavel. Com os olhos arregalados de susto, você sai correndo da clínica
A verdade é que os cientistas afirmam que é possível que os humanos produzam veneno. (Ei, se você estiver acompanhando as redes sociais ultimamente, pode constatar que isso já está acontecendo... ha ha ha)
Na verdade, há mamíferos por aí que são parte do clube dos venenosos, como o ornitorrinco, o loris lento, e os morcegos-vampiros. O ornitorrinco possui veneno em esporões, nas patas traseiras, o que pode ser bastante doloroso para humanos e exige um cuidado intenso para eliminá-lo do corpo. Apesar de serem fofinhos, é melhor manter distância desse bichinho. O lóris lento é o único primata que é venenoso, e também leva o prêmio de mais fofinho. Ele possui glândulas de veneno nas axilas, e as lambe antes de morder seu inimigo. Ele também está em extinção, e não deve ser criado como animais de estimação, é claro.
Muitos sabem que os morcegos-vampiros gostam do sabor de sangue, porém debaixo de seus dentinhos afiados e aparência assustadora, eles possuem veneno. Ele não é tão doloroso quanto o dos ornitorrincos ou dos lorises lentos, no entanto age como uma substância que faz o sangue continuar fluindo, enquanto se alimenta de sua presa. Mas relaxa, esses bichinhos não costumam morder humanos. Só que isso não garante que estamos 100% seguros. Enquanto as cobras desenvolveram seu veneno para caçar presas, os mamíferos venenosos usam os deles como defesa. Já os humanos desenvolveram ferramentas e abrigos reforçados pra se proteger de qualquer ameaça. É por isso que a evolução não nos deu presas para morder, nem um casco para protegermos nossa pele.
O veneno varia de espécie para espécie. O de uma cobra do deserto possui o efeito de deixar a presa lenta, já que ela tem o deserto inteiro para rastreá-la. Mas as serpentes que vivem em montanhas rochosas ou terrenos mais difíceis possuem um veneno potente o suficiente para derrubar a vítima instantaneamente.
Existe um estudo que mostra que as glândulas salivares, encontradas em quase todas as criaturas, inclusive em humanos, podem determinar se poderemos, algum dia, produzir veneno. E a saliva é o que conecta os pontos.
Você está correndo feito um louco pela rua, tentando entender tudo. O suor escorre por sua testa, e sua saliva está ficando cada vez mais grossa dentro da boca. Você sente o gosto amargo da substância dentro da boca, e desta vez não tem como colocar a culpa na comida. Você para na lojinha mais próxima e compra água para acabar com esse gosto horrível. Mas não adianta.
Após se acalmar, você volta para a clínica e eles tentam explicar o que aconteceu. Os sistemas de veneno evoluíram muitas vezes ao longo da história. Cientistas estudaram um grupo de milhares de genes que podem ser encontrados em animais com glândulas de veneno. E aprenderam que eles podem se desenvolver em outros animais também. Para se ter uma ideia, é possível encontrar toxinas parecidas em centípedes e cobras. Mas o próprio veneno pode ter um efeito diferente. Tudo depende do que as glândulas excretam: tipos especiais de proteína. Então, se tiver essa proteína, qualquer criatura com uma glândula salivar consegue produzir veneno.
E, pelo visto, você é o primeiro humano da Terra que possui glândulas venenosas, o que significa que não pode fazer nada publicamente que envolva saliva. Você se desespera de novo, e corre para o lugar onde jogou a garrafa d’água fora.
Após revirar o lixo desesperadamente, você finalmente a encontra e suspira, aliviado. As pessoas ao seu redor estão olhando e tirando fotos. Você liga para sua família e conta a notícia para eles, mas eles riem, achando que se trata de uma pegadinha. O médico da clínica liga e sugere que você volte lá para que investiguem melhor o seu caso, e você topa.
As rãs arborícolas parecem ser criaturas tranquilas, mas algumas espécies são venenosas. Quanto mais coloridas elas forem, mas longe delas você deve ficar. Os animais venenosos são aqueles que usam suas toxinas para caçar suas presas. Mas eles também usam essas mesmas toxinas como autodefesa, para que nada encoste neles, nem os devore.
Os sapos-ponta-de-flecha da América do Sul estão entre os animais mais venenosos do mundo. Eles possuem várias cores, mas a espécie dourada é a mais perigosa de todas... veja só esta cabecinha amarela. Esses animais estão por aí há séculos assustando as pessoas, enganando-as com suas cores maravilhosas e com seus pequenos saltos.
As cicutas parecem ser florezinhas bobas, que crescem em qualquer terreno baldio, mas nem pense em colocar uma na boca. Ela foi classificada como a planta mais tóxica da América do Norte. O curioso é que ela também faz parte da família das cenouras.
As solanáceas são bastante conhecidas, e até fizeram uma participação em uma peça de Shakespeare. Elas podem parecer frutinhas deliciosas que você encontraria em uma boa salada de frutas, mas passam longe disso. Até mesmo encostar nelas pode lhe fazer mal, se não tomar cuidado.
É pouco provável que desenvolveremos veneno em breve. Ou algum dia. A evolução provou que os animais podem até parar de produzir veneno, já que ele depende de proteínas especiais da natureza, e não dos genes. Há espécies de serpentes marinhas que têm glândulas venenosas, mas não as usam mais. Sua alimentação mudou de peixes para ovos, então elas não precisam mais de veneno para caçar.
Basta olhar para o seu corpo para constatar que a evolução está acontecendo. Não quero dizer AGORA, pois isso pode levar uma eternidade, mas nossos ancestrais costumavam viver em situações onde poderiam passar de predadores para presas em questão de segundos. Viver em uma savana aberta tinha suas desvantagens, já que você era uma espécie de buffet aberto a quem quisesse vir fazer um lanchinho.
Temos músculos pequeninos ao redor das orelhas que são tão fracos, que poucas pessoas conseguem movimentá-los. Eles estão aí para mostrar que tínhamos a capacidade de virar nossas orelhas para onde o som está vindo, assim como um coelho em um campo aberto. Isso nos ajudava a fugir do perigo e a encontrar presas escondidas.
Quase todos os mamíferos possuem vibrissas. Isso é tão comum, que existe até uma ração de gatos chamada Whiskers, que é vibrissa em Inglês. Só os ornitorrincos, tamanduás e humanos que não têm isso. As vibrissas são como antenas super sensíveis que ajudam os animais a sentir o que está ao redor e a se movimentar em ambientes hostis. Elas são como uma visão de raio x para os mamíferos, só que com menos recursos tecnológicos. Se um animal estiver em um ambiente escuro como um breu, e não puder ouvir nada, as vibrissas podem ajudá-lo a sair de lá.
Os humanos até possuem pequenos músculos nos lábios superiores, onde as vibrissas ficariam, mas infelizmente crescemos sem elas.
Alguns traços evolucionários fogem do nosso controle, como habilidade de sentir arrepios quando está frio, ou quando ouvimos uma música maravilhosa. A maioria dos humanos perdeu aquela pelagem grossa que era usada como isolante térmico. Os pequenos músculos sob nossa pele contraem quando são expostos a certas situações, e é bem provável que nossos ancestrais peludos os usavam para se aquecer. Ninguém gosta de ir ao dentista, mas com o tempo, podemos ser obrigados a ir lá, nem que seja só para retirar os dentes do siso. Infelizmente, esses dentes não servem para nada — só trazem desconforto e até noites de insônia. Os humanos da antiguidade não tinham dentistas, então a natureza cuidou disso para eles. Com o tempo, os molares se desgastavam e quebravam por causa das coisas duras que eles mastigavam, então os terceiros molares, conhecidos como dentes do siso, nasciam para substituir os que estavam velhos e estragados.
Como todos nós evoluímos de criaturas vertebradas, ou animais com espinha dorsal, tanto os humanos quanto os macacos, como chimpanzés e gorilas, possuem ossos de cauda na base da coluna vertebral. Os cães têm isso para que possam balançar a cauda, os macacos o usam como um braço a mais para subir em árvores, e os guepardos precisam dele quando estão correndo em alta velocidade e para fazerem curvas bruscas quando estão caçando uma presa. Segundo cientistas, nenhum membro primitivo da espécie humana tinha cauda, tampouco depois que começamos a andar em pé.
O futuro da evolução humana será definido pelo avanço da tecnologia — é o que pensam alguns. Podemos conseguir juntar nosso cérebro com supercomputadores, e até com algum tipo de armazenamento em nuvem. (Ei, minha cabeça já anda nas nuvens faz um tempo!) A tecnologia pode até aumentar nossa expetativa de vida, e melhorar nossa mobilidade, tornando o fato de andar cada vez menos importante comparado com o que temos hoje.